POEMA DA PROCURA

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Alguns me procuraram.
Olharam o meu corpo,
Quase numa subtração para si.
Me perguntaram,
Como é ser belo?
Belo não sou, apenas existo, os olhos são donos de própria opinião.

Alguns me procuraram.
Olharam o meu coração,
Quase numa espécie de paixão.
me perguntaram,
Você ama?
Amar eu amo, as flores, a poesia e a beleza que vejo. Mas amor verdadeiro, esse é a lealdade.

Alguns me procuraram.
Olharam os meus pés,
Quase que numa espécie de dó.
Me perguntaram,
Você trabalhou muito?
Servi como escravo, fui iludido por promessas, mas no fim, mes restou solas fatigadas.

Alguns me procuraram.
Olharam minhas roupas,
Quase que numa espécie de deboche,
Me perguntaram.
Não tens vergonha?
Não sou tão vaidoso, a vaidade se perde com aqueles que necessitam do novo para ser feliz.

Alguns me procuraram.
Olharam no fundo dos meus olhos,
Quase que num suspiro derradeiro,
Me perguntaram.
O que é a vida?
Isto eu não sei, pois não vivi, apenas lutei.

Fragmentos de Memória e MelodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora