S/n's pov.
O riso de Lizzie parecia ter quebrado o gelo de uma maneira que eu não esperava. Kris ainda estava corada, mas o constrangimento foi se dissipando aos poucos. Eu olhei para Margot, que me observava com uma expressão complicada. Era como se ela estivesse tentando processar tudo o que havia acontecido, como se aquela situação inesperada fosse um ponto de virada, mas ao mesmo tempo, a ferida que ela carregava ainda estivesse ali, viva e pulsante.
"Bem, eu acho que... talvez seja melhor a gente dar um tempo para a Lizzie ir ao banheiro," Margot disse, quebrando o silêncio, tentando restabelecer alguma normalidade na situação. Ela levantou-se, ainda segurando minha mão, e eu a segui.
Kris deu um suspiro pesado e assentiu, dando espaço para que as duas saíssem. "Desculpe pela entrada inesperada," ela disse com um sorriso forçado, ainda visivelmente nervosa. "Eu realmente não esperava... bem, essa cena."
Margot e eu saímos do banheiro e nos encaminhamos até o sofá, onde nos sentamos em silêncio por um momento. O som da risada de Lizzie ainda ecoava em minha mente, como uma lembrança de que, apesar de toda a dor, ainda havia alguma leveza a ser encontrada em meio ao caos.
"Você acha que ela entendeu?" perguntei, quebrando o silêncio, o nó em minha garganta ainda apertado.
Margot olhou para mim com um sorriso cansado, mas sincero. "Lizzie é uma criança. Ela entende mais do que pensamos. Ela só precisa de tempo para processar tudo isso." Ela respirou fundo, olhando para as próprias mãos. "E quanto a você, S/n? O que você realmente quer? Porque não sei se consigo continuar vivendo no passado... e nem sei se quero mais viver com raiva de você."
Minhas palavras ficaram presas na garganta. O que eu realmente queria? Eu só sabia que queria ela. Queria mais do que um pedido de perdão. Queria construir algo novo, algo mais forte que tudo o que passamos.
"Eu quero... eu quero tentar," eu disse finalmente, com a voz suave, mas cheia de determinação. "Eu sei que não posso apagar o que aconteceu, mas eu estou aqui agora. E eu... eu quero ficar ao seu lado, Margot. Quero ajudar a curar suas feridas, mesmo que leve tempo. Eu sei que não vai ser fácil, mas... podemos tentar."
Ela me olhou com um olhar intenso, mas também vulnerável. Por um momento, parecia que o peso do mundo estava em seus ombros, mas a leveza que a risada de Lizzie trouxe parecia ter suavizado sua postura.
"Eu... eu quero tentar também," Margot respondeu, e, pela primeira vez desde que nos reencontramos, seu sorriso parecia genuíno, embora ainda tivesse um toque de tristeza. "Mas, S/n, eu preciso que você entenda: vai ser difícil. Vai ter dias em que eu vou me sentir perdida e não saber o que fazer, mas... talvez isso seja o começo de algo novo."
Eu assenti, o coração batendo forte no peito. "Eu estou pronta para isso."
Nesse momento, a porta se abriu lentamente e Lizzie entrou, com um sorriso travesso no rosto. "O que vocês duas estão fazendo? Por que estão tão sérias? Eu achava que a gente estava brincando."
Margot riu suavemente e abriu os braços, recebendo Lizzie com um abraço apertado. "Nada, querida. Só estamos conversando."
E eu sabia, naquele instante, que havia um longo caminho pela frente. Mas, talvez, essa fosse a chance de reconectar. De reconstruir.
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Eu amo a Lizzie, mds!