Diferenças

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  Dois dias depois, domingo, Kageyama e Hinata voltaram para a república. O moreno estava com o olho roxo e a boca cortada, sua mãe lhe fez milhares de perguntas e implorou para que ele ficasse longe de Arthur. Quando chegaram, alguns meninos já estavam de volta, já que era a última semana de férias. Akaashi e Kuroo encheram Kageyama de perguntas, mas o garoto queria apenas descansar e esquecer a semana de merda que teve no condomínio. Hinata não saiu do lado do moreno em nenhum momento. Ele tentou fazê-lo esquecer das coisas ruins com brincadeiras e piadas, o que funcionava às vezes.

  Alguns dias depois, os outros meninos voltaram e a casa voltou a ser do jeito que era. Bokuto ainda insistia em Akaashi, ele queria ter pelo menos uma chance com o paranaense. O garoto de cabelos cinzas chegou determinado a conquistá-lo, independente de quanto tempo fosse demorar. Ele era corajoso e determinado, mas sentia um pequeno medo, talvez fosse a diferença cultural. Akaashi era fechado, quieto e vivia estudando, claro que tinha seus momentos de diversão, porém não bebia mais que o suficiente. Bokuto era o total oposto, falante, brincalhão e adorava encher a cara, principalmente quando o moreno estava ao seu lado.

— Ei, Akaashi. – Bokuto sentou ao lado do garoto com um sorriso enorme no rosto — Como foi suas férias, lindeza?

  Akaashi estava sentado na cozinha, lendo O Cortiço que, por algum motivo, era um de seus livros favoritos. As bochechas do moreno ficaram rosadas no momento em que Bokuto pronunciou seu nome. Não entendia o motivo do garoto te deixar tão envergonhado, talvez fosse o jeito descarado que ele dava em cima do moreno.

— Oi, Bruno. – Ele não desviou o olhar do livro, pois sabia que o garoto estava lindo como sempre. Akaashi se recusava a chamá-lo de Bokuto, afinal ele poderia confundir as coisas.

— Ah, colé? – Bokuto fez um biquinho — Não me chama assim, belezinha.

— Tu p-para também. – Akaashi fechou o livro e o encarou. Bokuto estava muito perto, com um biquinho fofo nos lábios.

  Ele sempre reparava no acizentado. O garoto tinha ombros largos, uma mandíbula marcada, olhos profundos e um corpo incrivelmente definido. Bokuto era muito viciado em academia, esportes, principalmente vôlei, e adorava fazer receitas fitness malucas, mas não largava o hambúrguer, a pizza e muito menos as bebidas dos fins de semana. Ele era muito bonito, engraçado e atraente, e seu sotaque baiano so aumentava as sensações. Akaashi tentou não se deixar afetar pela proximidade de Bokuto, mas era difícil quando o baiano estava tão perto, cheio de energia e com aquele sorriso que sempre o deixava sem palavras.

— O que foi, Akaashi? – Bokuto inclinou a cabeça, observando o rosto do moreno, que estava mais corado do que o normal — 'Tô bonito demais hoje, é?

— Não seja tão convencido, Bruno. – Akaashi desviou o olhar, tentando esconder o nervosismo. Ele adorava como Bokuto pronunciava seu nome — Eu só estava concentrado no livro.

Bokuto riu alto, claramente se divertindo com a reação tímida de Akaashi. Ele adorava o jeito como o paranaense ficava todo sem jeito perto dele, e por mais que Akaashi tentasse disfarçar, Bokuto sabia que tinha um efeito nele.

— Eita, que homem culto! – Bokuto se inclinou mais perto, tentando ler o título do livro — "O Cortiço", né? Eu nunca li, mas se 'cê gosta, deve ser bom.

Akaashi finalmente olhou para ele, um pequeno sorriso brincando nos lábios.

— É um dos meus favoritos. – Ele admitiu, percebendo que Bokuto realmente parecia interessado — Você devia ler algum dia.

Bokuto sorriu ainda mais, pegando a mão de Akaashi de forma inesperada.

— Que tal ler pra mim qualqué hora? – Ele piscou, a mão quente envolvendo a de Akaashi. — Assim eu aprendo e passo tempo com você, belezura.

Traços do Oriente | KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora