A madrugada no Rio de Janeiro era silenciosa, interrompida apenas pelo som distante da cidade. O frio parecia penetrar as paredes do pequeno apartamento de Sofia, mas dentro, o calor da companhia de Maria José e o aroma da sopa recém-feita proporcionavam um refúgio acolhedor. O clima externo, com seu céu nublado e a umidade constante, contrastava com o ambiente interno, onde as luzes baixas e o som do rádio antigo criavam uma sensação de conforto.
Sofia se levantou cedo na manhã seguinte, determinada a aproveitar o dia para lidar com as suas preocupações. O inverno parecia se intensificar, trazendo uma umidade fria que fazia o ar se sentir mais denso e pesado. Ela se vestiu com um suéter de lã grosso e jeans, preparando-se para enfrentar o dia, enquanto Maria José ainda dormia, coberta por uma manta colorida.
Ao sair do apartamento, Sofia foi recebida pelo clima frio e cinzento, com as ruas molhadas pela chuva noturna. As árvores ao longo da calçada estavam desfolhadas, e o vento cortante fazia as folhas secas voarem pelo chão. A cidade, normalmente vibrante e quente, parecia adormecida sob o manto de inverno.
Na faculdade, o ambiente estava agitado, com alunos apressados e corredores cheios de murmúrios e risadas. Sofia se dirigiu para a biblioteca, onde encontraria Marcos para uma sessão de estudo. Ele estava lá, com um sorriso acolhedor, e, ao vê-la, levantou-se imediatamente para cumprimentá-la.
"Oi, Sofia! Como você está? Espero que a vovó esteja melhor," disse Marcos, com um tom de preocupação genuína.
Sofia forçou um sorriso. "Oi, Marcos. Ela está um pouco melhor, mas o frio está fazendo o dia a dia mais difícil para ela. Por isso, estou tentando me atualizar com o que perdi nas aulas."
Marcos ofereceu-lhe um café quente que ele havia comprado antes. "Aqui, isso deve ajudar. Vamos nos concentrar nas matérias. Não se preocupe com o que perdeu; eu estarei aqui para te ajudar."
Durante a sessão de estudos, Sofia e Marcos se aprofundaram em tópicos complicados, com Marcos explicando conceitos e oferecendo apoio. A atmosfera da biblioteca, com suas luzes suaves e o som do virar de páginas, era um alívio para Sofia, proporcionando uma pausa do estresse constante.
Enquanto estudavam, Sofia não pôde deixar de pensar em Daniel. As chamadas e mensagens eram uma tábua de salvação em meio à distância crescente. O sentimento de saudade era palpável, e a insegurança sobre o futuro do relacionamento pairava como uma nuvem sobre ela.
No intervalo, Marcos se levantou para buscar mais café, e Sofia decidiu aproveitar o momento para checar suas mensagens. Havia uma nova notificação de Daniel, desta vez um vídeo curto onde ele estava tentando se animar, apesar da pressão. A imagem dele, em um ambiente frio e com um olhar cansado, refletia a realidade difícil que enfrentava.
Quando Marcos voltou, ele notou a expressão pensativa de Sofia. "Algo errado?" perguntou, com um olhar de preocupação.
"Não, é só o Daniel. A competição está difícil para ele, e eu sinto que estamos nos afastando mais a cada dia," respondeu Sofia, tentando manter a voz firme.
Marcos sentou-se ao lado dela, com um gesto de compreensão. "É normal se sentir assim. Relacionamentos à distância são complicados. Mas você tem que se lembrar de cuidar de si mesma também."
O quase beijo que tiveram no dia anterior parecia agora como um eco distante, um lembrete das complexidades emocionais que enfrentavam. O clima entre eles estava carregado, e Sofia sentia a tensão crescente. Ao mesmo tempo, um sentimento de confusão e desejo estava surgindo, misturado com a preocupação com Daniel.
Mais tarde, ao sair da faculdade, Sofia encontrou Vanessa na entrada.Vanessa parecia mais distante do que o habitual, com um semblante sombrio que contrastava com seu estilo vibrante. "Oi, Vanessa. Você está bem?,podemos conversar?" perguntou Sofia, com um tom de curiosidade e preocupação.
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Quatro estações
RomanceSofia e Daniel viveram um amor de verão, ardente e promissor, mas quando o outono chegou, a distância esfriou o relacionamento e as folhas da confiança começaram a cair. Mas será que o amor pode sobreviver às cicatrizes que o tempo deixou? "Quatro E...