Promessa

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— Caralho! – Atsumu quase pulou da cama de cima ao ver Hinata — Você apanhou na rua? – O loiro riu.

Kenma só revirou os olhos e voltou a atenção para o videogame. Ele sabia onde o ruivo estava e não gostava nem um pouco.

— Ele estava dando pro Kageyama, apanhou dele. – Kozume disse de forma sarcástica, mas com uma pontada de raiva.

A reação não foi a esperada pelos dois. Pensaram que o ruivo brincaria, ou até ficaria bravo, mas ele só deitou na cama com um sorriso idiota e se cobriu. Seu corpo ainda estava quente, cheio de uma excitação que só Kageyama poderia tirar. Ele não parava de sorrir. Se soubesse que dar era tão bom, já teria feito há muito tempo. Ou talvez fosse o suposto virgem que havia lhe deixado assim.

  Atsumu e Kenma trocaram olhares surpresos, percebendo a falta de reação usual de Hinata. O ruivo, deitado na cama, parecia em outro mundo, completamente alheio às provocações.

— Peraí, 'cê tá... feliz? – Atsumu perguntou, inclinando-se na cama de cima para encarar o amigo mais de perto. O sorriso idiota de Hinata só aumentou, e ele cobriu o rosto com o travesseiro, abafando uma risada.

— Feliz não é nem o começo. – Hinata murmurou, ainda sorrindo de orelha a orelha, a voz abafada pelo travesseiro.

— Meu Deus... Ele tá todo marcado e tá de boa com isso. – Atsumu riu, incrédulo, balançando a cabeça.

  Kenma, por outro lado, não riu. Ele bufou e largou o Nintendo, visivelmente incomodado.

— E você ainda fica com essa cara de idiota, todo marcado como se fosse algum tipo de prêmio... — Kenma resmungou, cruzando os braços — O que sua mãe vai falar, idiota? Você perdeu a noção, João?

  Hinata finalmente tirou o travesseiro do rosto, ainda com aquele sorriso sonhador.

— Se vocês soubessem... – Ele começou, olhando para o teto como se revivesse cada momento — Kageyama é... muito melhor do que eu imaginava.

— Ah, meu Deus, ele não vai parar de falar disso, vai? – Atsumu riu de novo, descendo da cama para se aproximar de Hinata.

— Cara, eu sabia que você gostava dele, mas... sério, o Kageyama? – Atsumu continuou, sentando-se ao lado do ruivo, que ainda parecia imerso em sua própria felicidade — Ele não era virgem? O menino não consegue te olhar sem ficar vermelho.

— Ah, Atsumu, você não entende. Não é só isso, foi... especial. – Hinata se virou na cama, encarando os dois amigos, seus olhos brilhando com a lembrança do fim de semana que passou com Kageyama.

  Kenma soltou um suspiro impaciente.

— Especial, claro. Só espero que você saiba no que está se metendo. O Kageyama não é exatamente o cara mais fácil de lidar.

  Hinata olhou para Kenma, ainda sorrindo, mas com uma ponta de seriedade nos olhos.

— Eu sei. Mas eu o amo. E... acho que ele sente o mesmo.

  Atsumu soltou um assobio, impressionado.

— Caraca, Hinata, então foi assim tão sério?

  Hinata deu de ombros, ainda sorrindo.

— Foi. E, sinceramente, não ligo para as marcas ou para o que vocês pensem. – Ele fez uma pausa, e então acrescentou com uma risada — Foi o melhor fim de semana da minha vida.

  Atsumu riu, balançando a cabeça, enquanto Kenma, apesar de sua irritação, apenas voltou a jogar seu videogame, tentando ignorar a felicidade radiante de Hinata. O ruivo voltou a deitar, com um sorriso satisfeito no rosto, ainda revivendo cada momento daquele fim de semana intenso com Kageyama.

Traços do Oriente | KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora