AMARGURAS DE NOVO?

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Era um sol trincando os olhos, digo até que com esses dias quentes, surge doenças que não é de muito agrado pro vosso sagrado corpo. Os carros que buzinam, o barulho ensurdecedor, tudo num sonoro conjunto de ruidos que fazem a festa da dor de cabeça. Mas pelo menos era dia de pagamento, e junto dessa felicidade, estava tambem joão, o João Paulo, com a cara carrancuda de cansado, pergunto o porque da cara, já que é sexta, tem bar, tem praia, ainda são 9 da manhã

-Sabe, eu estou cansado do Rio, que cidade hein! Sinto que tudo conspira contra mim, seja a luz, a cama, a mulher, o trabalho, a rua, tudo, e nem me atrevi a dizer injúrias a você, aqui agora, que me tira paciência por presença. - disse na delicadeza educada dele.

Se pensamos que tudo está vindo para o pior, então podemos dizer que JP está certo de sua indagação, é só pensar no que é dado no direito como humanos, homens e seus direitos, que tolo somos nós, não é mesmo? Há muitos questionamentos que surgem ao longo do caminho, trazem dilemas mil, que fazem a nossa mente voar em problemas, e quantos problemas temos, são inúmeras, quem sabe existe uma chance irracional da probabilidade desses problemas não serem mais problemas no dia? Ou seria mais um problema deles não serem nossos problemas com surgimento de outros mais? Se fomos cabisbaixo, assim como João Paulo, talvez ele tenha sim, toda razão de ser humano da amargura, quem diria hein... João, Jão

-Bem, não queria viver nessa coisa, a mais quem liga né?

-Bem João, apesar de tudo, eu me importo com você

-Ok, você é uma pedra, vive no meu sapato, mas valeu (tom de desprezo)

Todos nós estamos em uma espécie de máscara para o mundo lá fora, ninguém sabe das nossas lutas, o que fará diferença esse sol? Seja frio, seja qualquer coisa que a natureza tem a oferecer, pois na amargura dessas fatigadas retinas, cansa a nossa alma e outros quiçá. Viver pelos olhos, às vezes nos faz enlouquecer demais, a realidade tem de ser encarada (ela também nos faz doido), o trabalho que nós conhecemos como vida, é cansativa, sobretudo pelas notícias, a doença do mundo e essa coisa que chamamos de vida financeira, acho que ela é a responsável de toda a amargura, cria responsabilidades consigo mesmo, no que afeta a mente e muito mais do que possamos pensar no instante de reflexão irracional dos segundos matemáticos. Todo esse estresse, indignação de João, é plausível, mas isso é culpa da natureza? A não, pode ser também o sono? Pois bem, não sou um anjo como o Jorge Ben Jor, mas posso dizer que o paraíso que moro pode ser encontrado nas simples observações que a vida fatigada nos censura, pois em tantos motivos de raiva, de ódio, há uma coisa que nossos olhos escondem, a felicidade do pai, o cuidado da mãe, o amor dos namorados, o carinho do cachorrinho, a soneca do gatinho, a feliz refeição do porquinho da índia, tudo isso são pequenos detalhes, não fazem diferença a aquelas pessoas que preferem a dor constante da alma, do que as pequenas coisas notáveis

Amo ver assim a vida, o que vai me custar beijar a pessoa que amo? Não vai me ser cobrada a taxa de fazer um dia de alguém feliz, não vou fazer mentiras para aqueles que confio e considero, têm de se levar a vida do jeito tranquilo, mesmo com as dores do mundo, não podemos ignorar, é claro, mas não posso esquecer do amor que deve existir das flores, pois a vida pode ser aproveitada também pelos olhos que me fazem sentir briza do mar e admiração da juventude que faz a diferença na verdadeira causa do mundo.

Fragmentos de Memória e MelodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora