Zhou Guanyu- Lullaby

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Tocar Música da Midia!

Zhou POV

Sempre acreditei no destino. Pode parecer um cliché, especialmente vindo de alguém cuja vida gira em torno de frações de segundo na pista, mas, nos meus momentos de silêncio, encontrava-me a contemplar os caminhos que seguimos e os que perdemos. Nunca pensei que o meu caminho me levaria até ela—S/N. E, no entanto, aqui estou, sentado no terraço de um pequeno café em Xangai, a pensar em como tudo mudou no dia em que a encontrei. Ou talvez no dia em que ela me encontrou a mim.

Tudo começou há alguns meses, entre corridas. Tivemos uma pequena pausa antes de seguir para o próximo circuito, e, pela primeira vez, decidi passar algum tempo a explorar a cidade. Normalmente, estaria a treinar ou a rever dados das corridas, mas algo me disse para tirar um dia de folga. Talvez fosse a brisa de verão, a forma como a cidade parecia um pouco mais viva do que o habitual, ou talvez fosse outra coisa—algo que, na altura, não conseguia explicar.

Tinha acabado de estacionar o carro perto do Bund e comecei a caminhar sem rumo, perdido na multidão de pessoas e no ritmo familiar de Xangai. Foi então que a vi, parada numa banca de rua, a olhar para algo com atenção. Ao princípio, só vislumbrei uma silhueta à luz da tarde. O seu cabelo, escuro e ligeiramente despenteado, caía-lhe pelos ombros. Ela vestia um vestido simples, nada extravagante, mas havia algo nela que me chamou a atenção.

Não me aproximei de imediato. Em vez disso, observei-a à distância, curioso. Havia uma suavidade na maneira como se movia, uma espécie de graça que parecia tão natural. Ela sorriu para o vendedor, agradeceu-lhe, e virou-se para ir embora. Por uma fração de segundo, os nossos olhares cruzaram-se. Foi só um breve momento, mas parecia que o tempo tinha abrandado. Nesse instante, senti uma atração, uma ligação que não conseguia ignorar.

Não sei o que se apoderou de mim, mas dei por mim a segui-la, a manter alguns passos de distância. Não foi assustador—pelo menos, espero que não tenha sido. Só queria saber mais, perceber porque é que ela me tinha cativado de forma tão natural. Ela caminhava com propósito, serpenteando pela multidão como se pertencesse a todos os cantos da cidade, como se soubesse os seus segredos. Perdi-a de vista por um momento, distraído pelo barulho e a agitação à minha volta, e quando voltei a encontrá-la, já tinha desaparecido. Assim, de repente, esfumou-se no mar de gente.

Nos dias que se seguiram, não conseguia parar de pensar nela. Sei que parece loucura, mas havia algo no seu olhar que me atormentava. Comecei a voltar ao mesmo sítio, na esperança de a ver novamente. Os meus amigos achavam que eu estava a perder a cabeça. "És o Zhou Guanyu", lembravam-me, meio a brincar. "Podias estar com qualquer pessoa, porque é que andas atrás de uma rapariga misteriosa que nem conheces?"

Não tinha uma resposta para lhes dar. Tudo o que sabia era que tinha de a encontrar.

Demorou semanas, mas o destino funciona de maneiras estranhas. Era um fim de semana de corrida em Singapura quando a vi novamente. Tinha acabado de terminar a sessão de qualificação e estava a apanhar um café rápido antes de voltar para o hotel. Enquanto esperava na fila, lá estava ela, sentada junto à janela, a ler um livro. O meu coração bateu descompassado no peito quando me aproximei dela. Tinha ensaiado este momento cem vezes na minha cabeça, mas agora que estava a acontecer, não sabia o que dizer.

"Com licença", disse, pigarreando. Ela olhou para mim, os nossos olhares cruzando-se, e por um segundo pensei que não me reconhecia. Mas, então, um sorriso surgiu no canto dos seus lábios, e ela acenou com a cabeça.

"És o rapaz de Xangai", disse suavemente, fechando o livro.

Pisquei os olhos, surpreendido. "Lembras-te?"

"É difícil esquecer alguém que te olha fixamente durante dez minutos", brincou, embora não houvesse malícia na sua voz, apenas um toque de diversão.

Ri-me, sentindo os nervos a dissiparem-se um pouco. "Culpado. Sou o Zhou, a propósito."

"Sei quem és", disse ela, com o sorriso a alargar-se. "S/N."

E, assim, começámos a conversar. Não foi forçado nem constrangedor, como tantas conversas que tive antes. Havia uma facilidade, como se nos conhecêssemos há anos. Falámos sobre tudo—corridas, o seu trabalho, as nossas vidas em dois mundos completamente diferentes que, de alguma forma, pareciam paralelos. Estava habituado a que as pessoas me tratassem de forma diferente por causa da minha carreira, mas com ela, não era assim. Ela não se importava que eu corresse para a Alfa Romeo ou que fosse piloto de Fórmula 1. Ela era real, com os pés no chão, e via-me por quem eu era, não pelo que eu representava.

Nas semanas seguintes, mantivemos contacto, trocando mensagens, telefonemas, encontrando-nos sempre que as nossas agendas permitiam. Era estranho como ela se tornara rapidamente uma constante na minha vida, como se a tivesse perdido durante todo este tempo, mas nunca tivesse sabido até agora. Sempre que estávamos juntos, tudo parecia certo—natural. Nunca me tinha sentido assim com ninguém antes.

Mas, por mais que gostasse de estar com ela, havia sempre esta questão não dita entre nós. Conseguia senti-la no ar, sempre que nos despedíamos—o que era isto? Para onde íamos? E, mais importante, será que ela queria o mesmo que eu?

Não era do tipo de fugir de um desafio, e este parecia o maior de todos. Uma noite, enquanto estávamos sentados num terraço com vista para a cidade, virei-me para ela e fiz a pergunta que me atormentava há semanas.

"S/N... o que é que queres?" perguntei, a minha voz mais baixa do que o habitual. "De nós, quero dizer."

Ela não respondeu de imediato. Olhou para o horizonte, as luzes a refletirem-se nos seus olhos. Depois, virou-se para mim, a expressão séria mas gentil.

"Não sei", admitiu, a voz suave. "Não esperava nada disto."

"Nem eu", disse eu, com o coração a bater forte. "Mas quero estar contigo."

As palavras ficaram suspensas no ar, e, por um momento, pensei que tinha dito demais. Mas, então, ela sorriu—um sorriso pequeno, conhecedor—e acenou com a cabeça.

"Também quero isso", sussurrou.

E, assim, tudo fez sentido. Não ia ser fácil—nada que valha a pena é fácil. Mas, naquele momento, soube que encontraríamos uma forma, por mais complicadas que as nossas vidas fossem. Porque há coisas que simplesmente estão destinadas a ser.

E ela era minha.


Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.

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