Coisas que guardamos num quarto escuro

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Taiwan, Novembro de 2.024

(Por Lingling)

Chegamos no final da tarde no templo de Longshan que estava repleto de turistas e visitantes do próprio país, apesar do incômodo de esbarrar em tantas pessoas, Orm parecia nem se importar.

Ela ficou comentando sobre a arquitetura antiga do templo, as esculturas esculpidas por todos os lugares, as cores que se destacavam em cada detalhe, as luzes que deixavam as águas da cachoeira ainda mais formosas.

Confesso que eu não estava me divertindo muito, me sentia exausta por ter passado horas discutindo e tentando entrar em acordo com um fornecedor importante, mas como consegui fechar o negócio, ela quis sair para comemorar e eu não iria negar o seu pedido.

Estávamos alguns meses oficialmente juntas e cada vez mais envolvidas. Eu me sentia completamente apaixonada e feliz por meu sentimento estar sendo retribuído, não era em vão que desde o início eu sabia que Orm era a mulher da minha vida.

Mas não era apenas por mim que a Orm estava radiante, ficamos mais dois dias em Taipé antes de voltarmos para casa e ela poder buscar a senhora Koy na clínica.

No dia seguinte levantamos mais tarde, pois eu não teria mais nenhum compromisso de negócios, às vezes era bom tirar um tempo pra nós mesmos, não só para refletir sobre a vida, mas também para apreciar tudo o que Deus nos agraciou:

- Vamos Lingling, são poucos degraus – Orm segurou firme a minha mão me incentivando a subir as escadas do Memorial Nacional Chiang Kai-shek.

- Só você mesmo pra me convencer a fazer isso – Resmunguei – Não sei como você está aguentando andar tanto com esses saltos.

- Prática – Ela respondeu divertida – E eu não sei como você não está acostumada, raramente vejo você calçar outra coisa.

- Será que é porque sempre estou trabalhando? – Falei ironicamente e ela continuou rindo.

- Pare de reclamar meu amor, você precisa relaxar.

- Fala novamente – Pedi manhosa.

- O que? Que você precisa relaxar? – Ela pareceu confusa enquanto subia o último degrau.

- Me chama de “meu amor” – Sorri a abraçando e ela me apertou firmemente em seus braços.

- Meu amor... – Orm sussurrou em meu ouvido e eu a beijei com muito carinho, orgulhosa por tê-la ao meu lado – Eu te amo tanto.

- Eu sei – Respondi convencida e levei um tapinha no braço.

Já havíamos passado pelos jardins do recinto, depois de admirarmos todas as outras edificações, simplesmente éramos como os demais turistas, mas em lua-de-mel.

Nesses meses que se passaram fomos a tantos lugares e em tantas cidades que nem poderia contar, simplesmente a oportunidade surgia quando um fornecedor ou um funcionário precisava de minha presença.

Eu continuava comandando a Bit Company com mãos firmes e ensinando a Orm tudo que a função exigia, não entendia o porquê de precisar fazer aquilo, mas era como se o meu instinto gritasse comigo para fazê-lo.

Ela era inteligente e aprendia as coisas rapidamente, eu teria que promovê-la em breve para alavancar a sua carreira, mas Orm também era merecedora, ela tinha ideias e soluções para problemas que surgiam inesperadamente e sempre davam certos.

Eu tinha muito orgulho da minha namorada!

...

Quando retornamos para a Inglaterra resolvi me dar mais um dia de descanso da empresa e levei a Orm pra minha casa, não era a primeira vez que ela ia pra lá, nós passamos horas na cama fazendo carinho uma na outra. Momentos como este não tinha preço, era simplesmente a melhor coisa do mundo.

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