Tocar Música da Midia!
S/N POV
Sentei-me no confortável sofá de veludo no apartamento do Lando, em Mónaco, distraidamente a percorrer o telemóvel enquanto ele jogava um jogo de corridas na consola. O seu riso ecoava pela sala de estar enquanto o avatar dele ultrapassava um rival virtual, claramente a divertir-se no tempo livre após uma longa temporada no circuito de Fórmula 1.
"Vá lá, mal estás a prestar atenção," chamou Lando, meio a rir, meio a queixar-se, lançando-me um olhar por cima do ombro.
"Estou aqui, não estou?" provoquei, mas a minha mente não estava no momento. Estava a pensar no George. George Russell. O mesmo George que estava agora lá em baixo com a Carmen, provavelmente a subir de volta a qualquer momento. O George que, irritantemente, também era o melhor amigo do Lando.
O mesmo George por quem me estava a apaixonar, e ele era completamente inacessível.
Não sei quando começou. Talvez tenha sido no verão passado, quando todos fomos passear de barco no aniversário do Lando. O George andou a provocar-me o dia inteiro—o seu jeito usual, encantador e despreocupado. Mas houve algo no seu sorriso naquela tarde, algo que me fez sentir borboletas no estômago. Ou talvez tenha sido a sua gargalhada divertida, o modo como os seus olhos azuis brilhavam sempre que achava algo ridiculamente engraçado. Ocupou os meus pensamentos antes de eu sequer me dar conta.
E depois atingiu-me como um comboio de mercadorias—tinha sentimentos pelo melhor amigo do meu irmão. O mesmo que tinha namorada.
Olhei pelas grandes portas de vidro que davam para a varanda. Deste ângulo, conseguia ver o oceano abaixo. O George e a Carmen ainda deviam estar a caminhar pela praia. A Carmen. Ela era deslumbrante, gentil sem esforço, e sinceramente, faziam todo o sentido juntos. Pareciam um casal saído de uma revista—ele, o alto e esguio piloto de corridas com aquele charme britânico impecável, e ela, a namorada elegante e sofisticada que parecia sempre saber o que dizer.
"Estás muito calada hoje," observou Lando, desta vez a sua voz a puxar-me completamente de volta ao presente. Ele pausou o jogo e virou-se para mim, com as sobrancelhas franzidas daquele jeito que só um irmão mais velho consegue fazer—meio preocupado, meio irritado.
"Só a pensar," respondi, encolhendo os ombros, esperando que ele largasse o assunto. A última coisa que precisava era do Lando a desconfiar de algo.
"A pensar em quê?"
Mordi o lábio, sem confiar em mim mesma para responder. Se dissesse a verdade, sabia exatamente como ele reagiria. O Lando era protetor, às vezes até demais, e a ideia de eu ter sentimentos pelo George, o seu amigo mais próximo, ia deixá-lo fora de si. Não estava pronta para essa conversa. Não sabia se algum dia estaria.
"Só... coisas da vida," respondi, tentando manter a vaga. "Nada de mais."
Lando não pareceu convencido, mas antes que pudesse perguntar mais alguma coisa, a porta da frente abriu-se, e entraram o George e a Carmen, a rir de algo que tinha acontecido lá fora. O meu coração apertou-se um pouco ao vê-los juntos, tão... confortáveis.
"Pronto, estamos de volta!" anunciou George, a sua voz alegre a encher a sala. Ele fez contacto visual comigo enquanto falava, o sorriso caloroso, e não consegui evitar o ligeiro tremor que se seguiu. Meu Deus, porque é que isto era tão difícil?
"Finalmente," suspirou Lando, levantando-se e alongando o corpo. "Perdeste a minha total dominação na última corrida."
"Não te preocupes," respondeu George, dando-lhe um soco brincalhão no braço enquanto pousava o saco que trazia. "De certeza que batoteaste de alguma forma."
Carmen juntou-se ao Lando no sofá, os olhos ainda a brilhar do passeio. "Está lindo lá fora. Deviam ter vindo," disse-me, genuinamente como sempre. "O pôr do sol estava maravilhoso."
Sorri, tentando esconder o quanto o convite me fazia sentir uma intrusa. A Carmen não sabia, obviamente. Ela não era o problema. Ela não era a razão pela qual me sentia como se estivesse do lado de fora de uma caixa de vidro, a observar algo que queria mas que nunca poderia ter.
"Para a próxima," prometi, embora não tivesse a certeza se era uma mentira. Como poderia vê-los juntos assim, sabendo o que sentia?
George veio sentar-se ao meu lado no sofá, a proximidade suficiente para acelerar o meu pulso. Cheirava a brisa do mar e algo distintamente dele—um aroma com o qual eu já estava demasiado familiarizada.
"Estás bem?" perguntou suavemente, inclinando-se ligeiramente, a voz só para mim.
Assenti, sem confiar na minha voz. Sempre que ele se aproximava, era como se o meu cérebro entrasse em curto-circuito. Ele nem se apercebia do que me estava a fazer.
"Ainda bem," disse ele, com um sorriso que fez os seus olhos enrugarem nos cantos. "Parecias um pouco ausente há bocado."
Engoli em seco. "Só cansada," menti, embora a verdadeira razão estivesse sentada mesmo ao meu lado.
Ele acenou com a cabeça, aceitando a resposta sem pensar duas vezes. Queria tanto conseguir ler a mente dele, saber o que realmente pensava de mim. Alguma vez se perguntava porque é que às vezes eu ficava tão calada quando estávamos todos juntos? Ou porque evitava ficar sozinha com ele durante muito tempo? Suspeitava de algo?
Uma parte de mim esperava que não. Tornaria tudo muito mais complicado. Mas outra parte, mais profunda—aquela que ainda alimentava uma esperança ridícula—queria que sim. Talvez, só talvez, ele sentisse algo também. Mas afastei rapidamente esse pensamento.
Não era justo. Nem para ele. Nem para a Carmen. Nem para ninguém.
O resto da noite passou num turbilhão de conversas casuais e risos, mas eu não estava realmente presente. Estava na minha cabeça, apanhada num redemoinho de "e se" e auto-recriminações.
Mais tarde, depois de todos terem ido embora ou se retirado para os seus quartos, encontrei-me na varanda, o ar fresco da noite a acalmar a minha pele quente. A cidade estava viva lá em baixo, mas aqui em cima, sentia-se estranhamente tranquila. Pacífica.
Ouvi a porta deslizar atrás de mim e olhei por cima do ombro para ver o George a sair. Ele sorriu suavemente. "Não consegues dormir?"
Abanei a cabeça, voltando-me para o oceano. "Demasiado a pensar."
Ele veio ficar ao meu lado, o braço a roçar no meu enquanto se encostava ao parapeito. "Queres falar sobre isso?"
Por um segundo, quase lhe disse. As palavras estavam mesmo ali, na ponta da língua. Podia dizê-lo—confessar o quanto me tinha apaixonado por ele, como me despedaçava vê-lo com a Carmen. Mas então pensei no meu irmão, na bondade da Carmen, na amizade fácil do George com ambos.
Não podia.
"Não esta noite," murmurei, forçando um sorriso que não chegou aos meus olhos. "Mas obrigada, George."
Ele olhou-me por um longo momento, a expressão dele ilegível, antes de acenar com a cabeça. "Sempre que quiseres," disse, a voz suave.
E, assim, virou-se e voltou para dentro, deixando-me sozinha com os meus pensamentos.
Talvez, um dia, tivesse coragem suficiente para lhe contar. Mas, por agora, a verdade ficaria escondida, enterrada bem fundo onde ninguém a poderia encontrar. Nem mesmo o George.
Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.
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F1 Imagines
Fanfiction*F1 Imagines* é um livro que mergulha na imaginação criativa dos fãs da Fórmula 1, oferecendo uma experiência única e imersiva. Cada página captura momentos vibrantes e intensos, permitindo aos leitores vivenciar histórias fictícias com seus pilotos...