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A porta continuava fechada, mas o som de seus passos se aproximando me deu uma pontinha de esperança

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A porta continuava fechada, mas o som de seus passos se aproximando me deu uma pontinha de esperança. O ar frio do corredor me fazia tremer um pouco, mas o frio maior vinha do silêncio que havia entre nós.

— O que você quer, Maya? — Sua voz era firme, sem espaço para discussão, mas não deixei isso me desanimar. Precisava falar com ele, precisava quebrar essa barreira.

— Eu... eu quero te ver... — respondi, minha voz tremendo, enquanto esfregava as pernas uma na outra, tentando disfarçar a vergonha que sentia por pedir isso. — Não pode ficar me ignorando assim...

Houve um silêncio mais longo, e eu pude ouvir sua respiração pesada do outro lado. Ele suspirou profundamente, e meu coração apertou, temendo que ele me mandasse embora. As velinhas no bolo estavam quase apagando, e o ar frio parecia cada vez mais forte.

— Por favor... — murmurei, quase num sussurro, a urgência tomando conta de mim. Eu não sabia explicar por que precisava tanto daquela conexão com ele, mas o vazio de ser ignorada me machucava.

Por um instante, o silêncio retornou. Mas então, lentamente, ouvi a fechadura da porta se mover. A porta se abriu só o suficiente para eu ver seu rosto.
Seu rosto estava abatido, avermelhado de cansaço e dor. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, empurrei a porta suavemente e entrei em seu quarto sem pedir permissão.

— Eu sei que hoje é difícil, e que você prefere ficar sozinho... — comecei, minha voz firme, mas carregada de emoção. — Mas eu quero ficar com você. Eu fiz esse bolo, mesmo sem saber se ficou bom, e quero que a gente prove juntos. Não precisa ser sempre assim, Henry... por favor, me deixe ficar com você, nem que seja só por um momento. — Minha voz fraquejou quando percebi que o bolo estava esmagado contra meu corpo, sujando meus braços e blusa.

Olhei para ele, tentando esconder meu constrangimento, enquanto esperava sua resposta.

Henry olhou para mim com uma expressão de surpresa e cansaço misturados, claramente não esperando que eu fosse tão direta. O silêncio entre nós ficou pesado, enquanto ele olhava para o bolo esmagado em meus braços, depois de volta para mim.

Ele suspirou, esfregando os olhos com uma mão e passando a outra pelos cabelos desgrenhados. Sua postura rígida começou a se suavizar, como se a minha súplica o estivesse desarmando pouco a pouco.

— Maya... — Ele começou, sua voz mais baixa e hesitante. — Eu não quero que você veja esse lado meu. Hoje é... complicado. Esse dia me arranca o pouco que me resta, entende? Eu não sou a melhor companhia agora.

— Eu entendo — respondi, dando um passo mais perto. — Mas não quero que você passe por isso sozinho. Eu posso não entender completamente sua dor, mas posso estar aqui. Só... só me deixe ficar ao seu lado.

Ele parecia lutar internamente, como se não quisesse se deixar levar pela minha presença, mas ao mesmo tempo não conseguia me afastar. Finalmente, ele deu um passo para trás, permitindo que eu me aproximasse mais.

— Você é teimosa... — ele murmurou, um meio sorriso cansado surgindo em seus lábios por um breve momento. — Está bem, Maya... se isso realmente importa tanto pra você, pode ficar.

Meus olhos brilharam com a vitória. Mesmo com o bolo esmagado em meus braços, eu estava determinada a passar esse tempo com ele. Coloquei o bolo na mesa do quarto, limpando um pouco da bagunça com as mãos.

— Agora, vamos experimentar. Mesmo que esteja amassado, acho que vai estar bom — falei, tentando aliviar o clima com um sorriso.

Henry se aproximou devagar, pegou um garfo e, hesitante, cortou um pedaço do bolo. Ele levou à boca, mastigando devagar, seus olhos fixos em mim o tempo todo.

— Está... melhor do que eu esperava — ele admitiu, embora ainda mantivesse aquele tom de seriedade. — Obrigado, Maya.

Meu sorriso se alargou, e eu me levantei com um pouco mais de confiança.

— Bom, estou suja de bolo, então não posso te abraçar... — comentei, estendendo a mão na tentativa de um aperto, mas antes que eu percebesse, ele me puxou para perto, envolvendo-me em um abraço que soou mais como um alívio do que qualquer outra coisa.

Abracei-o com força, sentindo seu corpo tenso relaxar aos poucos contra o meu.

— Eu estou aqui... — murmurei, buscando transmitir toda a segurança e apoio que eu poderia oferecer. O calor do seu corpo contrastava com o ar frio do quarto, e por um momento, tudo parecia um pouco mais leve.

Seu toque por algum motivo me fazia sentir incômodo entre as pernas, eu deveria me masturbar?

—Henry... Não me solte... —Murmurei sentindo a minha calcinha molhar, não sinto que isso seja apropriado para esse momento tão doloroso, mas estou sentindo a mesma coisa que senti ao ver Shuji se trocando.

Senti as mãos se Henry segurarem a minha cintura com mais força, eu gosto disso, embora ainda esteja com pontos.

Um suspiro escapou de meus lábios, parecia que ele entendia o que estava acontecendo.

—Entende o que está fazendo Maya? —Sua voz soou rouca.

—Não, eu... Me sinto confusa... Isso não é novo...mas me incomoda tanto...

—Quer que eu faça parar? —Sua voz me hipnotizava, como seu ele estivesse pronto para me devorar, e eu queria isso.

Henry estava passando por um momento doloroso, e eu queria fazer o possível para vê-lo sorrir, mesmo que por alguns minutos. A sensação de ter seu corpo tão perto do meu era reconfortante, mas também despertava uma vontade inesperada em mim. Shuji uma vez me explicou sobre beijos e como devemos beijar apenas aqueles de quem realmente gostamos. Mas, enquanto olhava para Henry, com seu olhar triste e vulnerável, eu sentia uma forte vontade de beijá-lo.

A ideia me deixava nervosa e animada ao mesmo tempo. O que era esse impulso? Era mais do que amizade, mais do que carinho; era algo que eu não conseguia nomear. Eu queria ser a razão do seu sorriso, e, naquele momento, a única forma de conseguir isso parecia ser através de um beijo.

— Henry... — comecei, hesitante, com a voz quase um sussurro. A tensão no ar era palpável, e o desejo de me aproximar dele crescia a cada segundo. Eu sabia que ele estava em um lugar complicado, mas a conexão entre nós era real, e eu queria explorar isso.

Senti um pequeno beijo em meu pescoço, o que me fez suspirar.

—Me diz o que você quer, Maya... —Disse com sua voz grossa sussurrando em meu ouvido.

—Eu... Quero você... —Digo com dificuldades.

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