Tocar Música da Midia!
S/N POV
Eu não sei quando é que comecei a dar tanto valor ao presente. Acho que foi algo que veio com o tempo, mas também com ele — o Lando. Talvez tenha sido o ritmo frenético da vida dele, as viagens constantes, as corridas, as sessões de treino. Ou talvez tenha sido a minha necessidade de desacelerar. Mas, juntos, aprendemos a encontrar aquele equilíbrio. E agora, cá estamos nós, dois miúdos a viver o agora como se o amanhã não fosse garantido.
Estamos numa praia qualquer de Espanha. Eu já perdi a conta das cidades onde estivemos nas últimas semanas. Os dias fundem-se uns nos outros, as cidades também, mas não me importo. Hoje, o céu está azul, o sol brilha no ponto certo de calor que não é nem demasiado forte nem demasiado fraco. Sinto a areia quente nos pés e o vento suave que sopra do mar a acariciar a minha pele. E ao meu lado está ele, Lando, com aquele sorriso meio torto que faz com que me esqueça de tudo à minha volta.
— O que estás a pensar? — pergunta ele, deitado ao meu lado na toalha, com os olhos semi-cerrados, a olhar para o horizonte.
— Em nada, para ser sincera — respondo, virando-me de lado para o encarar. — Ou melhor, estou a pensar no agora.
Ele solta uma gargalhada suave, o que me faz sorrir também.
— Isso é raro em ti — provoca ele, ainda a rir. — Estás sempre a pensar no que vem a seguir.
Reviro os olhos, mas sei que ele tem razão. Ou melhor, tinha. Ultimamente, tenho feito um esforço consciente para estar mais presente, para viver mais o agora. E ele, talvez sem saber, tem sido uma parte importante dessa mudança.
— Acho que és tu que me estás a ensinar isso — admito, baixando a voz, quase como se fosse um segredo.
Lando vira-se para mim, os olhos azuis brilhando com o reflexo do sol. Por um momento, ele não diz nada, apenas olha para mim, como se estivesse a tentar ler a minha alma.
— Não sei se sou eu — responde ele, com um sorriso leve. — Talvez seja a vida. Estamos a viver algo incrível, não achas?
Concordo com a cabeça. Sim, estamos a viver algo incrível. Estamos a viajar, a conhecer lugares novos, a viver aventuras que muitos só sonham em viver. Mas o que torna tudo isso ainda mais especial não são os lugares, nem os momentos em si. É a liberdade. A liberdade de sermos jovens, de não termos amarras, de podermos decidir no último minuto que queremos apanhar um voo para um sítio qualquer ou que queremos ficar na praia até o sol se pôr.
— Somos sortudos — digo, e sinto o peso dessas palavras.
Ele levanta-se de repente e corre em direção ao mar, deixando-me para trás com uma gargalhada.
— Então, vem! Vamos aproveitar!
Levanto-me e corro atrás dele, rindo como uma criança. A água está fria, mas isso só faz com que seja mais revigorante. Mergulhamos de cabeça, e por um momento, o mundo lá fora desaparece. Não há mais corridas, nem expectativas, nem planos. Há apenas o som do mar, o toque da água contra a pele e o som das nossas gargalhadas que se misturam com o som das ondas.
Quando voltamos para a praia, deitamos-nos de novo nas toalhas, exaustos, mas felizes. O sol já está a começar a descer no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Há uma paz que me preenche por completo, uma sensação de que nada mais importa além deste momento.
— Sabes o que é engraçado? — diz Lando, quebrando o silêncio.
— O quê? — pergunto, olhando para ele.
— Quando estou nas corridas, tudo é sobre o futuro. A próxima curva, o próximo pit stop, a próxima corrida. É tudo sobre o que vem a seguir. Mas, aqui contigo, sinto que posso parar. Que não preciso de estar sempre a pensar no que vem a seguir.
Oiço-o com atenção. Nunca tinha pensado nisso dessa maneira, mas faz sentido. O mundo de Lando é feito de pressão, de expectativas, de metas a alcançar. Mas aqui, na simplicidade de uma tarde na praia, ele pode ser apenas Lando. Não o piloto, não a figura pública. Apenas ele.
— Talvez seja isso que faz tudo isto valer a pena — digo, pensativa. — O facto de podermos parar e simplesmente... estar.
Ele sorri, concordando em silêncio.
Ficamos assim, deitados na areia, a ver o sol desaparecer no horizonte. O céu começa a escurecer lentamente, e as primeiras estrelas começam a aparecer. É nesses momentos que percebo o quanto o presente é valioso. O futuro pode ser incerto, mas isso não importa. O que importa é o agora. É a sensação da areia sob o meu corpo, o som das ondas, a presença dele ao meu lado.
Lando vira-se para mim de novo, com aquele sorriso travesso que já conheço tão bem.
— Estás a pensar no futuro outra vez?
Dou uma risada, balançando a cabeça.
— Não, prometo. Estou a pensar no quanto gosto deste momento.
Ele não responde, mas o sorriso dele diz-me tudo o que preciso de saber. E é isso. O presente é isso. É estar aqui, agora, sem pensar no que vem a seguir. É rir sem motivo, correr para o mar sem planos, deixar o sol tocar na pele sem pressa de sair.
A noite cai, mas não temos pressa de ir embora. Ficamos ali, na praia, a ver as estrelas, a falar sobre tudo e nada. A liberdade de sermos jovens, de termos todo o tempo do mundo, de não estarmos presos a horários ou responsabilidades. É um luxo que sabemos que não durará para sempre, mas enquanto o temos, vamos aproveitá-lo ao máximo.
E quando, finalmente, decidimos levantar-nos e caminhar de volta ao hotel, sinto uma leveza em mim que há muito não sentia. Talvez seja o efeito do sol, do mar, ou talvez seja o efeito de estar com ele. Não importa. O que importa é que, por agora, estamos a viver. Estamos a ser jovens, livres, e a aproveitar o presente como se fosse tudo o que temos.
Porque, no fundo, é isso mesmo. O presente é tudo o que temos. E é lindo.
Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.
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F1 Imagines
Fanfic*F1 Imagines* é um livro que mergulha na imaginação criativa dos fãs da Fórmula 1, oferecendo uma experiência única e imersiva. Cada página captura momentos vibrantes e intensos, permitindo aos leitores vivenciar histórias fictícias com seus pilotos...