(Por Lingling)
Chegamos em Barcelona a tarde, a cidade estava bem movimentada, Orm e eu pegamos um táxi para a minha residência.
Pedi para o gerente da filial contratar alguém que fizesse a arrumação da casa, pois a muito tempo eu não pisava lá e ao entrar fiquei admirada com a qualidade do serviço.
Com certeza, se ele se empenhasse na empresa como o fez com a minha casa eu nem precisaria ter vindo, não deveria julgar o homem, precisava entender o que fez a filial entrar em queda no comércio de lá.
Apresentei o quarto de hóspedes para Orm e fui desfazer as minhas malas no principal. Depois de concluir a tarefa fui tomar um banho, não era acostumada com o clima quente.
Fechei os olhos enquanto a água morna do chuveiro fazia a sua mágica na minha pele, pus-me a pensar em todo o trajeto do aeroporto na Inglaterra até aquele instante.
Depois de encontrar Orm aguardando na sala de espera e me sentar ao seu lado, eu abri o notebook e comecei a trabalhar, pedi que ela fizesse nota de alguns relatórios que recebi da filial. Ficamos mais de uma hora trabalhando lado a lado, concentradas em nossos afazeres que nem nos demos uma pausa para conversar sobre o final de semana.
Quando o avião finalmente decolou com vinte minutos de atraso, eu segurei a mão dela já ciente de seu medo e conversamos coisas referente há alguns erros que ela descobriu nas planilhas.
Os orçamentos de alguns produtos não batiam com os valores citados e as margens de lucro pareciam que foram manipuladas, Orm me mostrou todas as irregularidades assim que foi liberado o uso dos equipamentos eletrônicos.
Eu fiquei furiosa com a situação e ela percebeu, mas me controlei como sempre fazia em ocasiões extremas, do que adiantaria eu surtar em dentro da aeronave?
Alguém estava fraudando a empresa e roubando para si o que não lhe pertencia e eu odiava qualquer tipo de desonestidade.
Duas horas de vôo e logo desembarcamos em El Prat.
Percebi que Orm evitou falar sobre assuntos pessoais, ela sorria às vezes e o seu sorriso não alcança o seu olhar, três ou quatro vezes abriu a boca para falar algo e a fechou imediatamente desviando a sua atenção para outro lugar e ignorando que eu estava ao seu lado.
Geralmente quando alguém agia assim era porque precisava contar uma verdade e não conseguia, fiquei me perguntando que segredo ela estaria guardando de mim, é bem certo que nos conhecíamos muito pouco, todavia desde o começo fiz o que achei certo para ela confiar em mim.
Quando saí do banheiro, vesti uma roupa confortável e desci para a cozinha, estava vazia, acreditei que ela ainda estivesse no quarto de hóspedes, então peguei o celular e fiz uma reserva no La Parrillada, sempre que ia a Catalunha eu saboreava o churrasco deste lugar e queria dar a ela mais essa vivência.
Orm desceu minutos depois e contei-lhe da reserva, ela agradeceu sorrindo:
- Você se sente bem? Aconteceu alguma coisa? – Perguntei me aproximando dela devagarinho – Posso ajudar em algo?
- Estou bem Lingling – Ela disse se permitindo ser abraçada e deitou a cabeça acima dos meus seios – Acho que é só cansaço pela viagem.
- Se quiser eu cancelo a reserva no restaurante e ficamos por aqui mesmo – Falei enquanto acariciava as suas costas.
- Não será necessário – Ela se afastou para me encarar – A gente precisa conversar mais tarde, tenho algo para lhe dizer, mas agora vou voltar ao quarto, está bem?
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ME ESPERA...
RomanceLingling era CEO de uma multinacional na Inglaterra e levava uma vida comum neste país, tendo o trabalho e a sua solidão um refúgio para manter a sua serenidade. No entanto, as suas barreiras são quebradas quando ela conhece Orm Kornnaphat, que apes...