Alex Albon- Love You Goodbye

12 0 0
                                    

Tocar Música da Midia!

Alex POV

É curioso como a vida avança a uma velocidade vertiginosa, não é? Num momento, está tudo perfeito, como aqueles instantes de calma antes do caos de uma corrida, quando o mundo está quieto e o único som que ouves é o teu coração a bater em antecipação. No momento seguinte, tudo sai de controlo, e não consegues fazer nada para o parar. É assim que me sinto agora, aqui, neste apartamento que partilhámos, rodeado pelas memórias que construímos juntos. E, no entanto, apesar de todo o tempo que passámos lado a lado, o riso, as promessas sussurradas à noite, o amor que jurámos ser eterno... está tudo a escorregar-me por entre os dedos.

Nunca imaginei que chegaríamos aqui. Nunca pensei que estaríamos em lados opostos, como equipas rivais a prepararem-se para a batalha, com os nossos corações em jogo. Ainda consigo ver-te, sentado na beira do sofá, a olhar para as tuas mãos. Os teus dedos percorrem as costuras das almofadas como se, de repente, fossem a coisa mais interessante do mundo, qualquer coisa para evitares olhar para mim. Eram essas mesmas mãos que me procuravam, que me puxavam para mais perto, o teu toque era a única coisa que me ancorava após um fim de semana de corrida brutal. Agora, há esta distância insuportável entre nós.

Quero falar, dizer algo, qualquer coisa que melhore isto, mas sinto a garganta a fechar-se. O silêncio entre nós é denso, sufocante, e cada segundo que passa sem uma palavra parece uma eternidade. Finalmente olhas para mim, os nossos olhos encontram-se, e a dor que vejo nos teus quase me tira o fôlego. Sei que os meus olhos espelham os teus — cheios de perguntas, de mágoa, de saudade do que éramos.

É culpa minha, penso. Talvez sempre tenha sido. Os voos a meio da noite, as corridas uma atrás da outra, as horas intermináveis no ginásio, nas reuniões, na pista. A Fórmula 1 exige tudo de ti — o teu tempo, a tua energia, a tua concentração, a tua alma. E eu dei tudo de bom grado, porque sempre foi o meu sonho, o meu grande amor. Mas talvez, algures no caminho, me tenha esquecido de como equilibrar tudo. Talvez me tenha esquecido de que tu também fazias parte desse sonho.

"Já não consigo fazer isto, Alex," dizes, a tua voz mal passa de um sussurro. É a primeira coisa que dizes em horas, e corta-me como uma lâmina. Sinto o estômago a cair, e de repente as minhas mãos começam a tremer. Como é que chegámos aqui? Como é que tudo desmoronou tão rapidamente?

"O que queres dizer?" consigo balbuciar, embora já saiba o que está por vir. Senti-o na forma como te tens afastado, nas mensagens que se tornaram mais curtas, no teu sorriso que já não chega aos olhos quando olhas para mim.

"Tu nunca estás aqui," continuas, a tua voz a falhar. "E quando estás, é como se não estivesses. A tua mente está sempre noutro lado — na corrida, na próxima corrida, em tudo menos em nós."

"Estou a tentar," sussurro, mas as palavras soam vazias, até para mim. Sei que tenho estado distante. Sei que deixei o desporto consumir-me, deixei-o tomar prioridade sobre tudo o resto. Mas é difícil explicar o peso do que faço, a pressão para performar, a batalha constante para me manter no topo. Como é que se explica isso a alguém que não está lá todos os dias?

"Eu sei que estás," dizes, e a tristeza na tua voz destrói-me. "Mas já não é suficiente. Preciso de mais. Preciso... preciso de sentir que sou importante para ti, que nós somos importantes. E agora, não sinto isso. Sinto que te estou a perder para algo com o qual nunca conseguirei competir."

Vejo as lágrimas a formarem-se nos teus olhos, e o meu instinto é abraçar-te, puxar-te para os meus braços e dizer-te que tudo vai ficar bem. Mas não o faço. Não consigo. Porque, lá no fundo, sei que tens razão. A Fórmula 1 sempre foi o meu primeiro amor. E por mais que queira prometer-te que as coisas vão mudar, não sei como fazer essa promessa sem mentir. E nunca te menti.

O silêncio volta a instalar-se entre nós, pesado e insuportável. O meu coração grita-me para lutar por ti, para lutar por nós, mas a minha mente está a rodopiar, à procura das palavras certas, da forma certa de te fazer entender. Mas tudo o que consigo pensar é em quanto odeio isto, em quanto odeio que a única pessoa que sempre foi o meu apoio, a única pessoa que me fazia sentir que podia conquistar o mundo, está a escapar-me.

"Não vás," acabo por sussurrar, a minha voz a quebrar. "Por favor, não me deixes."

Vejo-te piscar os olhos, as lágrimas a cair finalmente pelas tuas bochechas, e preciso de toda a minha força para não desabar contigo. "Eu não quero," dizes suavemente, "mas não sei como ficar quando sinto que já estou sozinha."

As tuas palavras atingem-me como um murro no estômago, e pela primeira vez na vida, não sei o que fazer. Estou habituado a estratégias, a encontrar uma forma de vencer, independentemente das probabilidades. Mas isto... isto parece uma corrida que já perdi.

Dou um passo em frente, as minhas mãos estendem-se, desesperadas por te segurar, por segurar o que ainda resta de nós. "Podemos resolver isto," digo, a minha voz a tremer com o esforço de me manter firme. "Já passámos por tanto. Podemos superar isto também, sei que podemos. Só... por favor, não desistas de nós."

Abanas a cabeça, e a expressão no teu rosto despedaça-me. "Já não sei se o amor é suficiente, Alex. Já não sei se sou suficiente para ti."

O silêncio que se segue é ensurdecedor. Quero gritar, berrar, dizer-te que és mais do que suficiente, que te amo mais do que qualquer coisa neste mundo. Mas as palavras ficam presas na minha garganta, e tudo o que consigo fazer é observar enquanto te levantas, as tuas mãos a tremer enquanto limpas as lágrimas.

"Vou amar-te sempre," dizes, a tua voz mal audível. "Mas preciso de me amar a mim também. Preciso de encontrar uma vida que não pareça que estou sempre à espera que voltes."

E com isso, viras-te e caminhas em direção à porta, cada passo ecoando no espaço vazio entre nós. Vejo-te ir embora, o meu coração a bater descontrolado no peito, a minha mente a gritar para te parar, para lutar mais, para fazer qualquer coisa. Mas não faço nada. Fico apenas ali, imóvel, enquanto a porta se fecha atrás de ti.

Enfrentei inúmeras batalhas na pista, lutei contra as probabilidades e saí vitorioso. Mas esta... esta é a única luta que perdi. E é a que mais importa.


Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.

F1 ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora