Eu não posso enlouquecer, mas não posso continuar assim

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(Por Lingling)

Pressionei Orm contra a porta, o corpo dela encaixava perfeitamente ao meu, ela me olhou assustada, porém antes que ela reagisse aquilo eu a beijei, devorei os seus lábios com tanta fome que ela simplesmente se rendeu e me deixou conduzir.

Passei as minhas mãos por baixo de sua camisa social e senti na ponta dos meus dedos a sua pele cheirosa e macia, ela soltou um pequeno gemido enquanto descia a minha boca para o seu pescoço.

Com uma das mãos comecei a desabotoar a sua camisa e fiquei embriagada pela visão magnífica de seus pequenos seios tampados por um sutiã de renda vermelho, eu lambi a parte exposta e a puxei pra mim.

Voltamos a nos beijarmos enquanto eu a conduzia até a minha mesa, ela novamente tentou falar alguma coisa e outra vez a impedi com os meus lábios.

Girei o seu corpo pra que ficasse de costas pra mim e a debrucei sobre a madeira depois de jogar pilhas e mais pilhas de documentos no chão, afastei as suas pernas e com alguns dedos brinquei com a sua intimidade que naquela altura já se encontrava preparada pra mim. Quente e úmida como eu.

Afastei a sua calcinha e meti lentamente um dedo na Orm, ela soltou outro gemido.

E então ouvi batidas na porta, tentamos ignorar, mas a pessoa do outro lado insistiu...

...

(Por Orm)

- Senhorita Sirilak, posso entrar? – Chamei-a pela terceira vez estranhando a falta de uma resposta vinda do lado de dentro da sala – Senhorita...

- Entre – Finalmente ela respondeu e eu entrei – Aconteceu alguma coisa?

- Sim – Ela parecia ter acabado de acordar, estava com a pele levemente corada e os olhos voltados para a janela, um pouco de suor transcorria em seu rosto – A reunião com um dos fornecedores da parte norte, ele já está aqui para negociar sobre o contrato.

- Está bem – Ela disse sem olhar pra mim – Mande preparar a sala de reuniões e o encaminhe até lá, daqui alguns minutos irei encontrá-lo.

- Senhorita, você está bem? – Perguntei preocupada, pois ela parecia diferente.

- Você pode ir Orm e por gentileza, faça o que ordenei ok – Ela se limitou a dizer.

Saí da sala encucada com a situação, a senhorita Sirilak agiu de forma totalmente estranha, mas eu não tinha o direito de interferir ou sequer questioná-la, ela era a minha chefe.

Fiquei triste com a frieza que ela demonstrou ter, era como se eu estivesse lidando com uma pessoa completamente diferente, não era a mulher com quem havia passado alguns bons momentos em Nova York.

Essa mulher parecia querer me evitar a qualquer custo como se tivesse raiva da minha presença ou até mesmo nojo de mim e eu buscava em meu interior um jeito de sobreviver a tudo aquilo sem enlouquecer.

Tudo o que ela fazia ou deixava de fazer estava me afetando e eu não sabia o porquê. Depois percebi que o calor e a força que emaranhava daquela mulher me atraia irracionalmente, eu desejava respirar o mesmo ar que ela levava aos próprios pulmões.

Que tolice a minha!

Quando tudo ficou pronto, nós duas fomos para a reunião com o fornecedor e o secretário do homem, com o tempo tudo correu bem.

No início da noite ela me dispensou mais cedo que os demais funcionários. Pensei nas coisas que passei desde o dia em que esbarrei com ela na entrada da empresa, nas nossas conversas, nas minhas fugas... A senhorita Sirilak não demonstrava claramente qualquer sentimento, mas deixava visível que possuía algum.

Ela me olhava de uma maneira que fazia eu me sentir nua, alguns homens faziam aquilo e me incomodavam, porém os olhares dela me despertava euforia, eu a cobiçava, ela era uma peça diferente em um jogo que já tinha visto jogarem e que eu nunca joguei... Exótica?

Cheguei em casa e logo após o banho adormeci, tive uma noite tranquila e sem sonhos ou pesadelos, todavia o pensamento continuou vagando entre os nossos momentos juntas.

Acordei suada e cheia de desejos, isso me fez entender que eu precisava falar com ela sobre mim... Sobre nós!

...

(Por Lingling)

Vocês vão me achar uma tola, mas outra vez eu perdi a coragem de falar com a Orm, ainda mais depois do sonho... Nunca havia dormido no trabalho, mas a minha mente ficou exausta demais e toda a bateria do meu corpo descarregou.

Eu tinha acabado de sonhar com ela e de repente ela me apareceu e mais uma vez eu me contorci em minha cadeira evitando encarar aquele lindo rosto.

No dia seguinte cheguei mais cedo na empresa e cumprimentei os funcionários, andei direto para a minha sala, percebi a bolsa da Orm na mesa que ela ocupava, estranhei o fato dela já ter chegado, porém não a vi em lugar algum.

Não demorou muito tempo para ela bater em minha porta, pontual como desde o primeiro dia em que começou na Bit Company, autorizei que ela entrasse e pude me deliciar do seu perfume.

Ela sorriu assim que entrou, vestia uma camisa clara e saia até os joelhos, linda. Ela trazia em baixo do braço o tablet e na mão uma bandeja com dois copos de café.

Gentilmente me ofereceu um e assim que o peguei de sua mão os nossos dedos se encostaram, ela ruborizou na hora enquanto eu senti palpitações.

Ela abriu a minha agenda e confirmou que naquela manhã eu estava livre de compromissos externos e que havia uma reunião num restaurante em Southampton, mais de duas horas de viagem.

Assenti enquanto tomava a bebida.

Depois ela informou que não havia mais nenhuma programação, seria um dia tranquilo e voltou a sorrir, agradeci pelas informações e pedi que ela revisasse todo o material que usaria para o meu compromisso.

Antes que ela saísse, eu a chamei e disse que ela iria comigo, sairíamos por volta das 10 horas, isso nos daria uma vantagem sobre o trânsito e ela balançou a cabeça em afirmação.

A verdade é que eu mal conhecia a Orm, mas desde o primeiro instante em que a vi eu não quis me afastar dela e naquele pouco período em que trabalhamos juntas acabei descobrindo as dificuldades que ela enfrentava com a mãe e aquele ex nojento.

Eu queria protegê-la daquele mundo, mas quem a protegeria do meu? Ah, se eu pudesse mudar o meu passado... Mas eu sabia que em algum momento eu seria cobrada por ele e não arrastaria aquela pessoa que apesar dos infortúnios da vida sempre me sorria.

Eu me apaixonei por ela antes mesmo de conhecê-la e depois que a conheci eu me apaixonei cada vez mais, porém o medo de ser rejeitada pesava, a frase que ela falou nos Estados Unidos... Ela disse que não se via em um relacionamento com outra mulher e eu era uma mulher!

Decidi focar no trabalho, o que tiver de ser... Será! Não é?

ME ESPERA...Onde histórias criam vida. Descubra agora