Logan Sargent- Please Don't Go

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Tocar Música da Midia!

Logan POV

Era pleno inverno quando me apercebi de que a estava a perder.

O ar mordia-me a pele enquanto eu permanecia na varanda de uma cabana isolada, bem no alto das montanhas. O mundo à minha volta estava coberto por uma espessa camada de neve, e o silêncio que a acompanhava era ensurdecedor. O céu, que há pouco tempo se pintava em tons de rosa e laranja, desvanecia-se agora nos azuis suaves do crepúsculo. Lá em baixo, mal conseguia distinguir a floresta que se estendia por quilómetros, com a neve a assentar como pó fino nas árvores, cobrindo as copas dos pinheiros que se perdiam no horizonte.

Mas não era nisso que eu pensava.

Ela estava lá dentro, sentada junto à lareira, com as pernas encolhidas debaixo de si, como sempre fazia quando estava imersa em pensamentos. S/N. Mesmo agora, por entre o turbilhão dos meus pensamentos, conseguia imaginar cada detalhe do seu rosto, a forma como o brilho da lareira dançava nos seus olhos, o modo como o seu sorriso fazia com que todo o resto do mundo parecesse ruído de fundo.

Mas ultimamente, algo tinha mudado. Ou talvez sempre estivesse a mudar, lentamente, tão subtilmente que eu não tinha percebido até agora. Sentia-me como se estivesse a segurar areia nas mãos, por mais que tentasse agarrá-la, escorria sempre. E isso aterrorizava-me.

Já enfrentei velocidades de mais de 300 quilómetros por hora, a centímetros de outros carros, com motores a rugirem tão alto que os sentia no peito, mas nada disso alguma vez me assustou. Não como isto.

Perdê-la. Esse era um medo que não conseguia afastar.

Respirei fundo, o ar gelado queimando-me os pulmões. As minhas mãos apertavam o corrimão com mais força enquanto olhava para a paisagem que escurecia, tentando acalmar os pensamentos. Devia voltar para dentro, pensei. Mas o que é que eu ia dizer? Sentia-me um estranho no meu próprio corpo, à procura de palavras que não saíam.

O problema era que já não sabia como mantê-la comigo. Houve um tempo em que estar comigo parecia suficiente, em que podíamos simplesmente existir na órbita um do outro sem precisar de constantes reafirmações. Mas agora, via a distância a crescer. Não uma distância física—não, ela ainda estava ali, a poucos centímetros de mim na maior parte dos dias—mas emocionalmente, parecia estar a milhas de distância.

A ideia da cabana tinha sido minha. Uma pausa de tudo. Das viagens constantes, das corridas, dos holofotes que nos seguiam para todo o lado. Pareceu-me um bom plano na altura. Achei que, talvez, se conseguíssemos simplesmente... estar, só os dois, sem distrações, poderíamos encontrar o caminho de volta ao que tínhamos perdido.

Mas mesmo aqui, nesta quietude isolada, a tensão entre nós era palpável.

Não sabia quando tinha começado. Talvez tenha sido gradual—pequenas coisas a acumularem-se, palavras que ficaram por dizer, momentos em que devia ter estado mais presente. Ou talvez fosse algo mais profundo, algo que nenhum de nós previu. Só sabia que ultimamente sentia que a estava a perseguir. E quanto mais a perseguia, mais longe ela parecia ir.

Finalmente, afastei-me do frio e entrei. O calor da lareira envolveu-me de imediato, um contraste gritante com o ar gelado lá fora. Ela ainda estava lá, enroscada no sofá, com um livro no colo. Olhou-me de relance quando entrei, os seus olhos encontrando-se com os meus por um breve momento antes de desviar o olhar.

"Está frio lá fora?" perguntou ela, a voz suave, quase distraída.

"Sim." Tentei sorrir, mas o sorriso não chegou aos olhos. "Precisava de um pouco de ar fresco."

Ela acenou com a cabeça, mas ficou por aí. O silêncio seguiu-se. Um silêncio que parecia mais pesado do que deveria.

Fiquei ali, a sentir o peso de todas as coisas que queria dizer, mas não conseguia. Queria perguntar-lhe se estava feliz. Se ainda estávamos bem. Mas essas perguntas pareciam grandes demais, cruas demais. E eu temia as respostas.

Em vez disso, sentei-me ao seu lado, suficientemente perto para sentir o calor do seu corpo junto ao meu, mas não o suficiente para preencher o espaço que crescia entre nós.

Ficámos assim durante um tempo, o crepitar da lareira a ser o único som na sala. Não conseguia parar de olhar para ela, para a forma como os seus olhos percorriam as páginas do livro, para o modo como distraidamente afastava uma mecha de cabelo para trás da orelha. Ela era linda. Sempre tinha sido linda. Mas esta noite, parecia inalcançável, como algo apenas fora do meu alcance.

"Logan," disse ela de repente, a sua voz a cortar o silêncio.

"Sim?" O meu coração saltou uma batida ao ouvir o meu nome.

Ela hesitou, fechando o livro no colo e virando-se para mim. Havia algo nos seus olhos, algo que eu não conseguia identificar. Tristeza? Medo? Não tinha a certeza. Mas fosse o que fosse, fez o meu estômago dar um nó.

"Tenho andado a pensar," começou, a voz mal mais alta que um sussurro.

Essas palavras foram o suficiente para me cortar a respiração. Nada de bom começava com "Tenho andado a pensar."

"Não sei se consigo continuar com isto," disse ela, as palavras a caírem entre nós como pedras.

O meu peito apertou. "O que é que queres dizer?"

Ela suspirou, passando a mão pelo cabelo. "Isto. Nós. Não sei. Parece que... parece que já não somos os mesmos. Como se ambos estivéssemos a tentar agarrar algo que está a escapar."

Eu não sabia o que dizer. A minha mente corria, à procura das palavras certas, de algo que pudesse tornar tudo isto melhor. Mas nada surgia.

"Eu não te quero perder," soltei, as palavras a saírem antes que as pudesse travar.

Os seus olhos suavizaram-se, e por um momento, pensei ter visto algo a brilhar neles. Mas depois ela desviou o olhar, abanando a cabeça.

"Logan, não se trata de nos perdermos um ao outro. Trata-se de... voltarmos a encontrar-nos. Sinto que perdi uma parte de mim, e acho que tu também."

As suas palavras atingiram-me como um murro no estômago. Teria ela razão? Tinha eu me perdido em tudo isto? Nas corridas, na fama, na constante pressão para ser o melhor? Talvez. Mas só agora o percebia.

"Eu não te quero perder," repeti, desta vez a minha voz era mais baixa. "Diz-me o que preciso de fazer."

Ela olhou para mim então, realmente olhou, os seus olhos a procurarem os meus. E pela primeira vez em muito tempo, vi a mulher de quem me tinha apaixonado. Ela estendeu a mão, pegando na minha, e por um breve momento, senti esperança. Talvez isto não fosse o fim. Talvez ainda pudéssemos encontrar o nosso caminho de volta um para o outro.

"Eu não tenho todas as respostas," disse ela suavemente. "Mas sei que não podemos continuar a fingir que está tudo bem. Precisamos de ser honestos. Com nós próprios. Um com o outro."

Acenei com a cabeça, apertando a sua mão. "Está bem. Vamos começar por aí."

E naquele momento, sentados junto à lareira, percebi que talvez, só talvez, ainda tivéssemos uma hipótese.


Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.

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