Pierre Gasly- Pied Piper

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Tocar Música da Midia!

Pierre POV

Era uma daquelas noites tranquilas, raras no nosso mundo de corridas e viagens incessantes. Estávamos no sofá, em casa, depois de um longo dia. O silêncio entre nós era confortável, uma pausa bem-vinda na agitação constante que costumava cercar a nossa vida. Ela estava ao meu lado, com um ar pensativo, os olhos fixos em algum ponto distante. Conhecia aquele olhar, aquela concentração profunda. Sabia que algo a preocupava, e isso deixava-me inquieto.

"Está tudo bem?" perguntei, inclinando-me um pouco para mais perto. Ela hesitou, como se estivesse a medir as palavras, antes de finalmente soltar um suspiro.

"Pierre... às vezes sinto que estou a viver mais a vida dos outros do que a minha", começou ela, a voz baixa, mas carregada de emoção. "Sinto que as decisões que tomo, as escolhas que faço... são sempre moldadas pelo que os outros vão pensar ou esperar de mim."

Aquilo bateu-me forte. Sabia exatamente o que ela queria dizer. Estar constantemente sob o olhar público, viver numa bolha onde todos têm uma opinião sobre ti – já tinha vivido isso muitas vezes no meu mundo da Fórmula 1. Mas para ela, era diferente. Ela não escolheu essa exposição, essa pressão. Foi algo que veio com o tempo, à medida que nos tornámos mais visíveis enquanto casal.

"Entendo o que dizes", respondi depois de um momento. "Mas acho que deves fazer o que te faz feliz. O que te faz sentir realizada. Esquece o que os outros pensam."

Ela riu-se, mas foi uma risada amarga. "É fácil dizer isso, Pierre. És o Pierre Gasly, as pessoas esperam que tu sejas um rebelde, um lutador. Ninguém espera que sigas o caminho tradicional ou convencional. Mas para mim... sinto que tenho de ser perfeita, de agradar a todos."

Eu detestava quando ela falava assim. Sabia que essa pressão não era justa, que ela merecia muito mais do que viver segundo as expectativas de outras pessoas. Mais do que isso, ela merecia ser livre para fazer as suas próprias escolhas, mesmo que fossem difíceis ou que não agradassem a todos.

"Escuta," disse, tentando encontrar as palavras certas, "ninguém tem o direito de decidir como deves viver a tua vida. Nem a tua família, nem os teus amigos, nem os meus fãs. Nem mesmo eu."

Ela olhou-me, surpreendida. Acho que não esperava essa última parte. Apertei a mão dela, suavemente e continuei.

"Tu és dona da tua própria vida. Tens sonhos, tens ambições, e tens o direito de persegui-los sem sentir que deves justificar-te a toda a gente. Já fizeste muito por ti mesma, e ainda tens tanto para fazer. Mas isso tem de vir de ti, das tuas próprias vontades, não das expectativas de outros."

Ela ficou em silêncio por um longo momento, e eu deixei-a pensar. Era difícil, eu sabia. Quando estás tão acostumada a ser moldada pelos outros, a ideia de quebrar esse padrão pode parecer assustadora. Mas também sabia que, no fundo, ela era uma mulher forte. Sempre soube.

"Mas e se eu falhar?" murmurou finalmente, os olhos fixos nos seus próprios dedos entrelaçados.

"Se falhares, será porque tentaste algo novo, algo teu," respondi. "Falhar faz parte de crescer. Eu próprio já falhei inúmeras vezes. E cada vez que falhei, aprendi algo que me tornou mais forte, mais preparado para o próximo desafio."

Ela suspirou, mas desta vez havia uma leveza nas suas palavras. "Queria ser assim tão corajosa como tu."

"Sempre foste corajosa," disse, sorrindo. "Só que às vezes não te apercebes disso."

Puxei-a para mais perto, envolvendo-a nos meus braços. Era importante para mim que ela soubesse que não estava sozinha, que tinha apoio, mas também que a decisão de mudar a sua vida era dela, e só dela. Eu estaria lá para a apoiar, independentemente das escolhas que fizesse.

Nos dias seguintes, notei pequenas mudanças. Ela começou a falar mais sobre as suas próprias ideias, os seus projetos, sem se preocupar tanto com o que os outros iam dizer. Era como se estivesse a descobrir, aos poucos, a liberdade que sempre esteve ao seu alcance, mas que antes parecia impossível de tocar.

Certo dia, enquanto estávamos a tomar o pequeno-almoço, ela disse-me algo que me surpreendeu.

"Inscrevi-me num curso de design gráfico," disse, com um sorriso tímido. "Sempre quis aprender mais sobre isso, e achei que era o momento certo."

O meu coração encheu-se de orgulho. Não era pelo curso em si, mas pela decisão. Pela coragem de fazer algo por si mesma, de seguir uma paixão sem se preocupar com o que outros poderiam pensar.

"Isso é incrível!" exclamei. "Estou muito orgulhoso de ti."

Ela corou ligeiramente, mas o brilho nos seus olhos mostrava que estava satisfeita com a decisão. E era assim que devia ser. Eu sabia que este era apenas o começo. Que ainda haveria momentos em que as dúvidas e os receios iam voltar, mas também sabia que, com o tempo, ela se tornaria cada vez mais confiante em si mesma e nas suas escolhas.

Ao longo do tempo, vi-a florescer de formas que nunca imaginara. Ela começou a dizer "não" às coisas que não queria fazer, a traçar o seu próprio caminho, mesmo que esse caminho não fosse o que os outros esperavam. E cada vez que o fazia, tornava-se mais forte, mais dona de si mesma.

Numa dessas noites, enquanto estávamos novamente sentados no sofá, olhei para ela e senti uma onda de gratidão. Ela estava a viver a vida nas suas próprias condições, e isso era tudo o que eu sempre quis para ela.

"S/N," disse eu, baixinho, quase como um sussurro, "és a pessoa mais corajosa que conheço."

Ela olhou para mim, surpresa. "Eu? Corajosa?"

"Sim," afirmei. "Tens uma força que nem imaginas. Tens o poder de mudar a tua vida, de a controlar, e isso é mais do que a maioria das pessoas consegue fazer."

Ela sorriu, e naquele momento soube que, não importa o que acontecesse, ela estava finalmente a tomar as rédeas da sua própria vida. E eu não podia estar mais orgulhoso de a ver tornar-se a mulher incrível que sempre soube que ela era.



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