Irresistível

Capítulo 1

         

Leon, um homem de 26 anos, loiro e de corpo invejável, era o filho mais novo da influente família Steven. Morava em uma majestosa mansão em Oslo, Noruega. Mas naquela noite, ele não estava pensando na riqueza que o cercava. Em vez disso, sua mente estava atolada em frustração. Ele havia trocado uma noite de bebedeira com os amigos por um jantar familiar que sua mãe organizara. Agora, preso em um engarrafamento infernal no centro da cidade, já estava trinta minutos atrasado.

O telefone toca e ele atende.

— Oi — Leon diz, olhando pelo retrovisor.

— Filho? Onde você está? Já se passaram trinta minutos! Seus irmãos já chegaram e eu ainda não servi o jantar — a voz preocupada de sua mãe, Marta, ecoa do outro lado da linha.

Leon suspira e passa a mão pelos cabelos loiros, tentando manter a calma.

— Mãe, estou preso no trânsito. Um engarrafamento... não se preocupe comigo, vou chegar logo — responde ele, forçando um tom otimista.

— Tudo bem, nós o aguardaremos — diz Marta antes de desligar.

O sinal finalmente abre e Leon acelera. O suor escorre pela sua testa; ele estava exausto após um dia longo de trabalho. A ideia de um jantar em família parecia mais uma tortura do que um momento de alegria. Ele precisava urgentemente encontrar alguém para se distrair; fazia um mês que não se permitia ter uma conexão íntima com outra pessoa. Os negócios estavam tomando conta da sua vida pessoal.

Ao chegar à mansão, ele abre o portão principal e estaciona seu luxuoso Zenvo ST1 no estacionamento. Ao subir os degraus da entrada principal, sente a brisa fria da noite.

— Boa noite, senhor — cumprimenta Moraci, o jardineiro da família.

— Boa noite — responde Leon com um sorriso forçado.

Ele abre a porta e entra na sala iluminada. A atmosfera é acolhedora; todos estão reunidos ao redor da mesa decorada com pratos finos e um elegante vaso de rosas brancas no centro.

— Até que enfim você chegou! Estava começando a me preocupar — Bryan, seu irmão mais velho de 32 anos, corre para abraçá-lo calorosamente.

— É bom te ver também — Leon responde, tentando esconder sua irritação.

Na sala estavam todos: Bryan com sua esposa Glória e os filhos Luís (4 anos) e Cristina (2 anos); Mores, o irmão do meio com 27 anos recém-formado em medicina; e Jorge, outro irmão do meio que estava acompanhado da encantadora Diane.

— Vamos jantar! Estamos famintos! — exclamou Jorge animadamente.

— Sim! Vamos! — confirma Marta com entusiasmo maternal.

Todos se sentam à mesa. A refeição é uma obra-prima culinária, mas Leon mal consegue prestar atenção aos pratos sofisticados diante dele. Sua mente ainda divaga entre os negócios e a falta de romance na sua vida.

Marta se levanta lentamente e olha para todos com um brilho especial nos olhos.

— Hoje é um dia muito especial. Não preparei este jantar à toa; tenho uma notícia maravilhosa para compartilhar — diz ela com emoção crescente.

Os olhares se cruzam entre os irmãos; a curiosidade paira no ar como uma nuvem densa. Diane se levanta sorridente e segura a mão de Jorge.

— Isso mesmo! Temos uma notícia incrível para vocês! — ela diz radiante.

— Fala logo! Estou curioso! — pede Jorge impaciente.

Marta acena para Diane continuar.

— Estou grávida de dois meses! — anuncia Diane emocionada.

Uma onda de alegria explode na sala. Jorge pula da cadeira em êxtase e abraça Diane com força, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto murmura palavras doces sobre o futuro que os espera.

Leon observa a cena com um sorriso genuíno no rosto pela felicidade dos irmãos. Um sentimento agridoce surge dentro dele; enquanto todos celebram novas vidas e novas esperanças, ele se sente cada vez mais isolado em sua solidão.

— Parabéns! Vocês merecem todo amor do mundo! — Bryan exalta ao levantar seu copo de champanhe.

Mores ergue seu copo também:

— Ao crescimento da família Steven!

Leon levanta seu copo, tentando se juntar à celebração, mas sua mente ainda está distante. Ele sabia que precisava encontrar um equilíbrio entre sua vida profissional e pessoal, mas não sabia por onde começar.

Todos brindam juntos, mas para Leon, a taça parece pesada nas mãos; ele sorri apenas por fora enquanto seus pensamentos vagam por lugares distantes onde ele desejaria estar – longe das obrigações familiares e das expectativas que pesavam sobre seus ombros ricos, mas solitários.

Depois do jantar repleto de risadas e histórias compartilhadas, os irmãos começam a se dispersar. Leon decide ficar na mansão junto com Mores – ambos solteiros que ainda habitavam aquele palácio familiar vazio após as despedidas animadas dos outros membros da família.

Leon, sentindo-se inquieto, decide ir até a cozinha para pegar um copo de água antes de dormir. Ao entrar na cozinha, ele encontra Mores, que está preparando um chá calmante, uma de suas rotinas noturnas para relaxar após um dia de trabalho.

— Não sabia que você ainda estava acordado — comenta Leon, abrindo a geladeira.

Mores olha para ele, sem esconder a surpresa.

— E eu não sabia que você bebia água. Pensei que só bebesse álcool — responde Mores, com um tom sarcástico.

Leon revira os olhos, já cansado das provocações do irmão.

— Muito engraçado, Mores. Talvez você devesse tentar relaxar um pouco também. Quem sabe sair e se divertir de vez em quando? — retruca Leon, pegando uma garrafa de água.

Mores suspira, claramente irritado.

— Eu relaxo do meu jeito, Leon. Não preciso de festas e bebedeiras para isso. Talvez se você fosse mais responsável, não estaria sempre tão estressado — diz Mores, enquanto mexe o chá.

Leon sente a raiva crescendo dentro de si.

— Responsável? Eu sou formado em advocacia e estou cuidando dos negócios do pai. Só porque eu gosto de me divertir, não significa que não sou responsável — responde Leon, com a voz elevada.

Mores balança a cabeça, mantendo a calma.

— Não estou questionando suas habilidades profissionais, Leon. Mas você precisa encontrar um equilíbrio. A vida não é só trabalho e festas — diz Mores, tentando ser racional.

Leon dá um gole na água, tentando se acalmar.

— E você precisa aprender a viver um pouco. Sempre trancado com seus livros e estudos. Quando foi a última vez que você saiu com alguém? — pergunta Leon, provocando.

Mores fica em silêncio por um momento, claramente afetado pela pergunta.

— Minha vida pessoal não é da sua conta, Leon. Só estou dizendo que talvez você devesse pensar em como suas escolhas afetam sua saúde e bem-estar — responde Mores, com um tom mais suave.

Leon suspira, sentindo a tensão diminuir um pouco.

— Talvez você tenha razão. Mas isso não significa que vou mudar da noite para o dia. E você também deveria considerar sair da sua zona de conforto de vez em quando — diz Leon, tentando encontrar um meio-termo.

Mores dá um leve sorriso, reconhecendo o esforço do irmão.

— Talvez. Boa noite, Leon — diz ele, pegando sua xícara de chá e saindo da cozinha.

Leon termina de beber sua água e volta para o quarto, sentindo-se um pouco mais leve após a conversa. Ele sabia que as diferenças entre ele e Mores sempre seriam uma fonte de conflito, mas talvez, com o tempo, eles pudessem aprender a se entender melhor.

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