Twenty Two

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Takemichi sentiu as lágrimas virem enquanto tocava os cabelos bicolores de Wakasa, era culpa sua! Ele quem havia pedido ajuda e por isso Waka foi machucado desse jeito, era tudo culpa sua!

Como Kisaki descobriu sobre Waka? Isso queria dizer que mais pessoas sabiam? Naoto estaria em perigo também? Merda! Precisava ser ainda mais cuidadoso! Não podia envolver mais ninguém nessa história toda!

– D-desculpa, Waka - Sussurrou antes de se erguer trocando as flores do jarro antes de sair em busca do próximo quarto quando um cheiro doce inundou seus sentidos o fazendo franzir o cenho.

Eca! Era o perfume mais enjoativo que já tinha sentido!

Virou o corredor finalmente encontrando o dono daquele cheiro tão enjoativo: era um homem alto com roupas de grife e um sorriso esquisito que parecia discutir com Sanzu.

Engoliu em seco, não gostara nada desse cara! E se ele estivesse fazendo mal a Sanzu? O Hanagaki se aproximou lentamente, mesmo no corpo de um adolescente, ele ainda era um adulto de 26 anos e jamais poderia deixar Sanzu sozinho com um homem tão suspeito!

– S-Sanzu-kun! - Se aproximou forçando um sorriso - N-não esperava o encontrar por aqui!

– Hanagaki - Haruchiyo se virou tentando controlar o pânico, esse desgraçado não podia nem sonhar com a existência de Takemichi! - O que você quer?

– Bem, eu vim visitar um amigo e quando te vi decidi vir cumprimentar - O sorriso do menor não se abalou - Quem é seu amigo?

– Não somos amigos - Sanzu sibilou fazendo o outro demônio rir.

– Eu preciso ir agora, pense com cuidado no que eu disse, Alteza.

– Vai se ferrar, Valentino! E fique bem longe dos meus irmãos!

Takemichi franziu o cenho vendo o desgraçado sair, longe dos irmãos? Sabia que a irmã caçula dele estava hospitalizada, esse homem estava atrás de uma menina?! Filho da puta!

Haruchiyo soltou um longo suspiro, agradecido por Valentino não ter parecido interessado em Hanagaki antes de colocar as mãos nos bolsos, Overlord de merda!

Como diabos ele sabia que estavam com problemas com os céus?! Como sabia que desconfiavam das ações de Adão?!

E ainda oferecia ajuda! Como se eles não fossem desconfiar, faça-me o favor!

– Sanzu-kun, está tudo bem? - A voz grave o fez se virar para encarar Hanagaki, os olhos azuis brilhavam intensos e preocupados - Ele tentou te machucar?

– Não se meta nessa merda, Hanagaki!

O menor suspirou, mas ao invés de se afastar ele deu um passo para perto tocando o braço do demônio.

– Não precisa ficar na defensiva, nem vou te obrigar a falar se não quiser, mas saiba que pode me procurar, nem que seja só para desabafar, meus amigos costumam dizer que sou um bom ouvinte - O Hanagaki sorriu dando pequenos tapinhas em seu braço - Imagino que tenha vindo ver sua irmã, certo? Vamos lá! Eu aproveito para trocar as flores dela!

Takemichi seguiu na frente falando sobre as flores que havia trago daquela vez sem perceber que o herdeiro de Lúcifer ficou para trás, congelado no lugar com os olhos arregalados.

Por que diabos Hanagaki oferecia ajuda?! E ainda admitia que vinha ver Senju com frequência para trazer flores... e por que toda essa situação o queria fazer chorar?! Ele era um príncipe do inferno! Não devia chorar! Não devia demonstrar fraquezas!

– Eh? - O humano parou mais na frente antes de o encarar, os olhos azuis brilhando em simpatia e compreensão, o sorriso ainda em seu rosto enquanto carregava uma cesta de flores - Vamos lá, Sanzu-kun, sua irmã vai adorar que tenha vindo vê-la!

Por baixo da máscara que usava, Haruchiyo sorriu, o peito mais leve enquanto o acompanhava.

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Takemichi realmente trocou as flores de Senju antes de se afastar até a janela, deixando Haruchiyo ter um momento com a irmã, isso fez o mais velho suspirar enquanto tocava os cabelos completamente brancos da caçula.

Senju já havia reencarnado várias vezes e, mesmo que fosse um doce, ela possuía uma maldição: sua alma já estava condenada, porém algo a impedia de retornar ao inferno e, depois de uma vida atormentada, ela renascia imediatamente.

Ela nem conseguia viver bem e nem passar para o outro lado em definitivo, desde que a maldição surgiu Sanzu tentava a ajudar, porém parecia que quanto mais perto ficava pior era e tudo isso porque séculos atrás ele tentou ajudar uma alma que pertencia a Valentino, aquele desgraçado!

– Se ele ao menos tivesse vindo quando pedi - Haruchiyo sussurrou esquecendo-se completamente de que não estava sozinho, mas... porra!

Como Lúcifer poderia aparecer tão casualmente depois de tudo?!

– Hm? - Takemichi o encarou e Sanzu não mais conseguiu conter as lágrimas enquanto tocava os cabelos brancos da única pessoa que poderia o fazer sentir algo.

– Nada - O demônio murmurou enquanto secava as lágrimas - Só... meu pai.

– É culpa dele? - O humano perguntou gentilmente fazendo Sanzu suspirar.

– A-aquele homem que você viu, é culpa dele que ela sempre se machuque, q-quando ele começou a nos atormentar eu procurei meu pai, p-pedi ajuda e aquele desgraçado disse que deveríamos ser forte por nós mesmos, s-se ele tivesse vindo, se tivesse me ouvido então ela não estaria sofrendo há tanto tempo! - Haruchiyo respirou fundo conseguindo se recompor - E agora ele volta e quer agir como se isso não fosse culpa dele também! Agora ele nos acha dignos de ter sua ajuda!

– Você tem todo direito do mundo de ficar irritado com ele, Sanzu-kun, ele nunca devia ter os ignorado como fez, mas sabe de uma coisa? - Takemichi se aproximou dele - Não deveria negar sua ajuda agora, se ele pode dar um basta nessa situação, por sua irmã, não seria melhor concordar? Mesmo que seja só pra usar o poder dele?

Haruchiyo sorriu, ele tinha razão, não devia ignorar Lúcifer, por hora, devia o usar, ele era sua melhor aposta para destruir Valentino de vez e poder ajudar Senju! Além disso... tinha Adão...

O Hanagaki se despediu antes de sair do quarto, afinal ele ainda visitaria Matsuno antes de sair do hospital e o horário de visitas estava quase no fim, ele esperava ter ajudado o maior, odiava ver crianças tristes.

Quando Demônios Vão à TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora