*012*

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Billie:

O dia estava terminando extremamente cansativo para mim, mas eu ainda precisava ir até a floresta pegar lenha. Sn no final de tudo comeu a sopa chorando e dormiu serenamente na cama, eu que a coloquei para dormir.

Quando a garota me disse que não estava querendo voltar para casa por causa do pai dele e sim pela câmera que a sua mãe deu de presente, meu coração se partiu vendo ela sofrendo daquele jeito. Não sei o que aquele homem fez com ela, não sei se a bateu ou qualquer outra coisa pior, mas eu prometi a levar até a sua câmera e não ao seu pai.

Troco a minha roupa na sala mesmo, visto a calça larga com muito pano para me proteger do frio, coloco uma blusa grande e uma jaqueta também. Fico pensando se levo a minha arma, mas decido que não.

Enquanto eu colocava as luvas nas minhas mãos, ouço um pequeno ranger na madeira de cima, apesar de ter sido quase nulo, eu consigo ouvir. Apenas finjo não ter escutado, mas quando me sento na poltrona para colocar as minhas botas, ouço a voz doce de Sn me chamando.

- Billie! - Olho para o começo das escadas e lá estava ela, usando as minhas roupas de frio - Eu também quero ir - Diz ela descendo as escadas e eu dou um último nó no meu sapato.

- Por que não dormiu? - Perguntei me levantando da poltrona e a garota parou na minha frente após dá uma pequena corridinha.

- Eu realmente não quero ser um fardo para você, então quero ajudar em qualquer coisa - Dou uma risada fraca - Como não sou forte para carregar as coisas, eu vou para te fazer companhia.

Eu decidi deixar a porta do quarto aberta para ela, não há necessidade de eu prendê-la sendo que a mesma já sabe um pouco da verdade.

- Então quer dizer que você vai ser o meu papagaio? - Falo me virando indo até a estante da sala e pegando as chaves da casa.

- Ei! Não sou papagaio - Dou um sorriso sem mostrar os dentes ouvindo sua birra.

- Então pelo menos leve a chave - Jogo no ar para que a mesma pegue, mas a criatura deixou cair no chão - Vai abrir a porta para mim então - Ela pegou a chave do chão sem dizer nada e correu até a porta, onde um vento bem frio bateu. Vou até a lareira e do lado esquerdo, estava escorado o meu machado.

Pego o machado com a minha mão direita e o impulsiono para frente, fazendo com que o machado ficasse apoiado no meu ombro. Ando em passos firmes até a porta, vendo que a garota já estava do lado de fora. Fecho a porta quando saiu da casa, mas sem trancá-la porque essa tampinha pode perder as chaves e eu não estou muito afim de arrombar a porta da minha própria casa.

- Fica atrás de mim, assim não se machucará caso apareça qualquer coisa - A garota que estava ajoelhada no chão, vendo algumas flores que só florescem na luz do luar, se levantou e veio até mim.

- Vai tirar a madeira em que posição? - A mesma ficou atrás de mim e eu não respondi de imediato.

- Ao norte da floresta - Respondo sentindo o vento frio bater em meu corpo e a garota que estava atrás de mim murmurar dele - Só essas roupas não vão te proteger do frio - Digo segurando firme o machado.

- Eu vou ficar bem, não sou tão fraca como você pensa - Diz ela tentando transparecer coragem, mas eu sentia o medo em sua fala.

- Okay, mas não venha dizendo que eu não avisei - Falo e ela bufou, então solto um riso fraco pela pequena teimosia da mais nova.

A Ideologia Imperfeita //Billie Eilsih (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora