ELEIÇÃO

5 2 0
                                    

De quatro em quatro anos, surgem das cavernas as figuras que obtêm o desprezo cultivado do coração desses pobres coitados, forçados por lei a votarem. Nisso vem aquilo que se cria nas revoltas e desesperos, mas com propostas básicas e ilusórias, facilmente caio nesses enganos. A política muda muito em regiões, no que tem o papel de assegurar os poderes em prol da legitimidade interina dos interesses do povo, que só serve como números para as porcentagens milhares do país, facilmente esquecido pela nata dominadora da política nacional, com suas famílias centenárias de 4 séculos desde a fundação da companhia Brasil ltda. Para quem viveu, tem a noção da diferença dessa política em uma cidade grande e de uma cidade pequena, o que acontece em Atenas, não tem nada parecido em Creta, acho que a similaridade são só os Patrícios, que nem é grego, é de Roma. A magia de muitas coisas, se perderam muito ao longo dos anos, seria então o vandalismo, a cultura de escrita passando pela vulgaridade dos séculos? em cidades grandes, some muito das características de eleições, não sei exatamente, mas a base da raiva, é a mesma, a frieza curitibana pode ser sigilosa a revolta contra os políticos, ditas somente aos conhecidos, de uma forma não explícita, mas bem diferente das prosas cariocas que se dividem da lapa ou tijuca, copacabana e méier, bandeirantes ou ilha do governador. Onde em climas quentes, injúrias ou culturalmente, saem de forma mais sutil um vai tomar banho ou vai catar coquinho.
Até uns tempos, e que tempos foram esses, onde eu e meus companheiros eleitores de 6 anos, íamos pelas ruas de bairros, em pré-campanha já tinha, mas nas campanhas antes das eleições, fazíamos as nossas ternurinhas dos períodos eleitorais. As placas de políticos de pseudônimos bem incomuns, mas bem comuns na rotina, seria o bom político Nair do Pica Pau, o nosso herói brasileiro? Ou Serginho Tira Gosto? Ou melhor, representante dos interesses do povo, o João da Banha de porco? Eram tantas opções boas para as vizinhas velhas fofoqueiras, quye saiam com seus guardas chuva para descer batidas nas nossas cabeças, com boas razões, o vandalismo de políticos em grudar cartaz, e de nossa indigesta vontade e vencedora de pensamentos intrusivos como: E se a gente riscar esse cartaz? colocar uns dentes podres e bigode, quiçá um chifre nele.
Mas tudo isso era as nossas ternurinhas de campanha, coleciona santinhos de vários candidatos, os vereadores (homens puros), sempre nos davam a missão de distribuir aos populares os santinhos de votos, era cada figura presente, no que era desbocado tinha também os que nos entregavam como se fosse entorpecentes, como se não fosse presente na vida desses parlamentares, mas irei me ausentar desse papo.
Embora nessas rotinas de minhas fatigadas passadas em calçadas, tenha saído de uma desenvoltura quase boemia da malandragem conjunta da ética de minhas noções como um cidadão a favor do que é democracia, vejo que isso agora é algo exclusivo de minha vida posta, pois mesmo vivendo em uma declarada república democrática onde esses votos que lhe são confiados, andam junto de nós uma certa escuridão, e uma falta de fé, que a muito tempo morreu com nós, que nem citado foi, já é recluso da timidez traumática para fechar os braços daquele tal abraço que o Cristo redentor me deu, mas que com os tempos de hoje, sendo inspirados nas ocasiões do passado, me dá medo, e não vejo graça nas prosas poéticas, meu Deus, que fim desanimador! Carambolas.

la liberté, l'égalité et la fraternité...
existent-elles encore ?

Fragmentos de Memória e MelodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora