𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 28

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CAPÍTULO 28


Como combinado ontem, Cinco veio me buscar em casa para irmos à agência. Ainda bem que ele atrasou, porque hoje eu não saí do banheiro tão cedo. No primeiro segundo de pé, eu já senti uma queimação na garganta, junto a um embrulho no estômago que me fez correr para o banheiro.

Bela forma de começar o dia.

Tomei um banho e me senti faminta no café da manhã, tal fome era visível até para minha mãe e irmã. Quando Cinco chegou, avisou buzinando e me mandando uma mensagem. Eu fui até a janela dizer que ainda estava comendo, mas ele não viu. Eu estava com fome o bastante para não querer sair.

— Quem é que tá buzinando aí? Que irritante — Sophia reclama, porque está mesmo irritante.

— É Hargreeves. Eu tenho que ir.

— Que atencioso. Ele te busca e te deixa em casa. — Minha mãe comenta.

— Hummm, o namoradinho da Mary.

— Namoradinho? Não fala besteira. — Eu dou uma risada irônica, fingindo negar. — Até mais, vejo vocês mais tarde.

— Até mais, Mary.

Eu saio pela porta e corro para o carro na minha frente, que emite uma buzina estridente, agravando minha dor de cabeça. Cinco só para quando eu abro a porta do passageiro.

— Tava mais fácil eu te buscar no horário do almoço. — Ele diz, dando partida no carro sem nem olhar na minha cara.

Bom dia, Hargreeves. — Falo, num tom firme. Não é minha culpa, eu não previ uma manhã com vômitos.

— Você era mais pontual, Marilyn.

— Eu passei mal, tá bom? Atrasei no café da manhã.

Ele fica em silêncio. Seus ombros relaxam e ele se vira para mim, um olhar de desculpas, mas não forte o bastante para ele verbalizar.

— O quê aconteceu?

— Náusea… aquela comida estragada lá. Acabei vomitando.

Sua mão encontra a minha, e ele segura para apertar um pouco.

— Quer ir ao hospital? Já vamos direto daqui.

— Não, não precisa. Já coloquei pra fora, não vai fazer mal.

— Se mudar de ideia, me fala, tá bom? Eu vou com você. — Ele beija a minha mão, e eu só assinto com a cabeça.

Me sinto melhor agora, não acho que vou precisar perder um dia inteiro no hospital. Estou surpresa como Cinco não passou mal com aquela comida. Nós dois nos alimentando dos mesmos animais nojentos no metrô, devíamos ter a mesma resistência para intoxicação alimentar.

Com alguns minutos de trânsito, chegamos ao escritório. Fomos direto para a sala dele, prontos para o dia corrido na investigação. Nós fizemos uma base de planejamento para o dia de hoje, e Cinco disse que estava na hora de investigarmos os Keepers mais a fundo.

Adiantamos ao máximo nosso trabalho e tiramos o restante do expediente para missão em campo: os disfarces que há sete anos não usamos. Na sala de figurino, busquei roupas para nós dois, a de Cinco deixada perfeitamente em sua capa como da última vez.

Nós nos trocamos na sala. Hargreeves achou que seria uma boa ideia me puxar pelo quadril enquanto estávamos sem roupa, mas só pensar em gastar a minha pouca energia, me deu dor de cabeça.

— Não. Para com isso. Vamos terminar logo essa missão. — Me afasto dele, vestindo a calça escura que escolhi para o meu disfarce. Ele levanta as mãos, em defesa, e também volta a vestir suas roupas.

O Exílio - Cinco HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora