Capitulo 33

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Enquanto saem apressadamente da boate, Sofy sente o vento frio da noite atingir sua pele, lembrando-se das roupas sensuais que usava para dançar. Para se cobrir, Larissa rapidamente lhe entrega seu casaco.

— Aqui, usa isso! Você não pode ficar assim exposta — diz Larissa, preocupada.

Assim que recebe o casaco, Sofy automaticamente retira a máscara de seu rosto, sentindo um misto de alívio e vulnerabilidade. Elas correm em direção ao carro velho de Larissa, que já estava estacionado do lado de fora. Era quase 02:30 da manhã, e a cidade parecia mais silenciosa. O peso de Collin, desacordado entre elas, torna tudo mais difícil.

— Vamos logo! — Sofy exclamou, ofegante enquanto tentava segurar Collin.

Larissa faz o possível para apoiar o peso dele e acelera o passo.

— Ele não pode ficar aqui! Os capangas do Falcão ainda podem estar à espreita — diz Larissa, com a voz tensa.

Elas finalmente conseguem colocar Collin no banco de trás do carro. A adrenalina corre nas veias de Sofy enquanto Larissa liga o motor e elas se dirigem para a casa de Collin. O coração de Sofy dispara não apenas pela situação crítica, mas também pela lembrança do beijo intenso que trocou com Leon na sala vermelha. As palavras dele ecoam em sua mente: "Mas eu não consigo mais esconder o que sinto. Cada vez que te vejo, meu coração dispara.." Ela esperava que ele não reconhecesse quem ela realmente era.

Ao chegarem à casa de Collin, uma grande e nobre residência que certamente já abrigava os sonhos e as expectativas dos pais dele, uma sensação de alívio toma conta delas. O lugar é espaçoso e acolhedor, mas a ideia de que os pais de Collin já deviam estar dormindo traz um novo peso à situação.

Larissa sem perder tempo, decide deixar os dois sozinhos na casa. Ela parte com um olhar preocupado, enquanto os dois se apoiam um no outro para entrar.

Collin consegue acordar, mas ainda está tonto devido à surra que levou. Sofy também se sente um pouco tonta por causa da bebida. Em silêncio e com cautela, eles seguem pelo corredor escuro até o quarto de Collin. O ambiente é familiar para ele, mas a dor em seu corpo torna tudo mais difícil.

Ao chegarem ao quarto, eles se apoiam na porta por um momento antes de entrar completamente. Sofy sente a pressão das emoções subirem enquanto observa Collin tentando se recompor. A presença dele traz uma mistura de preocupação e segurança.

Assim que entram no quarto, Collin se deixa cair na cama com um suspiro cansado. Sofy fecha a porta suavemente atrás deles e fica ali por um instante, sem saber exatamente o que dizer ou fazer. A tensão entre eles é palpável; ambos estão lutando contra seus próprios demônios enquanto tentam lidar com a situação.

Sofy se senta na beirada da cama e olha para Collin, que tenta se acomodar melhor sob as cobertas.

— Você está bem? — pergunta ela finalmente, quebrando o silêncio.

Collin levanta a cabeça lentamente e sorri fravemente, ainda tonto.

— Agora estou... só preciso descansar um pouco. E você estando bem eu estou; amigos são para essas coisas.

Sofy observa Collin adormecer, seu rosto ainda marcado pela dor e pelo cansaço. Um impulso de cuidado a invade, e ela se levanta da beirada da cama, decidida a cuidar dos machucados dele. Com cuidado, vai até o banheiro e pega um kit de primeiros socorros que estava guardado em uma prateleira. O silêncio do quarto é quase reconfortante, mas sua mente está longe dali.

Enquanto limpa os ferimentos de Collin, seus pensamentos vagueiam para a noite anterior, para a sala vermelha e para Leon. O beijo dele ainda queima em seus lábios como um fogo que não se apaga facilmente. Era a segunda vez que sentia aquele beijo, e a intensidade parecia ter aumentado. A forma como ele apertava sua cintura a fez sentir uma mistura de desejo e vulnerabilidade que nunca havia experimentado antes. Cada toque parecia ter sido carregado de promessas e segredos.

A lembrança do olhar profundo de Leon, cheio de intensidade, faz seu coração acelerar novamente. Ele era diferente, algo que ela não conseguia explicar. A conexão entre eles era palpável, quase elétrica. Sofy se pergunta se ele percebeu o quanto ela estava afetada por aquele momento. Era como se tudo ao redor tivesse desaparecido, e apenas eles dois existissem ali.

Enquanto continua a cuidar de Collin, ela reflete sobre o que estava acontecendo com ela. Por que um beijo poderia despertar sentimentos tão intensos? O desejo era inegável; cada vez que pensava em Leon, uma onda de emoções a envolvia. Ela queria mais do que apenas um momento; queria explorar aquele mundo desconhecido ao lado dele.

Sofy volta sua atenção para Collin, certificando-se de que ele está confortável enquanto aplica um curativo em um dos cortes em seu braço. Ele dorme tranquilamente agora, mas o peso da noite ainda recai sobre ela. O contraste entre o perigo enfrentado com os capangas do Falcão e o calor do beijo de Leon é gritante.

"Amigos são para essas coisas", pensa enquanto observa Collin descansar. E mesmo sabendo disso, parte dela anseia por algo mais .

Depois de cuidar dos machucados dele, Sofy se senta novamente na beirada da cama, perdida em seus pensamentos. A sala vermelha voltou à sua mente como uma lembrança vívida: as luzes suaves refletindo os rostos dos amigos dançando ao redor enquanto ela se entregava à música e à liberdade momentânea. E então havia Leon, com seu jeito confiante e seu olhar penetrante.

O desejo que sentira ao ser puxada para perto dele ainda reverberava dentro dela. Era como se cada toque tivesse deixado uma marca indelével em seu coração — um lembrete constante do quanto ela queria mais daquela conexão intensa.

Mas agora estava ali, cuidando de Collin e enfrentando as consequências das escolhas feitas naquela noite eletrizante. Um sorriso triste surge em seus lábios ao perceber como a vida pode ser complexa: cheia de amizade, amor não correspondido e desejos sufocados.

Enquanto observa Collin dormir pacificamente, Sofy faz uma promessa silenciosa a si mesma: não deixaria o medo ou as dúvidas controlarem suas ações no futuro. Ela queria sentir tudo — cada emoção intensa — mesmo que isso significasse abrir-se para o desconhecido.

E assim, entrelaçada em pensamentos sobre amor e amizade, Sofy permanece ao lado de Collin, esperando que a manhã traga clareza para todas as confusões emocionais que agora habitavam seu coração.

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