Capítulo 17

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Antes de começar dê play na musica
Lembranças.

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Leon não conseguia acreditar no que acabara de acontecer. Ele a viu de camisola? O que ela estava fazendo ali? E como tinha entrado em seu quarto sem bater? A ideia era absurda!

Enquanto isso, Luke dormia tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Pobre Luke... Ele nem parecia ter sido pisoteado pelo patrão.

O quarto estava até arrumado, mas aqueles dois dias tinham sido um verdadeiro choque para ela. As roupas acumuladas na cesta indicavam que precisava urgentemente de uma lavagem.

Ela se levantou, decidida a se arrumar. Ainda estava cedo; havia tempo para um banho relaxante e um café revigorante.

Levantou os braços em um espreguiçar, mas uma pontada aguda na lateral de seu quadril a fez hesitar. Lembranças dolorosas inundaram sua mente: violência, ódio e amargura. Era impossível não sentir cada palavra cruel que lhe fora lançada como facadas ao longo do tempo. Até mesmo os pequenos momentos de felicidade ao lado da mãe voltavam à tona, intensificando sua saudade.

A vontade de vê-la aumentava a cada segundo, e a angústia de não saber como ela estava a consumia há dias. Tudo o que precisava era de uma ligação para ouvir a voz familiar.

E então, o choro tornou-se mais uma vez seu aliado, uma forma de aliviar a dor que parecia insuportável.

— Eu só preciso ser mais forte — disse para si mesma enquanto dava alguns passos em direção ao espelho do guarda-roupa.

Olhou para seu reflexo e murmurou:

— Isso vai passar... isso vai passar.

Aproximou-se do espelho, tocando delicadamente seu rosto com os dedos trêmulos.

— Por quê? — perguntou-se em voz baixa. Suas duas faces refletidas no vidro compartilhavam lágrimas que pareciam transbordar em um único rosto. Ela respirou fundo, buscando encontrar alguma força dentro de si.

Era hora de enfrentar o dia, mesmo que o peso das lembranças ainda estivesse presente. Com um último olhar no espelho, decidiu que não deixaria o passado definir seu futuro.

Ela se apronta para tomar café. Na mesa da cozinha, Leon começava a comer. Ele nunca costumava fazer isso ali, o que a deixou estranhando.

Sem dizer uma palavra, Sofy puxou a cadeira e sentou-se. Leon a observava, frustrado. A lembrança da noite anterior ainda martelava em sua mente. Ele tinha despencado em cima de Sandra porque não conseguia parar de pensar na Sofy. Agora, ela estava ali na sua frente, linda, mas não conseguia olhar nos olhos dele e nem sabia o porquê.

— O que houve? — ele perguntou, preocupado. Percebeu que o rosto dela estava inchado; por ser muito clara, seu nariz estava completamente vermelho e seus olhos quase fechados de tanto chorar.

Ela ignorou a pergunta.

— Passa a geleia de maçã, por favor — pediu, sem olhar nos olhos dele. Estava envergonhada e tão triste que não conseguia articular mais nada.

Ele simplesmente pegou uma torrada e a recheou com a geleia.

— Aqui — disse ele, entregando-a.

Ela pegou a torrada em sua mão e, logo depois, ele tocou a dela.

— Você é linda... até depois de chorar — ele falou, sorrindo. — Se precisar... se sentir vontade de conversar com alguém... estou aqui.

Ela o fitou por cerca de cinco segundos antes de se levantar da mesa e sair do campo de visão de Leon.

Era quase impossível entendê-la. O que o enlouquecia era não saber o que se passava na cabeça dela. Além disso, ela mexia com seus sentidos; fazia esses joguinhos e ele já não sabia se estava certo ou errado no que queria.

Pelo visto, Leon teria que aprender a se colocar em seu lugar... ela era só uma menina. Mas, para ele, isso não fazia diferença.

— Ah, você precisa se acalmar, Leon. Ela é só uma menina! — ele murmurou para si mesmo enquanto caminhava em direção ao departamento.

Ele correu para ver se conseguia alcançá-la e oferecer uma carona. Mas ao se aproximar, percebeu que ela estava conversando com alguém e acabou ficando escondido atrás da porta, como um espião desajeitado.

— Pegou tudo, Sofy? Tomou café, mocinha? — perguntou Mores com um tom brincalhão.

Ela confirmou com um sorriso largo.

— Sim, já peguei tudo e sim... tomei o bendito café! É a única coisa que me mantém acordada neste mundo de adultos malucos! — respondeu ela, rindo.

Mores abriu a porta para Sofy.

— Tem certeza que é seu trajeto, Mores? Já disse que não quero atrapalhar — Sofy questionou com uma expressão de seriedade exagerada.

Ele balançou a cabeça com um sorriso travesso.

— Mas você é muito teimosa, sabia? Se você fosse um carro, seria uma Ferrari: rápida e cheia de curvas! — brincou ele. — Já disse que é caminho do hospital!

Ela entrou no carro junto com Mores.

— Olha só para você! Se eu sou uma Ferrari, você é um fusquinha aposentado! — ela respondeu com risadas enquanto fechava a porta.

Os dois partiram juntos, deixando Leon sozinho. Ele estava prestes a explodir de raiva.

— Que diabos! — ele gritou para o vazio, chutando embaixo dos faróis de seu carro. — O que ele pensa que está fazendo? Será que ele acha que é o príncipe encantado?

Ele respirou fundo e entrou em seu próprio carro.

— Depois eu vejo o que vou fazer... mas primeiro preciso de um café! E talvez uma consultoria sobre como lidar com mulheres teimosas! — ele murmurou para si mesmo, rindo da própria situação.

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