Haruchiyo não sabia exatamente como isso aconteceu, porém, ao sair do hospital no dia anterior, ele tinha o número de Hanagaki e um pedido do mesmo para mandar mensagem sempre que quisesse.
Sério, o que raios tinha acontecido naquele dia?!
Primeiro ele decidiu ir até o inferno espairecer e acabou discutindo com Vaggie, de novo, quando pensou que teria um pouco de paz seu pai de repente reapareceu e quando voltou para a terra encontrou com Hanagaki.
Estava tão atordoado e irritado que acabou desabafando com o humano, um humano que o entendeu e validou seus sentimentos e até mesmo deu alguns conselhos úteis.
Hanagaki Takemichi era surpreendente, Sanzu nem sabia o que pensar sobre toda essa interação e nem porque parecia mais animado com a perspectiva de encontrar o humano dali dois dias assim como combinaram.
Ainda estava com um sorriso por baixo da máscara quando chegou em casa quando sentiu algo errado, franziu o cenho olhando em volta, porém não tinha nada ali que o indicasse perigo.
Sem baixar a guarda, Sanzu entrou em casa ligando as luzes imediatamente.
– Para quem não gosta de convívio social você demorou bastante para voltar pra casa - Valentino, em sua verdadeira forma, estava no sofá como se fosse um trono, um sorriso em seu rosto enquanto tragava.
Ignorando-o, Haruchiyo começou a subir as escadas.
– Eu vim fazer uma proposta de trégua, devolvo a alma dela e convenço os anjos a recuarem.
O príncipe do inferno parou sua caminhada, uma gargalhada incrédula saindo de si, e ele achando que não tinha como esse dia ficar mais esquisito!
– O que houve? - Se virou parado no meio das escadas para encarar o Overlord que tão arrogantemente vinha propor o acordo - Está tão desesperado assim? Sabe tão bem que escolheu o lado errado dessa guerra e agora quer consertar as coisas?
Começou a descer as escadas lentamente, os movimentos majestosos indicando toda a realeza que possuía, toda sua herança divina vinda de seu pai.
– Me escute bem - Haruchiyo parou no pé da escada, seus olhos brilhando em rubis - Quando você decidiu se interpor contra mim e meus irmãos, quando decidiu machucá-la, você sentenciou a si mesmo e seus amiguinhos ao extermínio e saiba que ele virá, não pelos anjos, mas pelas minhas mãos. Agora saia da minha casa antes que eu perca completamente a paciência!
Sem dar tempo de resposta, o de cabelos platinados virou-se novamente subindo as escadas de vez.
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Shuji cantarolou enquanto entrava em casa, ele estava particularmente feliz, sabia que os irmãos estavam tensos com tudo o que vinha acontecendo, porém ele sabia que as coisas terminariam bem no fim. Ao menos bem para si.
Sentiu o cheiro de fritura e suspirou enquanto adentrava mais a sala, o som vindo de um dos quartos indicando que provavelmente Keisuke estava em casa com Kazutora, sem se importar seguiu seu caminho até a cozinha onde Kisaki estava focado em cozinhar algo.
– Está fazendo nosso jantar? - Shuji abraçou o outro por trás, um sorriso em seu rosto.
– Fala como se você comesse qualquer coisa que faço - O Tetta revirou os olhos - Desgruda de mim ou eu jogo esse óleo quente em você.
Shuji riu e se afastou um pouco recostando contra a mesa para observar o menor cozinhar em completo silencio, ficaram nisso por quase uma hora, nenhum dos dois entediado com o momento que tinham.
– Faltam três semanas para o Halloween - Foi Kisaki a quebrar o silencio enquanto servia a mesa - O que vamos fazer? Não vai ser fácil ToMan aceitar Valhalla, não com Hanemiya.
Shuji deu de ombros enquanto se sentava, ele não comia comida humana, era simplesmente nojento para si, porém não se importava em ver Kisaki comer.
– Será fácil se livrar dele.
– E eu posso saber como?
– É bem simples na verdade - A voz de Keisuke assustou o de óculos que encarou a entrada onde o moreno estava escorado - Kazutora vai me matar.
Keisuke entrou devidamente puxando uma cadeira para se sentar antes de buscar comida para si, fazendo Shuji revirar os olhos.
– E como você vai chegar a isso? Hanemiya simplesmente adora o chão onde você pisa - Kisaki zombou.
– Apenas assista, Tetta, e verá do que sou capaz - Keisuke garantiu com um sorriso animado - Quando Hanma entrar na ToMan então seguiremos para o próximo passo, afinal teremos já duas divisões destruídas.
– E qual será o próximo passo?
– Nós já temos as coisas encaminhadas e você saberá quando for necessário - Shuji garantiu - Mas não teremos muitos empecilhos, o único é Mitsuya Takashi, os gêmeos são fáceis de contornar e Shiba faz tudo que Mitsuya quer, lidando com ele nos faltará somente a quinta divisão.
– E não é como se Sanzu fosse um empecilho - Keisuke riu - Ele pode até ser bom em se mostrar leal, mas ainda guarda muito rancor de Mikey.
– Vocês parecem ter tudo em ordem - Kisaki franziu o cenho - Por que exatamente querem tanto ToMan?
– O que? Está desistindo, já? - Shuji riu.
– Claro que não, só quero entender, nenhum de vocês parecem ter algo contra Mikey ou realmente se importar com o futuro desses caras, por que querem tanto foder com as coisas?
Keisuke riu.
– Você nem imagina...
Kisaki franziu o cenho ainda desconfiado, porém não falou mais nada decidindo comer em silencio.
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Hanemiya Kazutora encarou sua janela com melancolia, ele usava somente um short revelando o corpo cheio de machucados, nada que deixaria cicatrizes, mas eram extremamente dolorosos no momento, seu pescoço tinha uma marca clara de mão em um movimento de enforcamento.
Kazutora fechou os olhos com força, lágrimas caindo.
"Kazutora vai me matar".
Keisuke falava isso de forma tão banal, Keisuke estava arquitetando isso, iria simplesmente o usar e o enviar de volta ao inferno para concluir um plano estúpido de seja lá o que for!
Sabia que nenhum deles esperava que ouvisse, e isso era o mais doloroso, estava apenas sendo usado desde o início, nenhum deles realmente se importava consigo
Um soluço o deixou, o pior é que sequer tinha como se negar a tudo isso, não tinha para onde ir, estava preso nos planos desses três.
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Quando Demônios Vão à Terra
FanfictionExiste sempre uma razão para as coisas que dão errado, a maioria das pessoas culpam entidades, mas, acredite se quiser, a maioria dos demônios não vão à Terra para causar mal e sim para se divertir com o mal que a própria humanidade causa