Tocar Música da Midia!
Lewis POV
Eu tinha corrido pela vida fora, tal como na pista, sempre em movimento, sem nunca olhar para trás. A Fórmula 1 sempre foi o meu mundo, o meu escape. Estava habituado a carros rápidos, ao zumbido dos motores e à pressão do desempenho. Mas nada me preparou para isto. Para ti.
Começou de forma simples, como a maioria das coisas. Conheci-te através de amigos, num evento de caridade que eu tinha concordado em participar. Não eras do mundo da F1, e talvez tenha sido isso que me intrigou no início. Havia algo de refrescante na forma como não te preocupavas com todo o barulho que rodeava a minha vida. Eras apenas tu - calma, confiante, com uma presença que parecia abrandar tudo à nossa volta.
Falámos muito nessa noite. No início, eram os assuntos habituais de superfície - trabalho, passatempos, o tempo. Mas, em pouco tempo, a conversa aprofundou-se. Lembro-me de me falares da tua paixão por viagens, de como encontraste paz em lugares remotos, longe do caos acelerado em que eu vivia. Falaste-me de uma praia escondida em Bali, de um local isolado na Noruega, das noites estreladas no Saara. As tuas histórias fizeram-me querer abrandar, só por um minuto, e imaginar como era esse tipo de vida.
Depois disso, mantivemo-nos em contacto. Nem sequer me lembro de quem mandou a primeira mensagem - tornou-se natural. Tu mandavas uma mensagem rápida quando eu estava a viajar entre corridas, e eu falava contigo sempre que podia, partilhando pequenos trechos da minha vida na estrada. Mas nunca pareceu forçado. A nossa amizade cresceu nos intervalos, nos momentos em que eu não era o Lewis Hamilton, o piloto de F1, mas apenas o Lewis, um tipo a descobrir a vida como toda a gente.
Lembro-me de uma noite em particular.
Estava no Mónaco, o lugar a que chamava casa quando não estava a viajar. A época tinha sido brutal e eu estava exausto, mental e fisicamente. Mandei-te uma mensagem sem pensar, sem sequer esperar uma resposta. Mas respondeste quase instantaneamente.
"Precisas de uma pausa do barulho?", perguntaste.
Já me conhecias tão bem. Não falámos de corridas, das minhas vitórias ou derrotas. Em vez disso, encontrámos consolo no silêncio e nos pequenos momentos, daqueles que a maioria das pessoas não vê. Nessa noite, sugeri algo que nunca tinha pensado antes.
"Vem visitar-me", escrevi, quase hesitante.
Não respondeste de imediato, e eu já esperava que dissesses não. Mas quando finalmente respondeste, foi simples:
"Porque não?"
Alguns dias depois, estavas num voo para o Mónaco. Fui buscar-te ao aeroporto e foi estranho ver-te fora das mensagens e dos telefonemas, ali de pé com a mala ao ombro, com um sorriso que fazia com que tudo parecesse um pouco menos pesado.
O Mónaco estava lindo naquela época do ano. Ainda não tinha chegado o habitual fluxo de turistas e o ar estava fresco, com um toque de sal marinho na brisa. Tinha planeado mostrar-te a cidade, talvez levar-te a passear no meu iate, mas tu tinhas outras ideias.
"Leva-me para um sítio sossegado", disseste enquanto caminhávamos ao longo da marina. Não havia urgência na tua voz, nem pressa para ver as vistas. Apenas aquela presença calma que eu tinha passado a desejar.
Levei-nos a um pequeno local que eu conhecia - longe do brilho, nas colinas, onde o mundo parecia abrandar. Era um dos poucos lugares no Mónaco onde eu podia respirar sem o zumbido constante dos motores ao fundo.
Sentámo-nos num banco com vista para a água, com as luzes da cidade a cintilar lá em baixo. Durante algum tempo, nenhum de nós disse nada. Era um daqueles raros momentos em que o silêncio era confortável, como se não precisássemos de palavras para nos entendermos.
Mas depois, viraste-te para mim, com os olhos a refletir as estrelas lá em cima. Havia algo no teu olhar que me fez acelerar o pulso. Já tinha estado aqui antes, com outras pessoas, mas isto foi diferente. Não foi calculado ou planeado. Era... natural.
"Lewis," começaste, com a tua voz suave, "não quero complicar as coisas, mas sinto que há algo aqui. Entre nós".
Eu também senti. Caramba, já o sentia há algum tempo. Mas não queria reconhecê-lo, não queria arriscar-me a perder a simplicidade do que tínhamos. Ainda assim, era inegável a atração que existia entre nós, como se a gravidade nos aproximasse, apesar do caos que nos rodeava.
Respirei fundo, olhando para o horizonte. O luar dançava na água, lançando um brilho prateado sobre tudo. Parecia que o mundo tinha encolhido, deixando apenas nós os dois nesta bolha de quietude.
"Eu sei", disse eu finalmente. "Eu também o sinto."
Não disseste nada, apenas acenaste com a cabeça, com um pequeno sorriso nos lábios. Não precisávamos de o rotular, não precisávamos de definir o que éramos ou o que poderíamos ser. Bastava saber que, fosse o que fosse, era real. Bastava senti-lo nos momentos calmos, nos olhares partilhados e na compreensão não dita entre nós.
Nessa noite, quando nos sentámos sob as estrelas, algo mudou. Não nos beijámos, não nos apressámos a fazer nada. Ficámos ali sentados, lado a lado, a deixar que o peso do que sentíamos se instalasse. Não havia pressa. Nenhuma pressão. Apenas uma perceção lenta e constante de que estávamos à beira de algo maior do que qualquer um de nós tinha previsto.
Os dias que se seguiram pareceram um borrão. Ficou no Mónaco mais tempo do que o planeado e entrámos num ritmo fácil. As manhãs eram passadas a beber café no meu terraço, as tardes a explorar cantos escondidos da cidade e as noites a conversar até altas horas da madrugada. Não era vistoso nem grandioso - era simples, tal como nós.
Mas foi nesses momentos calmos que me apercebi que não queria voltar a ser o que era. Já não queria que fôssemos apenas amigos. Eu queria mais. Queria-te a ti. A ti toda.
Não foi uma grande declaração ou um gesto romântico. Uma noite, enquanto observávamos o pôr do sol no mesmo local nas colinas, peguei na tua mão. Tu não te afastaste. Em vez disso, entrelaçaste os teus dedos com os meus e, nesse pequeno e íntimo gesto, tudo mudou.
Olhei para ti e sorriste, aquele mesmo sorriso fácil que me tinha atraído desde o início. E naquele momento, eu soube - o que quer que isto fosse, para onde quer que fosse - que estava certo. Foi como sair da pista depois de uma corrida longa e difícil, sabendo que encontrámos exatamente o que procurávamos desde o início.
E, pela primeira vez em muito tempo, estava pronto para abrandar.
Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
F1 Imagines
Fanfiction*F1 Imagines* é um livro que mergulha na imaginação criativa dos fãs da Fórmula 1, oferecendo uma experiência única e imersiva. Cada página captura momentos vibrantes e intensos, permitindo aos leitores vivenciar histórias fictícias com seus pilotos...