Tony chegou ao luxuoso hotel, sentindo o peso da situação. Ele sabia que não podia evitar esse encontro. Ao chegar à cobertura, Ramon, um ex-colega mafioso, o cumprimentou na porta com um sorriso.
— Antony! Que prazer te ver — disse Ramon, com a voz rouca e amistosa.
— Ramon, faz tempo... Parece que envelheceu bem. — Tony respondeu, retribuindo o sorriso com uma ponta de nostalgia.
— Como um bom vinho. Entra, vou chamar o Gasparini.
Tony entrou no ambiente luxuoso, mas o desconforto em seu peito só aumentava. Ele se acomodou em um sofá de couro enquanto aguardava. Em poucos minutos, Gasparini apareceu, impecavelmente vestido, com um sorriso que não alcançava os olhos.
— Tony, que bom que veio. Agradeço por aceitar o convite — disse Gasparini, com um tom que misturava formalidade e ameaça velada.
— Vamos ao que interessa. — Tony não perdeu tempo com formalidades. — Eu entendo que tem uma dívida do meu passado, mas você sabe que estou fora disso há muito tempo. Muita coisa deve ter mudado nesse mundo.
Gasparini sorriu, ajustando o paletó enquanto se sentava de frente para Tony.
— É verdade, as coisas mudaram. Mas eu preciso de alguém com pulso firme, alguém que saiba se impor. E você, Tony, é uma dessas pessoas. Vi o que você é capaz de fazer. Quem sabe, nunca esquece. — Gasparini fez uma pausa, deixando a tensão pairar no ar. — Não estou te pedindo muito tempo. Um ano, talvez. Só até a gente se estabelecer por aqui, e depois você está livre. Um ano e a dívida estará quitada, e eu nunca mais vou te incomodar.
Tony manteve o olhar fixo em Gasparini, ponderando suas opções. Ele sabia que voltar significava arriscar tudo o que construiu, mas também sabia que recusar poderia ser pior para sua família.
— Um ano, Gasparini. Eu aceito, mas com condições. — Tony respondeu firme.
Gasparini levantou uma sobrancelha, interessado.
— Estou ouvindo, Tony. Quais são suas exigências?
— Quero proteção total para minha família, e o pagamento tem que ser justo. Estamos falando de quanto por semana?
Gasparini sorriu, satisfeito com o rumo da conversa.
— Justo. Na América, falamos em dólares. Que tal $10.000 por semana?
— Quero $20.000.
Gasparini deu uma risada curta, mas não parecia irritado.
— Tony, vamos ser razoáveis. Estou começando o negócio por aqui. Fechemos em $15.000 por semana. Exclusividade no que eu pedir, e você está livre ao final.
Tony respirou fundo, sabendo que não poderia esticar essa negociação por muito mais tempo. Era o melhor que conseguiria naquela situação.
— Negócio fechado, Gasparini. Preciso de alguns dias para me preparar. Ainda tenho algumas ferramentas em casa, e o que mais eu precisar, eu te aviso.
Gasparini se levantou, estendendo a mão com um sorriso satisfeito.
— Excelente, Tony. Estou ansioso para trabalhar com você.
De volta para casa, Tony contou tudo a Maria. O peso da frustração caiu sobre os dois. Ele sabia que, apesar de ter feito o acordo mais razoável possível, estava entrando novamente em um mundo sombrio do qual ele havia jurado sair. O preço para manter sua família protegida seria alto, e ele teria que ser inteligente e cauteloso.
Maria ficou em silêncio, mas seus olhos diziam tudo. O medo e a angústia estavam de volta. Eles sabiam que a vida não seria fácil dali em diante, mas Tony esperava que, com o tempo, ele pudesse se libertar de vez dessa dívida e da máfia que ainda os assombrava.
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Nova era Amor e ruínas
Romance**Sinopse:** Após sete anos longe de Summerville, Joseph retorna à sua cidade natal como um homem transformado. Agora com vinte e cinco anos e milionário, ele carrega o peso de segredos, perdas e uma nova responsabilidade. Determinado a recomeçar su...