Não é de você que eu tenho medo

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(Por Orm)

Ir até Lingling e deixar acontecer o que naquele momento ou futuramente iria foi a decisão mais difícil naquela noite quase perfeita, se não fosse pelos ciúmes que senti ao ouvir daquela bartender que já havia ficado com ela.

Estupidez minha, confesso... A Lingling e eu não éramos nada além de uma diretora executiva e a sua assistente que muitas vezes se beijavam em alguns lugares.

E que beijos eram os de Lingling... Eu fiquei viciada em sentir os seus lábios nos meus, imaginando-os em outros lugares do meu corpo.

Bastaria sair pela porta e andar menos de um minuto... Menos de um minuto era o que nos separava.

Quando peguei a chave do Porsche de sua mão, achei que ela brigaria, mas não o fez, Lingling foi para o lado do carona e se sentou em silêncio, ficou me observando dirigir calmamente.

Eu estacionei o veículo e entramos na casa dela, tudo pareceu-me de muito bom gosto e extremamente caro, mas nada falei.

Ela me ofereceu água, café, chá... Até mesmo uma bebida, mas recusei dizendo que voltaria pra casa, Lingling não deixou afirmando que havia um quarto de hóspedes em sua residência.

Precisava de um banho, então pedi a ela que me mostrasse o banheiro, ela foi até um dos quartos e tirou de uma cômoda uma toalha e me mostrou a porta onde ficava o chuveiro.

Demorei um pouco a mais no banho acreditando que ela estaria do lado de fora somente para me ver nua, eu queria isso, mas não aconteceu.

Em algum instante ela entrou no quarto e deixou sobre a cama um pijama, mas não ficou lá. Me sentia exausta, logo adormeci pensando nela, contudo ela não pisou mais no quarto.

Acordei com o cheiro inconfundível de café recém passado e após fazer a minha higiene matinal segui o rastro daquele aroma:

- Bom dia, Orm! – Ela me saudou vindo ao meu encontro.

- Bom dia! – Respondi e me deixei ser abraçada por ela, Lingling havia se tornado o meu porto seguro e algo além que estava se firmando e fortalecendo em meu coração.

- Dormiu bem? – Perguntou me roubando um selinho nos lábios.

- Senti a sua falta depois de passar todas aquelas horas juntas.

- Também senti a sua – Ela disse me olhando nos olhos como se fosse me devorar.

- Então... O que você está aprontando? – Perguntei-a e a vi dar de ombros, um sorriso tímido no rosto.

- Como dei folga a minha empregada, resolvi eu mesma fazer o nosso café, espero que goste.

Na mesa tinha uma jarra de suco e café na cafeteria, bacon e ovos mexidos, croissant... Típico café da manhã ocidental!

Ela puxou uma cadeira e me pediu para sentar, depois foi me servindo os alimentos, percebi que Lingling sabia cozinhar e me espantei:

- Está bom? – Ela perguntou um tanto ansiosa.

- Na verdade está ótimo – Respondi com sinceridade – Eu achava que você era daquelas mulheres que pede comida e que não... – Hesitei fazendo-a rir.

- Pensou que eu era uma dondoca?

- Me desculpa, mas vendo você lá na empresa e até mesmo fora dela, não achei que soubesse cozinhar.

- Aparências enganam Orm – Ela disse suavemente e começou a comer.

...

Após o desjejum, Lingling me deixou em casa e foi para a empresa, ela simplesmente rejeitou a minha ajuda e combinamos de nós nos encontrarmos no aeroporto na segunda, uma hora antes de viajar para a Espanha.

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