Proposta

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O coração de Kageyama disparou ao ouvir as palavras baixas de Hinata. Ele resfolegou, afastando-se bruscamente. Aquele era um pedido oficial ou somente mais umas das inúmeras brincadeiras do ruivo? O olhar intenso do outro fez com que Kageyama não conseguisse obter uma resposta. Ele estava realmente falando sério? O moreno não conseguia acreditar, sabia que Hinata gostava de brincar com as coisas, mas nunca imaginou tal ato vindo dele. Kageyama respirou fundo, recompondo-se, acalmando seu coração. Ele lentamente voltou para perto de Shōyō, segurando-o pelos ombros com as mãos trêmulas. O ruivo não esboçava reação alguma, o que o deixava mais ansioso.

— O... o que quer dizer com: "Casa comigo."?

Hinata sorriu suavemente, suas mãos passando pelo rosto macio e quente do moreno. Kageyama permitiu-se relaxar no toque. Sentiu uma paz inexplicável, uma ternura jamais vista.

— Você disse que quer passar o resto da vida comigo, então passa. Casa comigo. Hoje se possível.

— Você está louco? Bebeu? – Kageyama riu. Estava nervoso, sem saber se era sério ou não.

— Para, Titi. Eu estou falando totalmente sério.

— Mas Hinata... a gente nem se formou, não temos casa ou carro. A gente não tem nada. Sabe o que é isso?

Hinata deu de ombros, mantendo o sorriso suave no rosto.

— Eu sei, Titi, mas quem disse que precisamos de tudo isso agora? Não tô pedindo uma mansão nem um casamento de revista. Tô pedindo você. Só isso. – Ele falou com uma calma que surpreendeu Kageyama, que ainda estava tentando processar as palavras.

O moreno olhou para Hinata, sentindo o coração ainda mais acelerado. Aquilo não fazia sentido. Era uma proposta tão simples e, ao mesmo tempo, tão séria. Ele nunca imaginou que Hinata, com seu jeito despreocupado e impulsivo, fosse ser o primeiro a sugerir algo tão importante como casamento. Kageyama sempre pensou que seriam anos de namoro, vida estabilizada e talvez, só talvez, eles pudessem pensar nisso. Mas agora ali estava ele, encarando o ruivo que parecia completamente decidido.

— Você nem sabe o que tá pedindo... – Kageyama murmurou, tentando conter a emoção.

— Sei, sim. – Hinata respondeu com firmeza, segurando as mãos de Kageyama com força — Eu sei que é cedo, sei que a gente ainda tá descobrindo a vida e tals. Mas eu não quero perder tempo, Tobio. Quero construir tudo com você. Eu não preciso de nada agora... só de você. Quero que a gente comece junto e cresça junto.

As palavras do ruivo mexeram profundamente com Kageyama. Ele sentiu uma onda de calor no peito, um misto de medo e excitação. Ele sabia que Hinata tinha essa capacidade de fazer o impossível parecer simples.

— Eu... eu não sei se estou pronto. – Kageyama sussurrou, quase sem acreditar no que estava saindo de sua boca. A ideia de casar parecia algo distante, e ele se sentia completamente despreparado.

Hinata sorriu, um sorriso suave e compreensivo, como se soubesse exatamente o que o namorado estava sentindo.

— Ninguém tá 100% pronto, Titi. Mas é por isso que a gente faz essas coisas junto. Eu tô aqui. Você não precisa estar pronto agora... só precisa querer. E, se não quiser ainda, eu espero. Não tô te pressionando.

Kageyama ficou em silêncio por um momento, observando o brilho nos olhos de Hinata. Não havia uma única gota de dúvida no ruivo, e aquilo fazia o coração de Kageyama doer e se aquecer ao mesmo tempo. Ele se perguntou se algum dia teria essa confiança em si mesmo e no futuro. Mas, olhando para Hinata, percebeu que, na verdade, ele não precisava saber tudo agora. Talvez fosse mesmo como Hinata dizia: não era sobre estar pronto, mas sobre estar junto.

Traços do Oriente | KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora