I
O dia na Escócia não poderia ter amanhecido de outra maneira: muito quente e com uma umidade relativa do ar bastante baixa, até mesmo para regiões frias como as Terras Altas. No entanto, isso não impediu a comunidade bruxa de comparecer à grande reinauguração do castelo de Hogwarts, que teve suas reformas finalizadas há quase um mês. Pessoas de todos os cantos da Grã-Bretanha, e até de outros países, vieram prestigiar o que seria o início de uma nova era para a escola de magia e bruxaria.
Autoridades de todo o mundo também foram convidadas. A mídia estava em peso, cobrindo toda a reinauguração. Repórteres do Profeta Diário faziam entrevistas com os professores e funcionários. Alguns não estavam muito satisfeitos com a presença deles, como Kasimier Warren. Ele forçava sorrisos toda vez que via um repórter de algum jornal procurando-o para dar declarações. Kasimier costumava gostar de falar com a imprensa, mas desde que descobriu o Alzheimer, sua paciência havia diminuído, assim como sua memória.
— O senhor, como vice-diretor de uma das Doze Grandes Escolas de Magia, o que pode nos dizer sobre as mudanças que ocorrerão na escola nos próximos anos? — perguntou um repórter do The New York Ghost, com um segundo homem atrás dele com uma câmera nas mãos.
— Mas eu não sou o vice-diretor. Quem vocês deveriam estar conversando é com ele — Kasimier apontou para uma direção, onde estava o professor Neville Longbottom, que conversava com jornalistas do Yokai Shimbun, do Japão.
— Mas o senhor pode conversar conosco, mesmo que não seja o vice-diretor. De qualquer forma, nos chegou à informação de que o senhor e o diretor são bem próximos. Muitos pensavam que ele iria colocá-lo no cargo...
— Não quero ser rude, mas, o que o diretor decide, é algo que cabe a ele, e eu confio em suas escolhas. Se o diretor preferiu que a vice diretoria ficasse com o meu colega Longbottom, então não devo questioná-lo.
— Ora, ora, se não é a mídia podre dos Estados Unidos da América — Kasimier olhou por trás dos dois homens e viu um terceiro chegando, bem alto e vestindo um terno laranja claro. Tanto o repórter quanto o homem que segurava a câmera ficaram assustados, seja pelo tamanho dele, ou pelos seus olhos muito azuis e assustadores. — Por que não deixam o pobre em paz? Vocês deveriam estar atrás da pessoa que realmente pode lhes dar mais informações, que é o diretor. Vamos, andem!
Os dois homens foram embora sem nem questionar.
— Abutres. Sempre procurando sarna para se coçarem...
— Desculpe, mas... eu conheço o senhor?
— Ah, não, me desculpe pela minha falta de educação. Eu sou um dos empresários que doaram dinheiro para a restauração do castelo — ele ofereceu sua mão direita para um aperto, e só por educação, Kasimier aceitou e o cumprimentou, mas não estava gostando nada daquele homem estranho.
— Severo pediu doações?
— Sim. Você é um dos homens de confiança do diretor e não sabia disso? Se me der licença, acho que vou para a barraquinha de comida pegar um tira gosto.
O homem estranho se afastou, mas Kasimier ainda estava incomodado com a situação. Por isso, começou a caminhar pelo jardim na entrada do castelo, onde acontecia a festa de reinauguração, à procura de seu amigo. Enquanto andava, não pôde deixar de admirar o esforço que Severo dedicou para arrumar todo o terreno do castelo. Aquele pequeno canteiro de flores não existia antes. A entrada do castelo era modesta, com um único portão e nada mais. Agora, havia um grande jardim oval, com uma fonte no centro, muito verde, flores sobre pequenos arbustos e bancos de madeira.
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Belas Mentiras
FanfictionJoanne Snape prometeu a si mesma que iria melhorar seu comportamento desastroso e impulsivo, e vê a oferta de intercâmbio de quatro meses na escola de magia e bruxaria japonesa Mahoutokoro uma excelente forma de conseguir isso, enquanto o seu pai, S...