Capítulo 19

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**O Primeiro Passo**

Sofy estava com a cabeça cheia, uma tempestade de pensamentos e sentimentos. Christina era realmente boa naquilo; não havia como negar. O que a deixava ainda mais perdida era não saber o que fazer a seguir. Voltar para casa não era uma opção — não agora. A farda da escola estava colada ao corpo, pesada e desconfortável, assim como a dor das quedas que acabara de sofrer na barra de ferro.

Cansada, sentia uma mistura de tristeza e raiva pulsando dentro de si, como se cada emoção estivesse lutando por atenção. Aquela frustração a consumia, e ela sabia que precisava fazer algo a respeito.

— Preciso me acertar de uma vez por todas — pensou, decidindo que era hora de enfrentar seus medos de frente.

Era o certo a se fazer.
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Quando parecia que Leon estava finalmente recuperando o controle da situação, ele se via de volta ao mesmo lugar. Se não conseguisse organizar seus pensamentos, em algum momento faria besteira. A caminho da empresa, ele resmungava para si mesmo.

— Que diabos o Mores está tentando fazer? — Leon gritou, batendo com força no volante e fazendo o carro buzinar.

Era lamentável ver aqueles dois se tornarem amigos ou algo assim. O que Mores estava aprontando? A felicidade dele pela manhã era suspeita; Leon já sabia o que vinha por aí.

— Com certeza ele está fazendo joguinho comigo... só pode! — ele murmurou, voltando a bater no volante.

A velocidade do carro aumentava à medida que sua raiva crescia. Ele ultrapassou o limite de 60 km/h para impressionantes 110 km/h. A noção das coisas havia se perdido, e as regras de trânsito não eram mais uma preocupação.

De repente, um carro da polícia surgiu atrás dele. Leon logo voltou à realidade. A viatura deu sinal para que ele encostasse.

— Desgraça! — resmungou, parando o carro fora da estrada.

O policial saiu de seu veículo e caminhou em direção a Leon, que o observava pelo retrovisor.

— Pelo visto, não está tendo um bom dia. Estava a 110 km/h em uma estrada de 60 km — disse o policial.

Leon olhou para o crachá do homem.

— Detetive Peterson, é só me dar a multa e estamos resolvidos — respondeu Leon, voltando a focar no volante. — Estou com pressa; se puder agilizar, eu agradeço.

Ele deu partida no carro novamente. Peterson o olhou com raiva.

— Ter muito dinheiro pode livrá-lo de muitas coisas! Você deveria ter mais respeito diante de um policial. Acredite, vou ficar de olho em você — disse o detetive enquanto escrevia a multa e a jogava contra a janela de Leon.

Leon acelerou e partiu em direção ao departamento.

— Só o que me faltava! — pensou consigo mesmo. Mal tinha começado o dia e já havia levado uma multa e feito um inimigo de brinde. Esperava nunca mais encontrar aquele policial, mas tinha certeza de que ele estaria sempre em seu pé.

Leon finalmente chegou ao seu destino.

O departamento, como sempre, cheio de serviço.

— Bom dia, Davi, Sandra! — Leon os saúda ao entrar. 
Logo Sandra fala:

— Preciso falar com você... quer dizer, com o senhor — Sandra corrige, pois Davi estava do lado. 
Davi pega no ar.

— Depois que eu falar — Davi puxa Leon pelos braços para o seu escritório.

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