Eu acredito no seu potencial, você não?

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(Por Lingling)

A reunião com o financeiro transcorreu tranquilamente, voltei para a minha sala acompanhada por dois colaboradores da logística, trocamos algumas informações sobre o setor e logo os dispensei.

Chamei a minha secretária e lhe passei o nome da Orm, assim que ela viesse no outro dia deveria ser conduzida diretamente aos recursos humanos.

Ela só teria contato comigo depois de assinar o seu contrato e pegar as orientações do que faria com a secretária, ela estaria na experiência, contudo acreditei ter encontrado a assistente ideal.

Orm não tinha prática, pelo que havia lido em seu documento, nunca ocupou-se integralmente na função de assistente, só fez um mero estágio. E por causa disso eu poderia adequá-la a minha forma de trabalhar.

De repente senti certa ansiedade em revê-la, aquele lindo sorriso que por vezes me tirou o foco das coisas, fiquei me perguntando como alguém que eu nem conhecia conseguiu esse poder.

Então recordei do seu olhar ao perceber que estava totalmente atrasada em seu compromisso, um olhar frustrado e triste, um olhar que mesmo quando ela sorria permanecia igual, ninguém notaria isso, porém eu sim.

Havia algo nela ou na vida dela que deixava a sua aura nublada, tal como a maioria dos dias em Londres e me vi curiosa em descobrir.

Não me olhem assim e nem tentem me julgar, ok! Eu realmente senti essa mistura de sentimentos, eu realmente fiquei surpresa com os meus pensamentos e lembrar daquela mulher me deixava desconcertada.

Contratá-la foi uma atitude insensata, a gente não joga álcool no fogo, é esse perigo que a tornou ainda mais atraente aos meus olhos? Definitivamente, adormeci o meu instinto e deixei outra vontade me dominar, embora eu sabia que com isso abriria um espaço que prometi deixar trancado.

Não, eu prometi pra mim mesma naquele momento que Orm seria somente a minha assistente e nada mais, eu não permitiria me lançar nas chamas e me queimar:

- Senhorita Sirilak – Minha secretária bateu a porta – O senhor Lacuna está na recepção e pediu para falar contigo.

- Tudo bem – Respondi seriamente – Autorize a entrada do mesmo.

Ela acenou e saiu.

Lacuna era o meu único amigo naquele ou em qualquer outro país, ambos cursamos administração na mesma faculdade, ele também era um estrangeiro e não tinha a família por perto, o que nos uniu.

Cerca de cinco minutos após ser anunciado, ele entrou com uma sacola:

- Boa tarde, senhorita CEO de uma das maiores empresas do mundo – Brincou.

- Boa tarde, senhor... O que você quer dessa vez? – Respondi sarcástica.

- Como esta a sua procura por uma nova assistente? – Ele se sentou sem nem pedir permissão.

- Como a sua falta de educação – Continuei provocando – Amanhã começa uma moça.

- Aleluia – Ele disse abrindo a sacola e retirando dela alguns lanches e os estendendo para mim – Está com fome?

- Não – Rejeitei com a mão – Fiz uma pausa hoje de duas horas, então estou bem.

- Duas horas? – Ele arqueou as sobrancelhas – E qual é o nome do milagre?

- Não tem milagre nenhum.

- Querida, eu te conheço a oito anos ou mais e desde que você começou a trabalhar aqui nunca fez mais que quarenta minutos de almoço, então... Pode falar...

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