Narrador pov.
O ar na sala estava denso, carregado com o peso das palavras não ditas e das emoções reprimidas. S/n olhava para Margot, que parecia mais próxima e ao mesmo tempo tão distante. O silêncio entre elas se prolongava, até que o mundo começou a girar, e uma onda de fraqueza tomou conta de S/n. Suas pernas cederam, e antes que qualquer um pudesse reagir, ela caiu no chão, desmaiada.
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Pai de S/n pov.
Tudo aconteceu tão rápido que mal tive tempo de processar. "S/n!" gritei, correndo até ela. A visão de minha filha desmaiada no chão fez o sangue ferver. Olhei ao redor, procurando alguém para culpar. E foi quando meus olhos caíram sobre Kendall, minha ex-mulher, que estava em choque.
"Isso é tudo culpa sua!" Eu apontei o dedo para Kendall, minha voz mais alta do que pretendia. "Essa confusão toda, essa bagunça que você criou. A criação frouxa que você deu para ela! Se tivesse sido mais firme, ela nunca teria se envolvido nessa situação ridícula!"
Kendall estava claramente abalada, as lágrimas já ameaçando cair. Mas antes que ela pudesse responder, Hannah, minha outra filha, entrou na sala como um furacão.
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Hannah's pov.
"Não ouse culpar a nossa mãe!" gritei, meu peito fervendo de raiva. "Você não tem o direito de dizer nada sobre a criação dela! Onde você estava quando S/n mais precisava? Ah, sim, ocupado com seu trabalho e sua vida! Kendall fez o que pôde, e fez muito mais do que você jamais faria!"
Meu pai se virou para mim, surpreso com minha interrupção, mas eu não estava nem um pouco intimidada. "Se tem alguém aqui que foi incompetente como pai, esse alguém é você! Não venha colocar a culpa nela agora."
Vi o rosto de Kendall suavizar por um breve segundo, como se ela estivesse agradecida por eu estar ao seu lado. Mas a tensão na sala só aumentava.
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Kris Jenner's pov.
Eu observei a cena se desenrolar em silêncio, até que não consegui mais segurar. "A verdadeira culpada aqui não é Kendall," falei com firmeza, minha voz cortando o caos como uma faca. "A verdadeira culpada é ela." Eu apontei para Margot, que estava parada ao lado, com lágrimas nos olhos.
Margot olhou para mim, chocada e vulnerável, mas eu não me importava. "Se não fosse por essa história maluca entre você e S/n, nada disso teria acontecido. Você arrastou minha neta para isso, e agora veja no que deu. Tudo por sua causa."
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S/n's pov
Tudo ao meu redor parecia uma névoa pesada enquanto minha mente começava a recobrar a consciência. As vozes soavam distantes no começo, mas logo foram se tornando mais claras. Ouvi meu pai gritar com minha mãe. Ouvi Hannah defendendo Kendall. Ouvi minha avó Kris jogando toda a culpa em Margot. E então percebi que não havia mais como continuar assim.
Minha cabeça doía, meu coração estava despedaçado, e a dor que eu sentia parecia insuportável. Eu precisava fazer com que tudo isso parasse. Para sempre.
"Chega!" Minha voz saiu fraca, mas o suficiente para fazer todos olharem em minha direção. Ainda tonta, me levantei com dificuldade, segurando a lateral do sofá para me equilibrar.
"Se todos vocês não saírem agora..." Meu olhar percorreu o rosto de cada um deles, vendo o choque e o medo começarem a surgir. "Eu juro que vou me matar."
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. As palavras tinham escapado da minha boca antes que eu pudesse realmente processá-las, mas no fundo, eu sabia que queria dizer aquilo. Eu não aguentava mais.
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Narrador pov.
Os olhares de todos na sala se voltaram instantaneamente para S/n, que parecia à beira de um colapso total. O rosto de Kendall ficou pálido, sua respiração quase parando. Hannah e Kris estavam paralisadas, sem saber como reagir. Mas foi o pai de S/n quem deu um passo à frente, o terror evidente em seu rosto.
"S/n, você não sabe o que está dizendo..." ele começou, mas sua voz falhou ao ver a determinação nos olhos da filha.
"Eu sei exatamente o que estou dizendo," ela respondeu, sua voz baixa, mas firme. "Eu não consigo mais lidar com isso, com vocês. Se não me deixarem em paz agora, eu não vou pensar duas vezes."
O choque se espalhou pela sala. O mundo parecia ter parado por um instante. Ninguém se atreveu a dar um passo ou sequer falar.
Margot, de pé em um canto, parecia devastada, lágrimas descendo pelo seu rosto. Ela queria se aproximar, queria dizer algo, mas sabia que, no estado em que S/n estava, qualquer movimento em falso poderia ser desastroso.
Finalmente, Kendall, com lágrimas nos olhos, deu um passo para trás, puxando o pai de S/n e sussurrando: "Vamos... Precisamos dar a ela o espaço que pediu."
A tensão era palpável.
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