Nem todo homem é um boçal, mas este...

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(Por Lingling)

Eu não tinha ninguém para me preocupar, ninguém para cuidar ou que cuidasse de mim, apesar dos meus pais estarem vivos, eles cortaram a nossa proximidade, então deixei de me importar com eles.

Já a Orm tinha a mãe dela, fiquei triste por ela ao saber do quadro da senhora Koy, mas não pude deixar de ouvir e ajudar.

No táxi a caminho de casa resolvi dar uns dias pra ela para que pudesse cuidar da senhora, mesmo porque ela não teria cabeça pra continuar trabalhando com a mesma eficiência.

Em partes eu não queria ter tomado aquela atitude, eu a queria perto de mim, mas não podia agir apenas baseado em meus interesses pessoais, eu necessitava ser benevolente com a situação.

Liguei para um ex colega de faculdade que se formou em medicina recentemente, Harry, ele havia feito administração, porém desistiu no último semestre quando percebeu que essa profissão não era a qual ele realmente queria.

Harry me indicou uma clínica para alcoólicos e me mandou alguns nomes de profissionais que tratavam apenas dessa doença, ignorei as horas e liguei para o estabelecimento passando as informações que eu descobri.

Aceitei os valores da internação e terapia, depois fiz mais algumas ligações para os profissionais que me foram recomendados, deixei tudo pronto.

Quando o táxi parou na frente da minha casa, o motorista me ajudou com as malas e logo em seguida a Eclair surgiu no portão para me recepcionar. Desliguei o celular e fui ter-me com a minha empregada.

Dei-lhe alguns presentes que comprei em Nova York e sorri com a sua reação totalmente animada, então ela me contou as novidades que não eram tão novas assim.

Passamos quase uma hora nos falando até eu subir para o quarto e tomar um banho, ela se acolheu em seu quarto encerrando o nosso assunto.

No dia seguinte ao descer para tomar o café da manhã, encontrei Eclair na cozinha preparando alguns ovos:

- Bom dia, Lingling! – Ela saudou.

- Bom dia! – Respondi olhando para as notificações do meu celular, havia duas ligações de um dos gerentes da filial na Espanha e uma da Orm, com certeza ela não deve ter entendido nada sobre eu tê-la afastado.

- Algum problema? – Eclair perguntou ao notar a minha expressão.

- Não tenho certeza.

- É a moça que viajou com você, não? – Ela arriscou um palpite.

- Sim, ela me ligou ontem a noite.

- Retorna a ligação – Incentivou-me.

- Mais tarde – Afirmei observando-a me olhar de maneira curiosa – O que foi?

- Você gosta dela! – Eclair sorriu ao dizer isso.

- Claro que não – Disfarcei.

- Mentira – Ela falou – Ontem você não parou de elogiar a garota.

- Ela tem muitas qualidades – Garanti.

- E você gosta dela – Ela disse colocando os ovos mexidos com bacon em um prato e após me trazer a refeição continuou – Lingling, faz quase três anos que estou trabalhando aqui e já vi as suas reações com algumas pessoas, com essa moça... Quando você fala dela... Eu percebi que os seus olhos brilham, que você se preocupa de verdade.

- Ela é uma boa pessoa – Tentei limitar a minha resposta.

- Não duvido que seja, mas você gosta dela e já deve ter percebido isso – Ela voltou para a pia e começou a lavar a louça – Não precisa se abrir comigo, porém fale com a garota.

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