Negociações

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No dia seguinte, Tony decidiu que não podia mais esperar. A situação estava se deteriorando rapidamente, e ele sabia que se não tomasse uma atitude, todos seriam tragados pela violência iminente. Ele foi até o hotel onde Gasparini e sua equipe estavam hospedados, decidido a confrontar o chefe da máfia italiana.

Quando chegou à cobertura, foi recebido por Ramon, que, mesmo ciente da gravidade da situação, o cumprimentou com um aceno discreto.

— Ele está esperando por você — disse Ramon, baixando a cabeça e abrindo caminho para que Tony entrasse.

Tony caminhou até a sala luxuosa, onde Gasparini estava sentado em uma poltrona de couro, um charuto entre os dedos e um sorriso confiante no rosto.

— Tony! — exclamou Gasparini, levantando-se para cumprimentá-lo. — O que o traz aqui tão cedo? Tudo corre bem com o nosso negócio?

— Não, Gasparini, não está nada bem — respondeu Tony, sua voz carregada de seriedade.

O sorriso de Gasparini vacilou por um momento, mas ele rapidamente retomou sua postura relaxada.

— Ah, vejo que você está preocupado. Os russos, imagino? — ele disse, soltando uma baforada de fumaça e se recostando na poltrona.

Tony cruzou os braços, mantendo seu olhar firme em Gasparini.

— Você sabia que isso iria acontecer, não sabia? — Tony começou, sem rodeios. — Você sabia que, ao trazer sua operação para Summerville, estava invadindo o território deles. Agora, os russos estão prontos para agir, e você me colocou no meio disso, junto com um bando de garotos que mal sabem como segurar uma arma.

Gasparini ficou em silêncio por um momento, estudando Tony com atenção antes de responder.

— É claro que eu sabia que haveria conflito, Tony. Esse é o jogo. Os russos vão tentar resistir, mas com tempo, nós vamos dominar o território. Isso sempre acontece.

— Não com homens inexperientes — Tony retrucou, a voz firme. — Esses rapazes que você trouxe são jovens demais, não estão prontos para lidar com a máfia russa. E você sabe tão bem quanto eu que os russos não vão esperar. Eles vão esmagar quem estiver no caminho.

Gasparini apagou o charuto no cinzeiro, ficando em pé lentamente.

— Sei que eles são jovens, mas eles têm potencial. E, além do mais, você está aqui, Tony. Você é a chave. Sua experiência pode moldá-los, torná-los prontos para o que está por vir. É disso que preciso de você.

— Não sou um milagreiro, Gasparini — Tony disparou, dando um passo à frente. — Eu posso treinar esses rapazes, mas eles não têm o tempo ou a estrutura necessária para enfrentar uma guerra contra os russos. Se isso explodir, vai ser um massacre, e você sabe disso.

Gasparini encarou Tony por um momento, em silêncio. Ele sabia que Tony estava certo, mas seu orgulho não o deixava recuar.

— O que você sugere, então? — Gasparini perguntou, cruzando os braços, ainda tentando manter o controle da situação.

— Precisamos tomar uma atitude agora — disse Tony, a tensão em sua voz evidente. — Se você quer consolidar sua operação aqui, terá que negociar com os russos ou então prepará-los para o inevitável confronto. Mas eu não vou ficar aqui vendo esses garotos morrerem por um território que nem entendem o valor.

Gasparini apertou os olhos, ponderando as palavras de Tony.

— E você quer que eu faça o quê? Implorar aos russos? Isso nunca foi o nosso estilo, Tony. Sabemos que a única coisa que esses caras respeitam é força. Se eu tentar uma negociação agora, eles vão nos ver como fracos.

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