A Luz na Escuridão (J-HOPE)

Capítulo 34

Era segunda-feira de manhã, e o sol mal havia aparecido no céu quando o celular de Hoseok começou a vibrar em cima da mesa de cabeceira. Ele não queria acordar ainda. Enfiou o rosto no travesseiro e suspirou, mas as notificações não paravam. Ao lado, Jin Ah dormia tranquilamente, ainda imersa em um sono profundo. Hoseok esticou a mão preguiçosa até o telefone, com os olhos semicerrados, tentando se situar. Ele mal havia pegado o aparelho quando percebeu o que estava acontecendo: várias ligações perdidas e dezenas de notificações do grupo "BANGTAN irmãos".

O coração dele disparou. Ele desbloqueou o telefone com pressa e viu que os meninos já estavam discutindo.

Namjoon: "Hoseok, atende o telefone! Isso é sério."

Taehyung: "Hyung, você precisa ver o que está rolando na internet. Acorda!!"

Jin: "Me liga quando puder. Isso tá fora de controle."

Uma sensação ruim começou a tomar conta de Hoseok, uma que ele já conhecia bem demais. O peito apertado, os pensamentos confusos. Ele se sentou na cama e olhou para Jin Ah, que ainda dormia, alheia à tempestade que estava prestes a cair sobre eles.

De repente, o celular dela começou a tocar também. Hoseok olhou para o visor: "Appa", dizia o nome na tela. Jin Ah, sonolenta, acordou ao som insistente da chamada e atendeu o telefone com a voz ainda embargada de sono.

— Appa? O que aconteceu? — ela perguntou, sua voz suave e arrastada. Mas, ao ouvir a resposta do pai, o semblante dela mudou instantaneamente. Jin Ah sentou-se na cama, arregalando os olhos enquanto escutava o pai, que falava de maneira rápida e aflita. — Protesto? Na frente do restaurante? Como assim? — A voz dela tremia enquanto tentava entender o que o pai dizia.

Enquanto isso, Hoseok destravou seu celular novamente e, impulsivamente, abriu o Instagram de Jin Ah. Foi como levar um soco no estômago. Ela, que tinha pouco mais de mil seguidores, agora contava com mais de 400 mil. Milhares de notificações invadiram sua conta: mensagens diretas, comentários, menções. As redes sociais dela estavam em chamas.

Mensagens horríveis se acumulavam:
"É verdade? Você tá com o J-Hope?"
"Quem você pensa que é pra namorar ele?"
"Sua mentirosa, pare de inventar histórias."

Hoseok largou o celular, sentindo a ansiedade tomando conta. Ele passou as mãos pelo rosto, tentando entender o que havia acontecido, mas o choque não permitia que sua mente processasse tudo com clareza. Jin Ah olhou para ele com os olhos cheios de preocupação, e antes que ela pudesse perguntar o que estava acontecendo, uma mensagem estranha apareceu no celular dela, de um número desconhecido.

"Bom dia, princesa! Gostou da surpresa que te fiz? Espero que você esteja aproveitando. Assinado:
Min-Jae."

O telefone escorregou das mãos de Jin Ah. Lágrimas começaram a escorrer silenciosamente de seu rosto enquanto ela encarava Hoseok, sem palavras. O nome Min-Jae trouxe de volta lembranças amargas, e agora, estava claro o que havia acontecido. Ela tentou falar, mas as palavras não saíam.

— Foi ele... foi o Min-Jae... — sussurrou, a voz falhando, enquanto lágrimas caíam dos seus olhos. Hoseok sentiu a raiva fervendo dentro dele. Ele se levantou abruptamente, pegando o celular e, sem pensar duas vezes, atendeu a ligação do agente, que não parava de insistir.

— Hoseok, é verdade? Isso é sério? — O agente foi direto.

Hoseok passou a mão pelos cabelos, tentando organizar os pensamentos.

— Bom... — Ele olhou para Jin Ah, que estava com o rosto nas mãos, devastada. Sua respiração estava pesada. Ele não podia mentir. — Sim. É verdade. Nós estamos juntos.

O agente suspirou do outro lado da linha. — Certo, precisamos resolver isso rápido. Vocês dois não podem fazer nenhuma declaração por enquanto. É melhor ela colocar as redes sociais no privado e desativar os comentários. A situação tá fugindo do controle. Vamos proteger vocês, e especialmente ela. Não vamos cometer os mesmos erros que cometemos com o Tae e o Jungkook.

— Entendido. — Hoseok desligou, respirando fundo antes de se aproximar de Jin Ah. Ele acariciou suas costas gentilmente e disse em voz baixa: — Você precisa privar suas redes sociais agora. Desativar os comentários e mensagens também. Vai te ajudar a evitar isso por enquanto.

Jin Ah assentiu com os olhos marejados, enquanto Hoseok pegava o celular e pensava em quem ligar. Ele não ia deixar aquilo passar batido. O Min-Jae estava brincando com a pessoa errada. Ele pensou rapidamente em um conhecido, alguém que Tae havia mencionado uma vez. Pegou o telefone, decidido a investigar cada detalhe da vida de Min-Jae, para garantir que ele pagasse pelo que havia feito.

Hoseok voltou para a sala onde Jin Ah ainda estava, em choque, com o telefone nas mãos.

— Me desculpa por isso, Jin Ah. — Hoseok abaixou a cabeça, a voz carregada de culpa. — Devíamos ter sido mais cuidadosos.

Ela olhou para ele com lágrimas nos olhos, a voz trêmula: — Hobe... meu pai... — ela começou a chorar, as palavras saindo em soluços.

— O que aconteceu? Estão ameaçando ele? — Hoseok perguntou, preocupado.

— Não... não exatamente — Jin Ah secou as lágrimas, tentando se acalmar. — Mas ele disse que teve que fechar o restaurante. Tem gente protestando na frente, segurando cartazes. Ele ficou atordoado e passou mal... Meu pai tem problema de coração, Hobe. Ele tá no hospital agora.

O mundo de Hoseok parou por um momento. Ele sentiu o chão sumir sob seus pés.

— Em qual hospital ele está? Vamos até lá agora.

Jin Ah o olhou hesitante. — Você acha que é uma boa ideia você ir comigo?

— Não... — Hoseok respirou fundo, percebendo que sua presença poderia piorar a situação. — Você tem razão. Acho que não é uma boa ideia. Mas você não vai sozinha. Vai com meu motorista, e não no seu carro. Pode usar um dos meus. Vai com o Hyundai blindado. É seguro, e nunca usei esse, então não sabem que é meu.

Ela assentiu, ainda atordoada, e foi se preparar para sair.

Enquanto Jin Ah se arrumava, Hoseok se sentou no sofá, a mente a mil. O que ele tinha feito?