Logan Sargent- Penthouse

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Tocar Música da Midia!

S/N POV

Às vezes, a vida tem uma forma curiosa de nos surpreender. Cresci a acreditar que o amor é suficiente, que quando se ama alguém de verdade, nada mais importa. E talvez seja verdade para algumas pessoas, mas não era o meu caso. O meu relacionamento com Logan, o homem que pensei ser o amor da minha vida, começou a deteriorar-se muito antes de eu perceber. E, como tantas outras, ceguei-me pelas aparências, pela fama, pelo glamour... até que já não consegui fingir mais.

Conheci o Logan num evento da Fórmula 1. Ele tinha um sorriso fácil, olhos azuis brilhantes e uma confiança desarmante. Não era só o facto de ele ser um piloto de sucesso, ou a atenção que recebia por onde quer que fosse. Era o facto de ele parecer ser alguém com quem eu podia partilhar a minha vida. Era tão fácil gostar dele. Para todos os efeitos, ele era o homem perfeito. Mas nunca fui muito boa a distinguir o real do idealizado.

No início, era tudo o que eu sempre quis. Jantares à luz das velas em hotéis de luxo, viagens inesperadas a lugares exóticos, e, claro, o glamour dos paddocks da Fórmula 1. Eu sentia-me especial, diferente das outras. Era uma sensação quase intoxicante, estar ao lado de alguém que parecia ter o mundo aos pés. Mas a verdade, que demorei a ver, é que estar com Logan não era o mesmo que estar ao lado dele.

Ele era apaixonado pela carreira, isso era evidente. E como não seria? A Fórmula 1 exigia tudo dele — os treinos intensos, as viagens constantes, a pressão dos media. Tudo girava à volta disso. E eu, no início, achava que isso fazia parte do pacote. Que era apenas uma fase, e que eventualmente ele iria encontrar um equilíbrio. Mas os meses passavam, e eu começava a perceber que talvez o equilíbrio nunca viesse.

Sempre que tentava falar sobre o futuro, ele desviava a conversa. Sempre que queria partilhar algo sobre mim, sentia que ele já não estava a ouvir. E, no meio de tudo isso, comecei a perder-me. Já não sabia quem eu era sem ele. As pessoas à nossa volta viam-nos como o casal perfeito: eu, sempre sorridente nas fotos, e ele, o herói da pista. Mas por trás das câmaras, por trás dos sorrisos para os fãs, havia um vazio crescente.

Uma noite, depois de uma corrida particularmente difícil para ele, decidimos ficar no hotel em vez de ir a mais uma dessas festas onde os rostos eram bonitos e os copos sempre cheios. Senti que, por fim, teríamos um momento só nosso, longe do barulho e da distração. Mas mesmo ali, na intimidade do nosso quarto, ele estava distante. Fiquei a observá-lo por um momento, enquanto ele mexia no telemóvel, provavelmente a responder a mensagens da equipa ou a verificar os resultados da corrida.

"Logan, estás aqui comigo?" — perguntei, tentando esconder a frustração na minha voz.

Ele olhou para mim, mas os seus olhos não me encontraram verdadeiramente. "Claro que estou. Estou cansado, foi um dia difícil."

"Eu sei... Mas sinto que... Não sei, parece que já não estamos tão próximos como antes." A minha voz vacilava. Havia tanto que queria dizer, mas as palavras pareciam presas.

Ele suspirou, irritado. "Não comeces, S/N. Sabes que isto é importante para mim. A minha carreira... é tudo o que eu sempre quis."

E foi nesse momento que percebi. Para ele, era a carreira. Para mim, era o relacionamento. E, de alguma forma, o espaço entre esses dois mundos tornara-se intransponível.

Os dias seguintes foram ainda mais estranhos. Não falávamos, não discutíamos, mas também não nos conectávamos. Ele partia para treinos ou reuniões, eu ficava sozinha no hotel ou ia dar passeios solitários pelas cidades onde estávamos. Cada vez mais, as mensagens de apoio dos fãs e as fotografias nas redes sociais pareciam ser o único fio que ainda nos ligava. O mundo via um casal feliz, mas eu sabia a verdade.

Até que um dia, enquanto passeava pela marina de uma cidade qualquer, parei num café. O barulho do mar, as conversas abafadas das outras mesas, o calor do sol... era um daqueles momentos que normalmente me faria sentir em paz, mas ali, sentada sozinha, o vazio dentro de mim tornou-se inegável. Peguei no telemóvel e deslizei pelas fotos de nós os dois — sorrisos, beijos, olhares cúmplices. Quem olhasse de fora nunca imaginaria o quanto me sentia desconectada dele.

E então, num impulso, fechei o telemóvel e olhei à minha volta. Vi casais a rir, a conversar, a partilhar momentos simples. Senti uma pontada no peito ao perceber que era isso que eu queria. Eu queria alguém que estivesse presente, alguém que se importasse com os momentos pequenos, não só com as grandes vitórias.

Quando Logan voltou do treino naquela noite, eu estava pronta. Tinha passado o dia a pensar em como lhe iria dizer o que sentia, em como iria encontrar as palavras certas. Mas, no final, foi mais simples do que eu imaginava.

"Logan, acho que não podemos continuar assim."

Ele parou, surpreso. "Como assim? O que é que queres dizer?"

Eu respirei fundo. "Isto. Nós. Não estamos a funcionar. Já não estamos juntos, mesmo quando estamos no mesmo lugar."

Ele não respondeu de imediato. A sua expressão endureceu, como se estivesse a tentar processar o que eu acabava de dizer. "Sabes que a minha carreira é importante. Sabias desde o início."

"Sim, eu sabia. Mas achei que seríamos capazes de fazer funcionar. Achei que, no meio de tudo, ainda haveria espaço para nós. Mas não há. E eu já não consigo fingir que está tudo bem."

Houve um longo silêncio entre nós. Eu queria que ele dissesse algo, que me dissesse que mudaria, que lutaríamos pelo que tínhamos. Mas, no fundo, sabia que isso não iria acontecer.

Ele limitou-se a acenar. "Talvez tenhas razão."

E foi assim que acabou. Sem gritos, sem grandes dramas, apenas uma aceitação silenciosa de que o nosso tempo juntos tinha chegado ao fim. As aparências podem ser enganadoras. Aos olhos do mundo, éramos o casal perfeito. Mas, no fundo, éramos apenas duas pessoas a viver vidas paralelas, sem verdadeiramente se tocarem.

Deixar Logan foi uma das decisões mais difíceis que tive de tomar. Mas, ao mesmo tempo, foi libertador. Percebi que, por mais perfeito que algo possa parecer, se não for real, se não for autêntico, eventualmente irá desmoronar. E o que ficou foi uma nova versão de mim, alguém que aprendeu, à sua maneira, que as aparências, por mais sedutoras que sejam, nunca são o que realmente importa.


Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.

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