Daniel Ricciardo- Beautiful Things

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Tocar Música da Midia!

S/N POV

Acordei com o suave zumbido de um motor ao longe. Esse som lembrava-me sempre do Daniel — o seu mundo, a sua paixão. Sentia o calor do seu corpo ao meu lado, o seu braço repousava levemente sobre a minha cintura, a sua respiração tranquila e serena. Na luz suave da manhã, observei o movimento calmo do seu peito, cada respiração puxando-me mais para a realidade daquele momento. Ele estava ali. Comigo. Agora.

Mas o peso no meu peito não desaparecia. Por mais perfeito que parecesse, não conseguia afastar o medo que se escondia por trás de cada sorriso, cada toque, cada batimento do meu coração. O medo de o perder.

É estranho, não é? Podemos ter tudo o que sempre sonhámos e ainda assim sentir este nó persistente de angústia. Talvez seja porque sei o quão frágil tudo isto é. A vida com o Daniel é como viver num sonho lindo, e tenho pavor de acordar.

Saí da cama com cuidado para não o acordar. O sol da manhã espreitava por entre as cortinas, lançando raios suaves no chão. Peguei no meu telemóvel, na esperança de que a distração aliviasse os meus pensamentos. Mas, ao deslizar pelo ecrã, deparei-me com outro artigo — mais um lembrete de como o seu mundo é perigoso. As corridas eram imprevisíveis. Um erro, uma falha, um acidente. Não conseguia evitar imaginar o pior.

Bloqueei o telemóvel e atirei-o para a mesa. Meu Deus, desejava poder simplesmente desfrutar do momento, absorver o amor que tínhamos, e parar de pensar no que podia correr mal. Mas havia esta parte de mim — esta parte ansiosa, corrosiva — que não me deixava relaxar completamente. Odiava essa parte. Gostava de a poder desligar.

Daniel mexeu-se na cama atrás de mim, a sua voz sonolenta mas doce. "Bom dia", murmurou, espreguiçando-se antes de se virar para mim.

Sorri, deslizando de volta para debaixo dos lençóis ao seu lado, dando-lhe um beijo na bochecha. "Bom dia."

Ele puxou-me para mais perto, o seu polegar desenhando círculos preguiçosos no meu braço. "Estás bem? Pareces... distraída."

Não queria contar-lhe. Nunca queria. O trabalho do Daniel trazia riscos, e ambos sabíamos disso. Ele adorava correr. Vibrava com a adrenalina, a velocidade, a competição. Não podia tirar-lhe isso. Não queria ser a razão pela qual ele hesitasse antes de uma corrida ou recuasse nas curvas.

"Estou bem," menti, forçando um sorriso. "Só não consegui dormir."

Ele inclinou a cabeça, estudando o meu rosto. O Daniel tinha esta maneira de me ver através de tudo. Era uma das muitas coisas que eu adorava nele — como ele conseguia ler-me, como notava as menores mudanças no meu humor. Mas isso também significava que ele sabia quando eu estava a mentir.

"Não estás bem," disse suavemente, afastando uma mecha de cabelo do meu rosto. "Tens andado um pouco estranha ultimamente. O que se passa?"

O meu coração apertou. Esta era a parte que eu temia — a parte onde os meus medos se tornavam reais, onde tinha que admitir-lhe que estava a lutar. Mas devia-lhe honestidade, não devia? Ele merecia saber.

"Tenho andado a pensar..." pausei, engolindo em seco. "Nas corridas. Em ti... a magoar-te."

A sua expressão suavizou, e ele puxou-me para mais perto, os seus braços envolvendo-me apertadamente. "Não vou a lado nenhum," sussurrou, pressionando os lábios contra a minha testa.

Queria acreditar nele. Queria agarrar-me àquelas palavras como a uma tábua de salvação, deixá-las afastar as minhas preocupações. Mas sabia melhor. Ele não podia prometer isso. Ninguém podia. As corridas eram perigosas. Acidentes aconteciam. Carreiras terminavam num instante. Vidas mudavam.

"É difícil às vezes," admiti, a minha voz mal acima de um sussurro. "Estás lá fora, a fazer o que adoras, e eu estou tão orgulhosa de ti. Mesmo. Mas tenho medo, Daniel. Medo de que um dia..."

Não consegui terminar a frase. As palavras eram demasiado pesadas, demasiado finais. Mas ele compreendeu. Compreendia sempre.

Daniel suspirou, descansando o queixo no topo da minha cabeça. "Eu sei que é assustador. Não vou mentir e dizer que não é. Mas não consigo imaginar fazer outra coisa, sabes? Isto é quem eu sou. As corridas estão no meu sangue."

"Eu sei," sussurrei, agarrando a sua camisa como se segurá-lo mais forte o mantivesse seguro. "Não quero que pares. Só... não quero perder-te."

Os seus dedos desenhavam padrões nas minhas costas, reconfortantes, a manter-me com os pés na terra. "Não me vais perder," disse firmemente. "Nem hoje, nem amanhã."

Fechei os olhos com força, tentando afastar as imagens que assombravam a minha mente. Queria desesperadamente acreditar nele, deixar-me afundar naquele momento, no conforto da sua presença. Mas o medo permanecia, pairando no fundo como uma sombra que não conseguia fugir.

Ficámos ali deitados em silêncio durante algum tempo, o peso da minha confissão pairando entre nós. O Daniel não tentou resolver, não fez promessas vazias nem me disse para não me preocupar. Ele apenas me segurou, a sua presença uma tranquilidade silenciosa. E, por um momento, isso foi suficiente.

Mais tarde, sentámo-nos lá fora, a beber café enquanto o sol da manhã banhava o mundo com uma luz dourada. Observei o Daniel, o seu rosto relaxado, o seu sorriso fácil enquanto falava sobre a próxima corrida. O seu entusiasmo era contagiante, o amor pelo que fazia a brilhar em cada palavra. E, enquanto o ouvia, senti uma faísca de gratidão no meio do medo.

Era sortuda — tão incrivelmente sortuda — por tê-lo na minha vida. Por partilhar estas manhãs tranquilas, por rir das suas piadas ridículas, por ver como os seus olhos brilhavam quando falava das corridas. Não queria que o meu medo me roubasse a alegria de estar com ele. Não queria que manchasse o amor que partilhávamos.

Sabia que o medo não iria desaparecer completamente. Era parte de amar alguém cuja vida estava tão entrelaçada com o risco. Mas talvez, só talvez, pudesse aprender a viver com ele. A deixá-lo existir sem o deixar controlar-me. Porque, por mais que temesse perder o Daniel, não conseguia imaginar afastar-me dele. Não conseguia imaginar uma vida sem ele.

Estendi a mão pela mesa, segurando a sua mão na minha. Ele olhou para cima, o seu sorriso suavizando quando os nossos olhos se encontraram.

"Amo-te," disse, a minha voz firme, mesmo com o coração a bater rápido.

"Também te amo," respondeu ele, apertando a minha mão.

E, naquele momento, decidi agarrar-me ao agora. Ao amor que partilhávamos, às gargalhadas, às manhãs tranquilas. Às bênçãos de hoje, mesmo que o amanhã fosse incerto.

Não importava o que viesse a seguir, iria valorizar isto. Isto era suficiente.


Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.

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