Capítulo 11

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Sofy adentra a mansão dos Steven, onde o táxi para em frente ao imponente portão principal. Com um misto de ansiedade e determinação, ela paga a corrida e se dirige ao jardim, optando pela entrada discreta pelos fundos. Tirando os sapatos como se estivesse prestes a entrar em um mundo desconhecido, ela gira suavemente a maçaneta da porta, seu coração batendo acelerado. As luzes da casa ainda brilham, criando um ar de mistério que só aumenta sua inquietação. Movendo-se nas pontas dos pés, quase como se estivesse ensaiando para uma apresentação que nunca quis fazer, Sofy entra, tentando não quebrar o silêncio como um elefante em uma loja de cristais.

Ao fechar a porta com cuidado — porque ninguém quer ser o protagonista de uma cena de filme de terror — ela avança pela cozinha, seu olhar nervoso escaneando o ambiente em busca do corredor que a levará ao seu quarto nos fundos.

Mas, no corredor, sua missão silenciosa é abruptamente interrompida por um jovem loiro que surge à sua frente. Seus olhos semicerrados pela claridade matutina parecem mais assustadores do que convidativos. Embora seja um completo desconhecido, seus traços evocam lembranças de Leon e isso faz o coração de Sofy acelerar ainda mais.

— "Quem é você?" — pergunta o rapaz, finalmente abrindo seus penetrantes olhos azuis que a observam com curiosidade. A voz dele é firme e isso faz Sofy engolir em seco.

Sem saber exatamente o que dizer e sentindo as mãos suarem ligeiramente, ela tenta responder, mas as palavras parecem se perder na garganta.

— "Eu... eu sou apenas uma empregada..." — gagueja, tentando parecer confiante enquanto suas bochechas esquentam. — "Acho que você pode ter se enganado... ou talvez sonhado..."

Ela força um sorriso tímido, mas ele parece não se convencer completamente. O jovem a observa por um momento que parece eterno; a tensão no ar é palpável enquanto Sofy luta contra a vontade de dar meia-volta e correr.

Se tem algo que ela aprendeu na vida é que manter a calma é essencial — mesmo quando tudo dentro dela grita para fugir!

— Com um sorriso contagiante, ele replica: — Não, tenho certeza de que ouvi... e estava certo, olha só você aqui! Sofy busca palavras em vão, enquanto ele completa: — Do portão principal sendo aberto.

Concordando com habilidade dissimulada, Sofy insinua: — Exatamente... foi exatamente o que ouvi; então vim garantir que tudo estava em ordem. O jovem ri descontraidamente diante da encenação.

— Você é encantadora! É hóspede aqui? Não me lembro de termos nos apresentado — indaga ele, curioso.

Sorrindo timidamente e olhando para o chão, Sofy responde: — Na verdade, não sou hóspede; estou ajudando minha tia como funcionária da casa até minha formatura. Seu irmão insistiu para que eu ficasse sob os cuidados da Dona Estela.

À medida que ele se aproxima dela com um sorriso afável, Sofy recua instintivamente, como uma gazela tentando escapar de um leão. Mas, em sua tentativa de manter distância, ela acaba esbarrando em um dos lustres pendurados no teto. Sem tempo para pensar, tropeça e cai de costas sobre o lustre de vidro, que arranha suas costas com um toque inesperadamente "decorativo".

O lustre balança perigosamente, fazendo uma dança improvisada no ar.

— Não se mova! — grita ele, correndo para segurá-la nos braços como se fosse um super-herói em ação. Surpreso com a falta de atenção dela em relação ao perigo iminente, ele solta uma risada nervosa: — Como você não viu esse lustre? Ele estava mais visível do que minhas notas na escola!

Sofy ri entre os dentes enquanto tenta se recompor, corando: — Acho que eu estava mais preocupada em não parecer uma tonta na sua frente...

Ele a ajuda a se levantar e, com um sorriso cúmplice, diz: — Bom, depois dessa apresentação acrobática, acho que agora é a hora de nos conhecermos direito. Eu sou Mores.

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