Twenty Five

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Chifuyu sentia muita dor, isso o fez resmungar enquanto tentava se mexer, ele tinha tido um sonho muito estranho, havia anjos discutindo e um deles queria machucá-lo, como se anjos machucassem pessoas.

O Matsuno tentou abrir os olhos, porém estava muito claro e isso o fez fechar de novo com uma careta, onde diabos ele estava? Não conseguia se lembrar de muita coisa.

– Chifuyu? - A voz arranhou seus tímpanos e Chifuyu resmungou novamente enquanto fazia um novo esforço para abrir os olhos, dessa vez não estava tão claro e foi mais fácil de se acostumar.

Piscou enquanto virava a cabeça, seu corpo muito dolorido para ser mexido, ele estava em um quarto todo branco, as cortinas haviam sido fechadas deixando apenas uma fresta de luz passar e as luzes estavam desligadas, virou a cabeça para o outro lado e encontrou o rosto preocupado de Mitsuya.

– Eu já chamei um enfermeiro, não se preocupe.

– M-Mit...suya.

– Não se force a falar, você ficou dois meses em coma, cara - O capitão da segunda divisão suspirou - Fico feliz que esteja bem agora.

A porta do quarto abriu trazendo a luz do corredor para dentro e Chifuyu franziu o cenho, estava tão claro quanto em seu sonho, não gostou nada disso.

– Boa tarde, eu sou o doutor Haruki e irei fazer alguns exames, tudo bem?

– Uhum - Chifuyu murmurou, não se sentia bem para tentar falar de novo.

– Ótimo - O médico se aproximou começando os exames antes de oferecer água para Chifuyu - Consegue me dizer seu nome?

– M-Matsuno Chifuyu.

– Bom, sabe sua idade?

– 14 anos...

– Muito bom, qual a última coisa que se lembra?

– E-eu discuti com um amigo e fui pra casa, estava irritado e... - Chifuyu grunhiu, sua cabeça latejava.

– Bom, não parece ter nada de errado com sua cabeça, mas ainda vou pedir uma tomografia - Doutro Haruki garantiu - Senhor Matsuno, você caiu do segundo andar, da varanda de seu quarto, e ficou dois meses em coma, é um milagre que esteja tão bem depois desse período, sente alguma coisa?

– M-muita dor - O Matsuno resmungou - E sede.

– Imagino que sim, vou pedir para um enfermeiro trazer o medicamento, aqui, beba mais um pouco de água.

O médico ainda anotou algumas coisas em uma prancheta e avisou que no dia seguinte fariam alguns exames antes de sair deixando os adolescentes sozinhos.

– O que... o que vem acontecendo? - Chifuyu questionou enquanto tentava sentar, imediatamente Mitsuya o ajudou antes de sentar na cadeira ao lado.

– As coisas estão meio paradas na verdade - Takashi confessou - No mesmo dia que você deu entrada no hospital a irmã de Sanzu foi atacada e também está em coma, mas, fora isso, nada mais aconteceu.

– E-e Takemichy? - Por algum motivo ele sentia que Takemichi estava correndo perigo, mas não sabia dizer o motivo.

– Ele vem te visitar quase todo dia, pelo que soube - Takashi riu - Draken contou que ele até mesmo ficou amigo de Sanzu graças a isso, Mikey tá morrendo de ciúmes.

Chifuyu franziu o cenho, seu peito apertando, Takemichi não devia estar próximo de Sanzu, mas por que não?

– E-entendo - Murmurou ainda incomodado enquanto viam uma enfermeira entrar com a medição informada pelo médico – E-e a briga?

– Ainda vai acontecer, no Halloween, faltam duas semanas, você pode ir assistir, mas não vai lutar.

– E-e quem vai levar a primeira divisão?

Takashi encarou o de raízes escuras antes de suspirar.

– Mikey estava falando sobre colocar Takemichy.

– M-mas você não aprova isso.

O de cabelos lilás negou.

– Takemichy chegou a pouco tempo e nem mesmo tem experiência de luta para estar à frente da primeira divisão, não acho que seja certo e nem justo, devíamos colocar um dos nossos homens mais experientes - Ele explicou - Infelizmente fui minoria nisso, todos os outros parecem concordar que ele tem o que é preciso para liderar.

– C-concordo com você - Chifuyu suspirou enquanto fechava os olhos, cara! Como estava cansado! - E-ele já tem muito para lidar e-e nem devia estar envolvido na briga.

Takashi concordou vendo o amigo bocejar.

– Você precisa descansar e eu buscar minhas irmãs na escola, até mais, Chifuyu.

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Lúcifer franziu o cenho ao notar Takeomi abrir um portal, desde que retornou havia notado que nenhum dos filhos de sua esposa ficava no inferno, o que eles estavam fazendo no mundo humano?

Tentou ignorar durante algum tempo, porém sempre foi muito curioso para o próprio bem e decidiu seguir o mais velho dos príncipes saindo em um bairro comum do Japão.

Franziu o cenho olhando em volta e decidiu mudar um pouco sua forma para melhor se adequar ao ambiente enquanto saia do beco, onde estaria Takeomi? E os outros?

– Cara! Nem consigo acreditar! - A voz de um adolescente chegou até o rei do inferno - ToMan contra Valhalla!

– Soube que um dos líderes Valhalla fez parte de ToMan.

– Cara! Tô louco pra essa briga!

Balançando a cabeça, Lúcifer decidiu focar no que era importante e voltou a olhar em volta tentando encontrar um rosto conhecido quando viu o filho ao longe, uma máscara cobrindo a boca enquanto os olhos se fechavam em crescentes indicando que sorria para um garoto loiro que falava animado sobre algum assunto.

Suspirando, se aproximou, sua pele coçando quanto mais perto chegava.

– Foi realmente um ótimo filme, Haruchiyo-kun! Da próxima eu te chamo pra ir junto - O humano falava com um sorriso.

– E seus amigos iriam querer? - Sanzu zombou fazendo o menor rir.

– Os caras são medrosos, mas não recuam diante um desafio, não a toa a gente foi assistir um filme de terror!

– Haruchiyo - Lúcifer chamou enquanto se apoiava em sua bengala para o encarar.

Os dois mais jovens pararam para encarar o rei do inferno.

– Otou-san - Haruchiyo cuspiu irritado fazendo o humano franzir o cenho parecendo incomodado.

Lúcifer piscou, ele parecia tão puro quanto Lilith foi ao conhecê-la.

– Fiquei curioso sobre o que vem os mantendo longe de casa - O anjo renegado se explicou - E quem seria seu amigo?

– Noé - Sanzu garantiu fazendo o pai piscar.

– N-Noé?!

– Noé da sua conta - A fala do príncipe demônio faz o humano rir e negar.

– Vamos, Haruchiyo-kun, a gente ainda vai ver sua irmã, não é?

– Então você sabe onde ela está! - Lúcifer suspirou em contentamento, veria Charlie!

O humano franziu o cenho parecendo irritado e se pôs entre pai e filho.

– Olha, cara, eu não sei que merda você fez, mas é melhor se manter longe, ouviu? - Takemichi franziu o cenho irritado - Não vai querer me ver irritado.

Lúcifer franziu o cenho.

– Você tem coragem, criança - O Rei do Inferno rosnou se aproximando mais - Mas coragem não é tudo.

– Não ouse o ameaçar - Sanzu brigou puxando o humano para trás de si enquanto encarava o pai - E volte para o buraco de onde saiu, você faz mais quando está longe.

Sem esperar resposta, o Príncipe do Inferno puxou a Pureza consigo para longe do demônio mais velho, os dois retomando o assunto que tinham.

Quando Demônios Vão à TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora