XXVIII: Os Gêmeos Noroshi e History

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I

Kento indicou o caminho para Ren, saindo pelos fundos do Rose Clocks e aparatando diretamente em Ravenclaw's Pride. Subiram a montanha que os guiava até a floresta, onde se escondia a misteriosa Casa de Pedra. Quando chegaram à entrada, bateram na aldrava de prata, esculpida na forma de uma serpente. A cabeça de Whitesnake abriu seus olhos, a língua fina deslizando lentamente para fora.

— Ora, ora... você eu conheço — disse para Kento — mas o baixinho ali não.

— Hãn? Baixinho?

— Ren, por favor... Whitesnake, é um assunto muito sério. Precisamos avisar ao sogro do meu irmão que o Mestre Logos pretende atacar vocês.

— E como eu vou saber se isso é verdade? Muita gente odeia o meu amo.

— Por favor, é uma emergência. Precisamos falar com...

A porta se abriu lentamente, sem que precisassem responder a qualquer enigma. Quem apareceu foi Erina, com seus longos cabelos ondulados presos de forma improvisada por uma pena de escrever, e vestindo um avental de cozinha.

— Eu escutei algo estranho... Whitesnake, com quem você conversava?

— Ah, minha ama, esses dois estavam dizendo que nossa casa iria ser atacada por alguém chamado Mestre Logos, e que meu amo, seu digníssimo esposo, precisava ser avisado. Mas é óbvio que eu não acreditei nessa conversa.

— Por favor, entrem — Erina ignorou completamente Whitesnake, que ficou revoltado e colocou toda a língua para fora.

— M-mas minha ama... a senhora não ouviu o que eu lhe disse?

— Ouvi, Whitesnake e até parece que você não conhece o Kento.

Assim que Kento e Ren entraram, Erina fechou a porta atrás deles e os convidou a se sentarem. Ren, curioso, passou a observar a sala de estar com atenção, especialmente a tapeçaria que cobria a parede e se estendia por todo o cômodo.

— Casa maneira.

— Senhora, preciso muito falar com o seu marido. É um assunto urgente.

— Tome — Erina lhe deu um cookie de gotas de chocolate. — Acabei de fazer.

— N-não quero ofendê-la, m-mas nós não temos tempo para comer cookies.

— Cookies?! — Ren correu como o vento até a sala de jantar, fitando a mesa com uma travessa de prata cheia de cookies com uma jarra de suco de laranja de acompanhamento. — Eu adoro cookies! S-será que eu posso... err...

— Pode pegar. Fique à vontade, querido. Tem suco de laranja também, se ficar com sede — ela deu um sorriso simpático.

— Ah, obrigado.

Ren se sentou e começou a comer os cookies. Kento, sem entender nada, deu uma mordida no seu. O que a sogra do seu irmão estaria planejando com isso?

Uma sensação estranha passou pelo seu corpo. Será que aquela mulher era mesmo Erina, ou poderia ser Mestre Logos disfarçado?

Como pode ser tão estupido?

— Ren, não coma isso!

— O que? Mas tá tão gostoso...

— Essa mulher não é a senhora Erina.

Erina — ou quem eles pensavam que era — deu-lhes um sorriso medonho. Kento, sem hesitar, sacou sua espada e a apontou diretamente para o queixo da impostora. Ren, em um reflexo, cuspiu todos os cookies que estava comendo e se levantou, empunhando a lâmina de Ninjaden.

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