Ligação

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Na delegacia, Kevin sentava impaciente em uma cela. Estava ainda com marcas da briga no rosto, um corte no lábio e um olho roxo. Um policial entrou, desinteressado, e jogou uma pilha de papéis na mesa.

— Você está liberado
disse ele de maneira fria.

Kevin ergueu a sobrancelha, confuso.

— Como assim? Quem pagou minha fiança?
perguntou, tentando arrancar alguma informação. Mas o policial apenas fez um gesto com a mão, indicando que ele deveria pegar suas coisas e sair.

Sem ter escolha, Kevin levantou-se, pegou suas coisas e caminhou para fora, seus pensamentos girando. Do lado de fora, ele foi recebido pelo frio da noite e pela iluminação precária das luzes da rua. Assim que deu alguns passos, ouviu uma voz feminina chamando por ele.

— Kevin, é você?

Ele virou-se, tentando enxergar a figura que estava encostada em um carro.

— Quem é você? Eu não te conheço!
Kevin questionou, franzindo a testa.

A mulher deu um passo à frente, finalmente revelando-se sob a luz amarelada de um poste. Era Emily, com um olhar frio.

— Não te interessa quem eu sou... A única coisa que você precisa saber é que eu também quero acabar com Joseph La Verandrye.

Kevin encarou a mulher por um momento, tentando avaliar suas intenções. Ela parecia não estar brincando. Sua postura, seu olhar fixo, tudo nela gritava que estava disposta a ir longe com esse plano. Ele então deixou que um sorriso de canto surgisse em seu rosto, o olhar sombrio e cheio de más intenções.

— Interessante, e por que eu deveria confiar em você? Como sei que você não está aqui para me manipular?

Emily deu um sorriso frio, inclinando a cabeça ligeiramente.

— Porque, Kevin, nós dois temos um inimigo em comum. E eu sou a única pessoa que tem o poder e os recursos para tirar Joseph do caminho de uma vez por todas.

Ela deu um passo à frente, sua voz ficando ainda mais baixa e carregada de veneno.

— Você quer vingança? Eu quero machucar ele. Talvez isso possa dar certo
Disse Kevin a estudou por alguns instantes, a tensão no ar aumentando. Ele podia sentir o ódio que emanava dela, uma energia que ele conhecia bem. Finalmente, ele soltou um suspiro e acenou com a cabeça.

— Primeiro, preciso saber que você realmente está disposto a fazer o que for necessário.

Kevin sorriu novamente, dessa vez mais sombrio.

— Você verá do que eu sou capaz,
murmurou, os olhos brilhando em antecipação.

Emily virou-se e começou a caminhar pela rua, sem olhar para trás.

— Eu entrarei em contato quando chegar a hora. Até lá, mantenha-se discreto.

Kevin a observou se afastar, uma mistura de curiosidade e expectativa crescendo em seu interior. Aquela mulher era perigosa, ele podia sentir isso. Mas ela também parecia ser a chave para alcançar sua vingança. Com um último olhar para a direção em que ela havia desaparecido, ele enfiou as mãos nos bolsos e começou a andar, sua mente já trabalhando nas possibilidades do que estaria por vir.

No ar da noite fria, a aliança improvável entre Kevin e Emily acabara de se formar, uma parceria alimentada pelo ódio e pelo desejo de destruição.

Na manhã seguinte no hospital

Joseph estava no quarto do hospital, finalmente se recuperando após a cirurgia complicada. O dia estava claro, e a luz do sol entrava pela janela, aquecendo o ambiente. Ele estava mais consciente agora, embora ainda se sentisse fraco e cansado. No entanto, a dor das feridas e a fraqueza eram superadas pela sensação de alívio de estar vivo.

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