Uma Nova York vista pelos olhos dela

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(Por Lingling)

“- Eu não me imagino tendo algo com outra mulher...”:

- Senhorita Sirilak – Orm me chamou – Senhorita...

- Me desculpa senhor Smith – Disse ao reparar que eu havia travado na reunião com o cliente, peguei o notebook e terminei de mostrar as planilhas e o planejamento.

O homem mostrou-se bastante atento a tudo que lhe foi exibido e no final da apresentação, ficou tão entusiasmado que decidiu assinar logo o contrato.

Ao meu pedido, Orm entrou em contato com a sede da Bit Company em Londres e repassou todas as informações que foram acertadas na reunião.

Em seguida mandou um e-mail para o nosso jurídico.

A assinatura do contrato aconteceu no mesmo dia e depois disso, Orm e eu ficamos livres para passear por Nova York.

Levei-a para fazer algumas compras na 5° avenida e na Times Square, ela ficou encantada com a quantidade e qualidade das megalojas e eu continuei me divertindo com a postura dela.

Orm comprou alguns presentes para a mãe dela, quase nada para si, às vezes eu observava ela encarando algumas peças de roupa, sapatos e bijuterias, mas de todo o lugar que passamos o que ela mais me surpreendeu foi quando andamos em frente à uma loja de brinquedos e ela ficou namorando um protótipo de casa da Barbie.

Os olhos dela brilharam igual a uma menina de sete, oito anos e quando lhe perguntei o que ela via de tão interessante na loja, Orm me contou que nunca pode ter um brinquedo daquele, pois o pai dela ganhava muito bem, mas evitava gastar, toda a renda da família era apenas para alimentação e o dinheiro que sobrava era para comprar a casa que ela vivia com a mãe.

Ela chorou ao falar sobre o seu pai e em sua voz eu senti o quanto este assunto mexia consigo, a tristeza e a saudade no seu tom de voz, as lágrimas insistindo em cair, eu abracei-a pedindo desculpas por tê-la feito lembrar de coisas assim.

Orm sorriu ao me encarar e então me tranquilizou dizendo que sempre ficaria triste ao lembrar do pai.

A noite fomos jantar no Thai Villa e confesso que comer pratos típicos do meu país de origem me deu uma sensação nostálgica, saudades de uma vida que não tive... Vocês entendem o que eu estou querendo dizer com isso?

Orm pareceu-me bem a vontade e os nossos assuntos fluíam normalmente, ela era encantadora e engraçada, ali eu tive uma versão diferente daquela mulher que esbarrei na semana anterior.

Voltamos para o hotel em seguida, no táxi ela ficou vendo as luzes dos prédios e às vezes comentava algo sobre, o trajeto não durou muito, menos de 30 minutos.

Ela logo se recolheu enquanto eu fui para o bar do hotel, pedi uma dose de uísque enquanto trabalhava em meu projeto, a lembrança das palavras de Orm ressurgiram em minha mente e após um tempo percebi que não conseguiria mais trabalhar.

Eu queria subir até o quarto dela e mostrar como poderia ser satisfatório para ela estar com uma mulher intimamente, porém era uma ideia idiota e totalmente cafajeste, eu não deveria fazer nada daquilo.

Pedi mais uma dose de uísque enquanto acessava o Instagram, procurando o perfil dela, não foi difícil de achar, contudo não estava atualizado, vi fotos e postagens dela com a mãe, alguns amigos e o ex.

Confesso que detestei ver o rosto do homem, algo nos olhos dele pareceu-me bastante sombrio.

Era quase 23 horas quando finalmente decidi subir para o meu quarto e depois de um banho quente tentei dormir, mas sempre que fechava os olhos eu me lembrava da Orm no quarto ao lado.

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