𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 7

358 44 92
                                    

CAPÍTULO 7

Dez minutos se passaram dentro do trem, e ele finalmente parou em uma nova estação. É idêntica a outra, porém parece mais limpa, com uma coloração diferente. Nós subimos as escadas, passamos pelas catracas e subimos novamente.

Nós nos encontramos na mesma cidadezinha, na mesma praça com decorações natalinas, mas dessa vez não havia centenas de pessoas atirando para todos os lados. Eles estão simplesmente vivendo suas vidas. E Cinco estava certo, é o mesmo horário no qual nos saímos.

— Que loucura. Como pode existir algo como… esse metrô! — Eu fico abismada. Em poucos dias Cinco mostrou para mim um mundo totalmente mágico, e que sem essas provas e demonstrações, eu nunca acreditaria.

— É extraordinário! — Cinco parece mais encantado com o fato.

— É uma estação fixa, bem aqui nessa cidade? Como as pessoas não entram no trem por engano e são teletransportadas para outras linhas do tempo? — Eu questiono.

— E quem diz que não acontece? Nós só não sabemos.

Cinco volta para o metrô, descendo as escadas rapidamente. Eu o sigo com medo de ficar presa nessa linha do tempo. Já no subterrâneo, ele para na frente de uma espécie de mapa de led, e analisa a volta para casa.

— Nossa, que complicado — Eu murmuro, vendo as linhas se cruzarem como um labirinto. De fato, há muitas estações e percursos no qual seguir.

— Bem, nós temos que pegar o trem oeste, à nossa direita, e descemos na primeira que passar, naquela que viemos.

— Certeza?

— Se esse mapa tá correto, então eu tenho certeza. Olha aqui — Cinco faz um desenho com o seu dedo, mostrando o percurso que iremos fazer.

Esperamos pelo trem da direita chegar, e entramos nele. Fazemos exatamente como Cinco disse, e isso levou quase uma hora. Um tanto curioso, sendo que da primeira vez não levou mais de quinze minutos. Está claro que a medida usada como espaço-tempo não se aplica aqui.

Nós chegamos na estação dita por Cinco, e já de cara percebo que não é a mesma. Não havia um saco de lixo no canto da parede na primeira vez que estivemos aqui. Para tirar a prova, nós vamos à superfície. Quando me deparo com o que vejo aqui em cima, senti uma onda descer da minha cabeça aos pés, me afligindo.

— Que porra é essa? — Eu exclamo, sem pensar.

Não há nada aqui. Não há cidade. É só um grande colchão branco de neve por quilômetros e mais quilômetros. Era para estar todo mundo aqui, os irmãos de Cinco usando seus poderes contra os atiradores, mas não tem ninguém.

Eu sinto um frio na barriga, e não é pela temperatura. Me sinto tão perdida quanto se estivesse num bote salva vidas no meio do oceano.

— Calma, vamos voltar lá pra baixo e olhar o mapa de novo — Cinco diz, cauteloso.

— É, é melhor mesmo — eu tento disfarçar o meu nervosismo.

Voltamos para o subterrâneo, estudando o grande mapa do metrô. Refazemos o plano de Cinco diversas vezes, e ele estava certo, era para estarmos na nossa linha do tempo. Se Cinco não tivesse confundido os símbolos.

Agora, ao invés de estarmos na nossa linha do tempo, nos afastamos muito de lá. Descobrimos que as estações não são ligadas em ordem. Por isso teremos que chegar na estação do símbolo 1, que é conectada com o símbolo 8, para assim podermos voltar uma estação, conectada no símbolo 4. A nossa estação, nossa linha do tempo.

O Exílio - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora