Tocar Música da Midia!
Oscar POV
Depois da corrida, o silêncio era sempre mais profundo. Os motores, que rugiram nos meus ouvidos durante horas, finalmente se calavam, mas a minha mente nunca parava. Era nessa altura que os arrependimentos começavam a surgir—quando o burburinho do paddock, os aplausos dos fãs e a adrenalina desapareciam. É curioso, de uma forma triste, como o sucesso pode parecer vazio quando se perde algo que importa mais do que tudo.
A primeira vez que senti isso foi em Suzuka. A corrida correu bem—melhor do que eu esperava. O carro estava perfeito, acertei na estratégia e tudo se encaixou. No pódio, com o champanhe a chover sobre mim, senti-me no topo do mundo. Mas, enquanto olhava para a multidão, os meus olhos procuravam um rosto que sabia que não iria ver mais.
Ela não estava lá—S/N.
Terminámos há três meses. Ou, melhor dizendo, eu deixei-a ir. Achei que era a decisão certa. Convenci-me de que o meu foco tinha de estar na minha carreira, que a Fórmula 1 tinha de vir em primeiro lugar. Sem distrações, sem complicações. Não podia arriscar o meu sonho por ninguém, nem mesmo por ela. Na altura, parecia tudo tão claro, como se fosse o passo lógico a dar. Ambos concordámos que talvez fosse o melhor, que era mútuo. Mas, lá no fundo, eu sabia que estava apenas a afastá-la, com medo de o quanto me importava.
Agora, ali no pódio, com o mundo a meus pés, não sentia... nada. Nenhuma alegria, nenhum verdadeiro sentido de vitória. Apenas um vazio. Lembro-me de olhar para os outros pilotos, a vê-los celebrar com as suas equipas, com as suas famílias, com os seus entes queridos. Eu não tinha ninguém a quem me virar, além dos engenheiros e dos poucos parabéns dos meus companheiros de equipa. Não era o mesmo. Não era ela.
Não percebi o quanto tomei a sua presença como garantida até a perder. Ela sempre esteve lá, nos bons e nos maus momentos. Não era apenas alguém com quem podia falar depois de uma corrida difícil ou partilhar uma vitória. Ela era quem me conhecia melhor do que eu próprio, quem via para além desta imagem de piloto que eu tinha construído. S/N não se importava com os pódios, a fama, ou os milhões que nos assistiam. Ela importava-se comigo—Oscar.
Houve dias em que acordava e, instintivamente, pegava no telemóvel para lhe mandar uma mensagem, só para me lembrar de que já não estávamos juntos. Às vezes, dava por mim a ir a sítios que costumávamos visitar, na esperança de talvez a encontrar. Mas nunca a encontrei. E, sempre que percebia que ela realmente se tinha ido, era como um murro no estômago.
Não sei porque pensei que a minha vida seria melhor sem ela. Correr sempre foi o meu sonho, mas agora, parecia menos gratificante sem alguém com quem o partilhar. O barulho, a velocidade, os voos intermináveis, a pressão constante—tudo se fundia numa rotina exaustiva. E, no meio de tudo isso, encontrava-me a pensar cada vez mais nela. Cada cidade em que corria lembrava-me de uma memória que partilhámos. Ela estava em todo o lado, mesmo quando não estava.
Tentei concentrar-me na condução, enterrando-me no trabalho. Pensei que talvez, se ganhasse corridas suficientes ou subisse ao pódio mais vezes, deixaria de pensar nela. Mas não funcionou. Quanto mais me esforçava, mais vazio me sentia. Às vezes, via o seu rosto na multidão, mesmo sabendo que não era realmente ela. Ouvia a sua risada quando outra pessoa falava. Era como se a minha mente não conseguisse deixá-la ir, por mais que tentasse.
A parte mais difícil, no entanto, foi perceber que ela tinha seguido em frente. Via as suas publicações nas redes sociais, a sair com amigos, a sorrir, a rir—simplesmente a viver a sua vida sem mim. No início, fiquei zangado, como se tivesse sido substituído. Mas quanto mais pensava nisso, mais percebia que não tinha ninguém a culpar além de mim próprio. Fui eu que a deixei ir. Fui eu que disse que as corridas tinham de vir em primeiro lugar.
Mas qual era o ponto de tudo isto, se não a tinha ao meu lado?
Numa noite, depois de uma corrida especialmente difícil em Mónaco, sentei-me sozinho no meu quarto de hotel, a olhar para as luzes da cidade lá fora. O mar estava calmo, as ruas estavam silenciosas, e pela primeira vez em muito tempo, permiti-me realmente pensar em S/N. Pensei na forma como ela me olhava quando voltava de uma corrida, com os olhos cheios de orgulho, mesmo quando as coisas não corriam bem. Lembrei-me de como ela conseguia acalmar-me com apenas algumas palavras, como nunca me fez sentir que tinha de ser o "Oscar Piastri, o piloto de F1" ao pé dela. Podia ser apenas eu, com todas as minhas falhas, e isso era suficiente.
Mas agora, ela não estava aqui, e eu não tinha ninguém a culpar a não ser a mim próprio.
O arrependimento atingiu-me como uma tonelada de tijolos. Estava tão focado no futuro que não vi o que estava a perder no presente. Deixei a melhor coisa que já me aconteceu escapar-me por entre os dedos porque tinha medo de admitir o quanto precisava dela. E agora, ela tinha-se ido.
Peguei no telemóvel, a olhar para o seu número no ecrã. O meu dedo pairava sobre o botão de chamada, mas não conseguia pressioná-lo. O que iria dizer? Queria dizer-lhe que sentia muito, que fui um idiota, que ela era a única pessoa em quem não conseguia parar de pensar. Mas isso importaria agora? Poderia pedir-lhe que voltasse, depois de tudo?
Não tinha a certeza.
Mas o que sabia era que não podia continuar a fingir que estava bem sem ela. Não podia continuar a correr pelo mundo, a perseguir um sonho que parecia vazio sem S/N ao meu lado. Percebi, então, que ela não era apenas um capítulo da minha vida—ela era a história. E fui cego demais para ver isso até agora.
Deixei o telemóvel de lado e reclinei-me na cadeira, fechando os olhos. Não sabia o que o futuro reservava, ou se teria a oportunidade de consertar as coisas com ela. Mas uma coisa era clara: não podia continuar a fugir do que sentia. Porque a verdade é que ela era a tal. Sempre foi.
E eu deixei-a ir.
Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.
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F1 Imagines
Hayran Kurgu*F1 Imagines* é um livro que mergulha na imaginação criativa dos fãs da Fórmula 1, oferecendo uma experiência única e imersiva. Cada página captura momentos vibrantes e intensos, permitindo aos leitores vivenciar histórias fictícias com seus pilotos...