SONHO

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Olha aí, passando na frente dos olhos tímidos, o sonho que descansa no meu quarto, esse que fica na mente, sem portas para que outros possam entrar e ver o que a dentro. Mas esses são os sonhos que estão guardados na vigilância de nós mesmos, podem quiçá sair como pistas não intencionadas nos caminhos que vão indo pela nossa vida, no que pode ter, no que dá o apressado olhar, sugestivo ao poético dia a dia do nosso caos próprio.
Timidamente, pensei que isso não sairia em inspiração da mente do cronista, embora não seja de interesse de outros, sempre há alguém que se faz mistério, na incerteza de não saber a reação do nosso caro ouvidor e quem sabe leitor das prosas que fazem o mal da solidão, dissipar no ar das neblinas que formam o crepúsculo.
O mal se faz em todas as formas, nos sonhos mais belos ele é convidado, pois a realidade é formada duramente pelo seu não convidativo gesto de se fazer presente. Mas ele é o formador dessa realidade e que pode se fazer no imaginário até a realização numa tal alvorada. Quantas vezes pensei no que pode acontecer de mal nos meus planos, da falência e renúncia que o cotidiano sufocante iria sem novidade no futuro certo que dá em realidade de responsabilidade e tristeza.
Esse mal sairá com o meu pensamento que embora tolo seja, não dará trégua ao seu sucesso, o sucesso do mal é a quebra do real objetivo, que se faz belo na vida. O bem que está na simples casa, casinha do meu aconchegante lar, o bem que que mora no olhar da minha amada filha, nos olhos que focam em mim, e que esquenta o coração que é frio pelo dia, é que a paixão eterna abriga em nossas memórias que se levaram ao futuro e bem para ser lembradas. O bem que habita e se faz melodia no dia a dia ao lado da minha amada, que faz o amor dos laços fortes, afastar todo mal, aquele mal não vai chegar, e por mim são bonitas, são lindas como as ruas calmas as nossas memórias mais bobas, as mais cafonas e vergonhosas.
O bem vai ser morada do meu dia, da imaginação que foi o sonho, sonho esse que faz até os cegos enxergarem o real valor das coisas, posso não saber a verdade que o mundo tem em seus mistérios, mas a verdade que vivi nos olhos daqueles que fazem companhia, e que eu dou o amor para fazer o dia deles bem, já faz a real grandeza das coisas que me são postas. Perfeição é olhar meu livro de memórias, ver as belas noites que sonhei, nos altos sonhos da noite com a esperança da Alvorada até o desabrochar da mais bela flor, que espiei no jardim.

Fragmentos de Memória e MelodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora