Não se preocupe, pode segurar a minha mão

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(Por Lingling)

Cheguei em Hillingdon por volta das 08 horas, chegando no aeroporto de Heathrow após alguns minutos, no táxi me certifiquei que Orm também já estava a caminho.

Nós nos encontramos na sala de espera para embarque e ficamos repassando o conteúdo do projeto, às vezes ela olhava pelas janelas enormes as aeronaves indo e vindo, os olhos brilhantes e um sorriso faceiro nos láb deios, vê-la daquela forma só alimentava a minha curiosidade em saber mais:

- Você parece fascinada com os aviões – Argumentei fechando o notebook.

- Me desculpa a distração senhorita Sirilak...

- Vamos passar três dias juntas – Interrompi-a – Somente na reunião você deverá manter a formalidade, agora pode de chamar de Lingling.

- Lingling – Ela sussurrou corando um pouco – Como estava dizendo, eu estou beatificada com o tamanho desses jatos, eu só viajei uma vez e isso foi a muito tempo atrás.

- Quando os seus pais vieram pra cá? – Especulei.

- Sim senhorita... – Mudei a expressão em meu rosto fazendo-lhe pausar o que dizia e se corrigir – Lingling... O meu pai recebeu uma oferta de emprego aqui e não pensou duas vezes ao trazer a minha mãe e eu junto.

- Ele deve ser um bom pai – Falei enquanto lembrava dos meus pais ausentes.

- Ele foi – Ela de repente ficou triste – Ele faleceu faz alguns anos e hoje é só a minha mãe e eu.

- Sinto pela sua perda.

- A morte faz parte dessa vida senhorita... Lingling! Ao menos a minha mãe continua viva e mora comigo.

- Você deve ser um orgulho pra ela.

- Ela me falou isso essa semana – E abriu aquele sorriso lindo.

Estávamos sentadas lado a lado, o meu coração batia tão forte que tive medo dela escutar, era aquele sorriso outra vez...

Vocês não têm noção do quanto de autocontrole eu gastei, tanto ali quanto em dentro da aeronave!

Orm voltou a olhar pra fora enquanto era anunciado no auto falante que em breve começaria o embarque dos passageiros:

- E os seus pais? Ainda estão vivos? – Ela perguntou e eu me mantive calada, este silêncio a fez me encarar – Desculpa se perguntei o que eu não deveria.

- Eu não falo com os meus pais tem um bom tempo e não os vejo há anos, contudo eu sei que eles estão vivos.

- Mas como você sabe? – Ela me olhou intrigada e eu fiquei tensa, essa conversa seguiu para um caminho indesejado.

- Porque eu continuo aqui na Inglaterra – Me limitei a responder e abri o notebook acabando o assunto.

Depois de esperar por mais de uma hora finalmente embarcarmos, ela sentou-se na janela e ficou reparando na movimentação externa, o meu banco era ao lado do dela, peguei um livro e comecei a folheá-lo.

Assim que a aeronave se afastou do portão de embarque e aumentou a velocidade na pista, Orm fechou os olhos e segurou a minha mão apertando-a com força, o meu livro caiu, porém observei o seu medo e com a minha mão livre acariciei a sua.

Ela tinha mãos macias e unhas bem feitas pintadas de rosa, igualmente aos lábios.

Tentei ser gentil e fiquei falando que era normal a sensação de estar subindo, já que o avião se desgrudara do solo e já tomava o caminho dos céus.

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