Nova era Amor e ruínas

A vida continua para outros

Novamente do outro lado do globo

Tony seguiu sua vida como sempre, tomou conta da pizzaria, de sua filha e de sua esposa. Depois de tudo o que aconteceu com Joseph, agora vivia tranquilamente mais uma vez.

Ele estava sentado na varanda de sua casa, saboreando um café enquanto observava a pequena filha brincando. Era uma vida simples, mas feliz, ou pelo menos era o que ele acreditava até receber aquela ligação que mexeria com tudo.

— Antony Ricci, a quanto tempo, Il migliore — Disse a Voz do outro lado da linha. Tony soube na hora quem era.

— Sr. Gasparini? — respondeu Tony, surpreso ao ouvir a voz familiar.

— Antony! — começou Gasparini, com um tom de falsa cordialidade. — Você tem uma dívida com meu pai. E, com todo o respeito, estou ligando para cobrar essa dívida.

Tony sentiu seu estômago revirar. Sabia exatamente o que Gasparini queria dizer. Ele já tinha trabalhado para o pai de Gasparini anos atrás, quando ainda estava envolvido com a máfia italiana. Aquilo fazia parte de um passado que Tony havia se esforçado muito para deixar para trás, mas parecia que o passado finalmente o havia alcançado.

— Uma dívida? — Tony perguntou, tentando soar calmo, mas sentindo o suor escorrer pela testa. — Achei que estávamos quites depois de tudo o que aconteceu.

— Meu pai nunca esquece, Antony — respondeu Gasparini. — E agora que ele se foi, eu tenho que cuidar dos negócios. Quero você de volta no jogo.

— E o que você quer de mim, exatamente? — Tony perguntou, já temendo a resposta.

— Summerville é um ponto estratégico. Pequena o suficiente para ficar fora do radar, mas com potenciais rotas de distribuição para o resto do país. Estamos montando uma operação de comércio de produtos e drogas, e queremos que você seja o responsável por isso na sua cidade.

Tony ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que Gasparini havia dito. Ele sabia que aceitar aquilo o jogaria de volta ao submundo do crime, e tudo o que ele havia construído até agora — sua paz, sua vida em Summerville — estaria em risco. Mas ele também sabia que a máfia não fazia pedidos. Eles exigiam. E dizer não poderia significar colocar sua vida em perigo, ou pior, colocar em risco as pessoas que ele amava.

— Eu não estou mais nesse mundo, Gasparini. Eu saí há anos, e minha vida agora é outra — Tony tentou argumentar, sua voz firme, mas incerta.

— Ah, Antony, eu sei disso. Mas não estou pedindo que você retorne à vida que tinha. Só estou te dando uma oportunidade. Um último trabalho, uma chance de pagar sua dívida e sair de vez. Pense nisso como um favor... por velhos tempos.

O silêncio pairou por alguns segundos, e Tony sabia que Gasparini não iria aceitar uma recusa simples.

— Me deixe pensar sobre isso, Gasparini — Tony respondeu, mantendo a calma.

— Claro, Antony. Mas não demore. Nós somos pacientes, mas até a paciência tem seus limites. Vou te ligar novamente em alguns dias — disse Gasparini, com um tom ameaçador que fez o coração de Tony acelerar. — Até lá.

A ligação terminou, e Tony ficou olhando para o telefone, seu coração ainda batendo rápido. Sabia que não tinha escolha. Uma vez que a máfia o puxava de volta, era quase impossível escapar. Ele precisaria ser cuidadoso, pensar em uma saída, mas as opções pareciam limitadas.

Agora, com Gasparini querendo expandir os negócios da máfia para Summerville, Tony se via em um dilema. Ele tinha que proteger a cidade e sua própria vida. A última coisa que ele queria era trazer o caos para a vida de sua família, assim como ele próprio, haviam lutado tanto para construir.