passado.

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S/n's pov.

As luzes do quarto estavam embaçadas, e a sensação quente do álcool continuava a percorrer meu corpo, tornando tudo um pouco mais leve e, ao mesmo tempo, mais pesado. Depois da conversa com minha mãe, Kendall, eu me senti estranhamente corajosa. Talvez fosse o efeito da bebida, talvez fosse a necessidade de colocar um ponto final em tudo que eu vinha carregando há tanto tempo. Mas, de repente, a ideia de entrar em contato com o passado pareceu irresistível.

Me joguei de volta na cama, pegando meu celular. A tela brilhava, ofuscante em meio à meia-luz do cômodo, e meus dedos se moviam desajeitados enquanto eu abria o Instagram. Era como se eu estivesse guiada por uma força maior – ou talvez apenas pela bebida.

O primeiro nome que me veio à cabeça foi o de Camila. Camila Cabello. Ela tinha sido uma das minhas melhores amigas antes de tudo desmoronar, antes de eu me afastar e perder o contato com todo mundo. E Lauren. Ariana também. Nós éramos inseparáveis, e eu, na minha fuga emocional, acabei as deixando para trás.

De repente, eu me vi na página de mensagens diretas, encarando o espaço vazio da nossa antiga conversa. O peso da saudade e da culpa me atingiu com força. Eu havia falhado com elas. Abandonei aquelas que me apoiaram, e, de alguma forma, nunca olhei para trás.

Respirei fundo e, sem pensar muito, comecei a digitar:

*"Hey, Cami... Lauren... Ari..."* meus dedos hesitavam por um segundo antes de continuar. *"Eu sei que faz muito tempo. Tempo demais, pra ser sincera. E eu sei que eu desapareci sem dar explicações, sem me importar com o que vocês sentiriam, mas... eu sinto muito. Sinto muito por ter deixado vocês pra trás. Eu estava tentando lidar com muita coisa na época, mas isso não é desculpa. Eu só... eu sinto saudades. Saudades de vocês e de tudo que tínhamos."*

Eu pausei, olhando para as palavras na tela, perguntando-me se devia apagar tudo e fingir que nunca havia pensado nisso. Mas o álcool me encorajava. Continuar parecia mais fácil do que parar.

*"Espero que estejam bem. Vocês sempre foram incríveis e eu, sinceramente, fui a pior amiga. Me perdoem? Sinto falta das nossas risadas, das nossas conversas sobre tudo e sobre nada. Sei que talvez seja tarde demais, mas... eu queria tentar consertar as coisas."*

Eu deixei o dedo pairar sobre o botão de enviar por um segundo, o coração batendo mais rápido. Estava prestes a reabrir feridas que eu havia deixado cicatrizar por cima do jeito errado. Mas era o que precisava ser feito. Enviei a mensagem antes que eu pudesse mudar de ideia.

Suspirei, como se um peso tivesse sido tirado dos meus ombros, mas, ao mesmo tempo, outro peso logo me tomou. Eu sabia que havia mais uma mensagem que precisava ser enviada. Mais uma pessoa que merecia minhas palavras, mesmo que eu nem soubesse por onde começar.

Madelaine.

Meus dedos tremiam levemente enquanto abria nossa conversa antiga. Eu havia deixado Madelaine para trás de uma forma ainda mais cruel do que as minhas amigas. Eu a abandonei quando as coisas estavam apenas começando a se encaixar, e por mais que meus sentimentos por ela fossem confusos na época, agora eu sabia que devia algo a ela.

Sem pensar muito – o álcool definitivamente não me permitia pensar demais – comecei a digitar.

*"Hey, Madelaine..."*

Apenas digitar seu nome já parecia me prender a respiração. Continuei:

*"Eu sei que essa mensagem está vindo completamente do nada, e você provavelmente nem vai querer me responder depois de tudo. Eu mereço isso. Eu sei que te deixei sem explicação, que te machuquei quando tudo estava começando a fazer sentido, e... bom, eu me sinto mal por isso até hoje. Queria te pedir desculpas. Por tudo. Por ter te deixado, por não ter dado a atenção que você merecia. Eu estava lidando com tanta coisa, mas eu sei que isso não justifica a forma como te tratei."*

Eu pausei, sentindo o peso daquelas palavras, mas sabia que ainda havia mais a ser dito.

*"Madelaine, você era... e ainda é, alguém muito especial. E sei que estraguei tudo, mas... eu espero que esteja bem, de verdade. Sei que talvez eu não tenha o direito de pedir nada, mas só queria que você soubesse disso."*

O celular estava pesado na minha mão, quase como se eu estivesse segurando todo o peso das memórias que vieram à tona junto com aquelas palavras. O álcool me dava coragem, mas a tristeza que veio junto com as mensagens me lembrava das consequências de tudo que eu fiz.

Pressionei o botão de enviar, meu coração batendo rápido de novo. Havia uma parte de mim que temia as respostas – ou a falta delas. Mas, ao mesmo tempo, era como se eu finalmente estivesse limpando os destroços de uma parte da minha vida que eu tinha deixado em ruínas.

Fiquei encarando o celular por um momento, esperando... qualquer coisa. Nada aconteceu. Nenhuma resposta imediata. E talvez fosse melhor assim. Talvez elas precisassem de tempo para absorver minhas palavras, assim como eu precisava de tempo para processar tudo o que estava sentindo.

Soltei um longo suspiro, me jogando de volta na cama e fechando os olhos. O quarto girava levemente, e eu sabia que a ressaca emocional seria tão forte quanto a física quando a bebida finalmente saísse do meu sistema. Mas, por agora, eu me sentia aliviada. Tinha feito o que precisava ser feito, mesmo que o desfecho ainda fosse incerto.

Kendall entrou no quarto por um momento, me lançando um olhar preocupado, mas eu apenas sorri de leve para ela, sinalizando que estava bem. Ela sabia que, de alguma forma, eu estava processando mais do que apenas a bebida naquela noite.

E, talvez pela primeira vez em muito tempo, eu me senti um pouco mais leve.

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My dear teacher-Margot Robbie/You {CONCLUíDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora