Traços do Oriente | KageHina

Silêncio

— Eu quero seu beijo. – Kageyama sussurrou contra os lábios do ruivo.

  O carioca estava contra a parede, agarrado no pescoço do moreno, com as pernas ao redor de seu corpo, apenas esperando que Kageyama tomasse alguma atitude. Ele queria tanto sentir as mãos firmes em todo seu corpo, em seu pescoço, cintura e até puxando seus cabelos. Os dois estava sem blusa, como costumavam ficar e seus corpos se grudavam com força. Hinata passou a mão na nuca do moreno e foi até os cabelos escuros, entrelaçando seus dedos nos fios. Era só um beijo, era algo inofensivo. Precisava acabar com toda a excitação que preenchia seu corpo.

  Hinata nunca foi passivo, ele gostava de tomar as decisões e mandar tanto em mulheres quanto em homens. Mas com Kageyama era diferente. Ele parecia uma cadelinha no cio, louca para dar pra qualquer cachorro que aparece. Precisava sentir o membro do rapaz, ouvi-lo gemer no pé de seu ouvido, fazê-lo chegar ao ápice só por vê-lo tão submisso. Porém aquilo não aconteceria tão cedo, por mais que seu corpo exalasse desejo. Era só disso que precisava para estar completo, era Kageyama por trás levando-o às alturas. Era tudo que precisava.

— É só me beijar, gatinho. Faz isso logo. – Hinata sorriu malicioso, pronto para tomar os lábios do moreno em um beijo feroz.

A pele macia e quente de Kageyama tocava a de Hinata, aumentando o fogo que ambos tinham. Aquela posição estava perfeita para que fizessem o que bem entendessem e, como era uma da manhã, não teria ninguém para atrapalhá-los.

Mas antes que Kageyama finalmente tomasse alguma atitude, Hinata ouviu um som irritante. Era seu despertador, acordando-o para lembrar que Kageyama estava dormindo no outro quarto, bem distante e longe de seus lábios. O ruivo tinha um grande problema no meio das pernas, um que não se resolveria tão rápido. Decidiu ficar na cama até que aquilo passasse, mas quanto mais tempo debaixo do cobertor, mais seu calor aumentava, o que não ajudava seu amiguinho. Ele se arrastou para fora da cama e seguiu até a sala. Kageyama estava lá, surpreendentemente, mexendo em seu celular. Sua expressão não estava boa e piorava a cada dia.

— Você precisa dormir. – O ruivo disse, anunciando sua presença.

— Então quer dizer que se importa? – Kageyama sorriu brincalhão.

  Hinata cruzou os braços, tentando não parecer afetado pela presença de Kageyama, mas estava evidente que ele se preocupava, por mais que não quisesse admitir.

— Não começa, Tobio. Você sabe que vai ficar mal se continuar virado assim. – Respondeu o ruivo, sem humor para brincadeiras.

  Kageyama sorriu com aquele brilho travesso no olhar, mas seu cansaço era visível. Ele se espreguiçou e jogou o celular de lado, levantando-se devagar.

— Então, por que você não me coloca na cama? – Kageyama provocou, tentando soar leve, mas seu tom revelava mais do que apenas cansaço físico. Havia algo mais, algo que Hinata notava, mas preferia não abordar — Igual aquela vez, lembra?

  Hinata ficou sério. Ele não tinha paciência para as provocações de Kageyama naquele momento, mesmo que parte dele quisesse morder a isca. Mas algo de dentro o impedia.

— Vai dormir, Tobio. Não brinca com isso... – Hinata murmurou, olhando de relance para o chão, evitando o olhar intenso do moreno.

  A sala ficou em silêncio por alguns segundos. Kageyama parecia refletir, seu olhar ainda cravado em Hinata, como se estivesse prestes a tomar uma decisão. E então, ele se aproximou de repente, ficando de frente para o ruivo.

— E se eu não quiser? – Ele sussurrou, encostando-se mais perto, seus lábios quase roçando os de Hinata – O que você vai fazer?

  Hinata sentiu a proximidade e seu coração acelerou, o calor que vinha de Kageyama despertava algo nele que ele não podia mais ignorar. E foi quando Kageyama falou algo que ele costumava fazer, mas que naquele momento foi diferente, que Hinata quase infartou.