O outono no Rio de Janeiro deu lugar ao início de um inverno suave, trazendo uma sensação de frescor e renovação à cidade. As temperaturas haviam caído lentamente, e as brisas frescas substituíram o abafado do outono. A atmosfera era um alívio bem-vindo para Sofia, cujas semanas passadas haviam sido marcadas por uma profunda melancolia e estresse.
A saúde de Maria José começou a mostrar sinais de melhora. A avó, que havia estado extremamente fraca, agora parecia recuperar um pouco de vitalidade. Embora a melhora fosse considerada temporária pelos médicos, a visão de Maria José com um brilho renovado nos olhos trouxe um sopro de esperança a Sofia. As visitas ao hospital tornaram-se menos frequentes, e Sofia passava mais tempo em casa, tentando encontrar um equilíbrio entre sua vida pessoal e os estudos acumulados.
Com Daniel longe devido ao campeonato de surf, as interações entre eles eram limitadas a ligações e videochamadas. A distância física fazia com que a comunicação fosse mais desafiadora, e as conversas, embora ainda cheias de carinho,se tornacam cada vez mais difíceis de acontecer e não conseguiam preencher o vazio deixado pela separação.
Em uma tarde fria, Sofia sentou-se em seu apartamento, o calor do chá que ela estava bebendo era um alívio contra o clima externo. Seu celular tocou, sinalizando uma videochamada de Daniel. Ela atendeu com um sorriso cansado, e a tela se iluminou com o rosto familiar dele, agora visivelmente cansado, mas ainda com o charme que ela lembrava.
“Oi, Sofia,” Daniel disse, sua voz suave e preocupada. “Como você está?”
“Oi, Daniel,” respondeu Sofia, tentando manter um tom leve. “Estou melhor, obrigada. E você? Como está o campeonato?”
“Complicado,” Daniel confessou, balançando a cabeça. “Não estou indo tão bem quanto esperava. A pressão aqui é intensa.”
Sofia ouviu a frustração na voz dele, sentindo um misto de empatia e tristeza. “Eu sinto muito por isso. Eu sei como é difícil lidar com tanta pressão.”
A conversa continuou, com Daniel compartilhando as dificuldades que estava enfrentando e Sofia ouvindo atentamente, oferecendo apoio moral. Mesmo à distância, a conexão emocional entre eles parecia persistir, mas o peso da separação e a falta de presença física eram evidentes.
Enquanto isso, Vanessa, com sua energia vibrante, continuava a ser uma constante em sua vida. Ela apareceu no apartamento de Sofia com um ar de entusiasmo, pronta para ajudar com qualquer coisa que precisasse.
“Ei, Sofia,” Vanessa disse, entrando e se jogando no sofá. “Como estão as coisas? Precisando de ajuda com algo?”
Sofia sorriu, apreciando a presença de Vanessa, embora suas conversas geralmente fossem superficiais. “Na verdade, sim. Estou um pouco sobrecarregada com os estudos. Se puder me ajudar a organizar isso, seria ótimo.”
Vanessa imediatamente começou a revisar os materiais de estudo, sua energia muitas vezes contrastando com o estado mais cansado de Sofia. A presença dela era um alívio temporário, oferecendo distração das preocupações.
Na faculdade, Marcos percebeu que Sofia estava lutando para acompanhar o ritmo das aulas devido ao tempo que passou no hospital. Ele se ofereceu para ajudá-la com a matéria acumulada.
“Vamos voltar a estudar juntos,” Marcos sugeriu, enquanto se encontravam na biblioteca. “Eu posso ajudar a revisar tudo o que você perdeu.”
Sofia aceitou com gratidão, e as sessões de estudo se tornaram momentos de conexão emocional e intelectual. O ambiente acolhedor da biblioteca oferecia um refúgio das tensões externas. Durante uma dessas sessões, enquanto Marcos explicava um conceito complicado, a proximidade entre eles gerava uma tensão sutil.
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Quatro estações
RomanceSofia e Daniel viveram um amor de verão, ardente e promissor, mas quando o outono chegou, a distância esfriou o relacionamento e as folhas da confiança começaram a cair. Mas será que o amor pode sobreviver às cicatrizes que o tempo deixou? "Quatro E...